Frutosamina alta ou baixa? Veja o que as alterações indicam
Teste é especialmente indicado para gestantes, diabéticos e pessoas com anemia

O controle do diabetes exige vigilância constante. E o exame dos níveis de frutosamina mostra como o corpo processou o açúcar (glicose) nos últimos 15 a 20 dias. Ele funciona como uma “memória” de curto prazo do seu metabolismo.
Com a análise da frutosamina, o médico pode propor ajustes mais rápidos no tratamento.
Neste artigo, você vai ler:
Frutosamina: o que é?
A frutosamina é o resultado da união entre a glicose e as proteínas presentes no sangue, principalmente a albumina. Essa ligação química é chamada de glicação. E o exame mede a quantidade dessa proteína “açucarada” que circula no organismo.
As proteínas do sangue funcionam como esponjas. Quando há muito açúcar circulando livremente no sangue, parte dele gruda nessas proteínas de forma permanente até que elas sejam renovadas pelo corpo.
Como as proteínas vivem menos tempo que as células vermelhas do sangue, a frutosamina reflete a média da glicemia em um período mais curto do que a hemoglobina glicada, que é um outro teste utilizado para avaliação do metabolismo da glicose e que se refere à união da glicose com as células vermelhas do sangue.
Mais especificamente, a frutosamina reflete o metabolimso da glicose dos últimos 15 a 20 dias (cerca de duas a três semanas). Já a hemoglobina reflete o metabolismo da glicose dos últimos 2 a 3 meses.
A frutosamina, portanto, traz uma visão rápida da eficácia de eventuais mudanças na dieta ou na medicação
Para que serve o exame de frutosamina?
O principal objetivo do exame é monitorar o tratamento do diabetes, avaliando se os níveis de glicose estiveram controlados nas últimas duas a três semanas. Ele é especialmente útil quando o médico precisa de respostas rápidas sobre a eficácia de uma nova terapia.
Não se trata de um exame de rotina, mas ele é bem importante em situações específicas onde outros testes falham ou não são confiáveis. Vamos a alguns exemplos:
- Gestantes: durante a gravidez, as necessidades de insulina mudam rapidamente. A frutosamina ajuda a detectar descontrole glicêmico (diabetes gestacional) em intervalos curtos.
- Melhora do controle do diabetes: se o médico alterou a dose de insulina ou o medicamento oral, esse exame mostra em poucas semanas se a mudança funcionou.
- Portadores de hemoglobinopatias: em pessoas com alterações nas hemácias (células vermelhas), como em certos tipos de anemia, a hemoglobina glicada não reflete de forma acurada as alterações do metabolismo da glicose. Nesses casos, a frutosamina é a alternativa segura.
Alterações nos níveis de frutosamina
Os valores de referência podem variar ligeiramente dependendo do laboratório e do método. Mas, em geral, os valores normais ficam entre 205 e 285 µmol/L.
Qualquer resultado fora dessa faixa merece atenção médica. Tanto o excesso quanto a falta dessa proteína glicada contam algo sobre o estado metabólico e nutricional do paciente.
Frutosamina baixa
Quando o nível de frutosamina está abaixo do valor de referência, isso geralmente indica que a quantidade de proteínas no sangue diminuiu ou que o controle do açúcar está muito rigoroso. Não é necessariamente um sinal de “falta de açúcar”, mas sim de uma alteração no local onde o açúcar se fixa.
As principais causas para esse resultado são:
- Perda excessiva de proteínas (pela urina ou intestino).
- Doenças hepáticas (do fígado) que reduzem a produção de albumina.
- Níveis de glicose sanguínea mantidos muito baixos por longos períodos.
Frutosamina alta
Já a frutosamina alta indica que o diabetes não está bem controlado. O resultado elevado mostra que, nas últimas semanas, a glicose permaneceu acima do desejável na corrente sanguínea, “glicando”, ou seja, marcando, mais proteínas do que o normal.
Isso significa que o tratamento atual precisa ser revisto. Pode ser que a dieta não esteja sendo seguida, que a medicação não esteja fazendo efeito ou que o organismo está sob estresse metabólico.
Manter esses níveis altos por muito tempo aumenta o risco de complicações associadas ao diabetes, como problemas na visão e nos rins.
Preparo
Na maioria dos casos, não é necessário fazer jejum. O paciente pode se alimentar normalmente antes da coleta.
Mas alguns laboratórios podem ter protocolos específicos ou o médico pode solicitar o exame junto com outros que exigem jejum (como a glicemia de jejum). Por isso, o melhor mesmo é sempre confirmar com o laboratório.
Como o exame é feito
O procedimento é rápido e segue o padrão de um exame de sangue de rotina. Não há necessidade de ingerir líquidos açucarados ou aguardar horas no laboratório, como ocorre na curva glicêmica.
Exames complementares
A frutosamina raramente “anda sozinha”. Para o diagnóstico completo do diabetes, os médicos cruzam os dados desse teste com outras análises laboratoriais.
E o principal exame é a hemoglobina glicada (HbA1c). Enquanto a frutosamina olha para os últimos 20 dias, a glicada revela a média de açúcar nos últimos 2 ou 3 meses. Juntos, eles dão o panorama de curto e longo prazo.
Além disso, é comum que o médico investigue outras condições que afetam o metabolismo. Por exemplo, alterações na tireoide podem influenciar o metabolismo das proteínas.
O hipertireoidismo, condição em que a tireoide produz hormônios em excesso, pode acelerar a degradação da albumina. E isso faria com que o resultado da frutosamina fosse falsamente baixo, mesmo que o açúcar estivesse alto.
Outros exames que costumam ser solicitados são:
- Glicemia de jejum.
- Teste oral de tolerância à glicose (curva glicêmica).
- Dosagem de albumina e proteínas totais (para garantir que a frutosamina é confiável).
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Fonte: Dra. Laura Lopes – endocrinologista