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    Dissecção de aorta é condição grave; entenda

    Problema cardiovascular é raro, mas extremamente perigoso, e exige diagnóstico e tratamento rápidos

    Por Danielle SanchesPublicado em 30/04/2025, às 10:32 - Atualizado em 30/04/2025, às 10:32

    dissecção de aorta

    A dissecção de aorta é uma ocorrência grave e considerada uma emergência médica potencialmente fatal. Ela acontece quando a camada interna da aorta – que é a maior artéria do corpo humano – sofre uma lesão, permitindo que o sangue flua entre as camadas da artéria e as separe (a chamada dissecção). A pressão do sangue é tanta que pode levar à ruptura do vaso ou à obstrução do fluxo sanguíneo para órgãos vitais.

    Dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV-SP) indicam que a taxa de mortalidade por dissecção da aorta é de 2,3 por 100 mil habitantes. Mas o problema considerado raro, existe tratamento e o prognóstico é bom, desde que o atendimento seja feito de forma imediata.

    Dissecção de aorta: o que é?

    A dissecção de aorta acontece quando há uma ruptura da camada interna da aorta, artéria responsável por transportar o sangue do coração para o restante do organismo. Esse rompimento cria uma “falsa luz”, que é o termo médico utilizado para descrever esse outro caminho dentro da parede arterial, por onde o sangue começa a circular de maneira anormal. 

    O problema é que, à medida que o sangue se infiltra entre essas camadas da aorta, ele pode fazer com que o a artéria se rasgue completamente (provocando uma hemorragia) ou impeça o fluxo sanguíneo para órgãos vitais, como o cérebro, os rins e o intestino. Por isso, a dissecção é considerada uma emergência médica de altíssimo risco.

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    O que causa a dissecção de aorta?

    A dissecção da aorta ocorre quando as paredes da artéria estão enfraquecidas e acabam se rompendo. Os dois principais fatores de risco para o problema são a hipertensão arterial e a doença aterosclerótica (ou aterosclerose, que é o endurecimento das artérias e dos vasos sanguíneos do corpo), condições presentes em cerca de 75% dos casos.  

    Ambos submetem a artéria a uma pressão elevada e contínua que provoca esse enfraquecimento com o passar dos anos. O problema também é mais comum em homens a partir dos 60 anos. Algumas condições congênitas também podem tornar a artéria aorta mais frágil, como as síndromes de Marfan e de Ehlers-Danlos (que afetam o tecido conjuntivo do corpo). Essas e outras condições genéticas podem ser detectadas pelo exame Painel NGS para Doenças Aórticas e ajudar no plano de prevenção para esses pacientes.  

    Por fim, traumas torácicos também são causa de dissecções de aorta. 

    Sintomas da dissecção de aorta 

    O principal sintoma é a dor intensa e súbita no tórax, muitas vezes descrita como uma sensação de laceração. A depender de onde a lesão está localizada, a dor também pode irradiar para o pescoço, as costas ou o abdômen.  

    Outros sintomas possíveis são: 

    • Falta de ar; 
    • Tontura; 
    • Desmaio; 
    • Suor excessivo; 
    • Paralisia em partes do corpo; 
    • Dificuldade para falar ou entender. 

    Quando procurar por um médico? 

    Como dissemos, a dissecção de aorta é uma emergência médica e exige atendimento imediato. Se a dor no peito ou nas costas surgir de forma abrupta, com intensidade elevada, é importante acionar o SAMU pelo 192. Como o atendimento precisa ser especializado, só leve o indivíduo para o hospital se o resgate recomendar. 

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico da dissecção de aorta costuma começar com uma avaliação clínica baseada nos sintomas e no histórico do paciente. Depois, o médico requisita exames de imagem para confirmar a hipótese diagnóstica e encontrar a localização do problema.  

    O Raio-X do tórax é o primeiro exame que pode detectar a dissecção, já que a silhueta alargada da aorta fica visível. Se ainda houver dúvidas, é possível realizar uma angiografia por tomografia computadorizada (TC) com injeção de contraste para detectar a dissecção de forma rápida e confiável — e, por isso, é o exame frequentemente requisitado nas emergências.  

    Outros exames de imagem que também detectam dissecções na aorta (mesmo que muito pequenas) são o ecocardiograma transesofágico e a angiografia por ressonância magnética.  

    Tratamentos para a dissecção de aorta

    O tratamento para dissecção da aorta geralmente é realizado com medicamentos que reduzem a pressão arterial para estabilizar o fluxo de sangue e parar a dissecção do vaso. Após a estabilização, indica-se a cirurgia para remover a parte dissecada e reconstruir o vaso com enxertos sintéticos e aplicação de stents.  

    Há casos, no entanto, em que a ausência de complicações e a extensão menor da lesão podem levar o médico a optar apenas pelo tratamento medicamentoso, sem a necessidade de cirurgia.  

    Passada a fase aguda e mais emergencial, o paciente precisa seguir controlando a pressão arterial mesmo que não tenha pressão alta para evitar danos à região operada e a ocorrência de uma nova dissecção. Por isso, é fundamental que se continue o acompanhamento médico por toda a vida.

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    Fonte: Dr. Carlos Eduardo Suaide Silva – Cardiologista

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