Plexo Braquial: conjunto de nervos é essencial para as tarefas cotidianas mais simples
Você sabia que existe uma complexa engrenagem que nos permite realizar ações simples como escrever, escovar os dentes ou carregar uma sacola? Tudo isso só é possível graças ao plexo braquial. Trata-se de uma rede de nervos que conecta a […]
Você sabia que existe uma complexa engrenagem que nos permite realizar ações simples como escrever, escovar os dentes ou carregar uma sacola? Tudo isso só é possível graças ao plexo braquial.
Neste artigo, você vai ler:
Trata-se de uma rede de nervos que conecta a medula espinhal na coluna aos membros superiores. Quando algo não vai bem nessa estrutura, os efeitos podem ser imediatos — e, em alguns casos, bastante limitantes. Confira a seguir.
O que é o plexo braquial? Entenda sua importância
O plexo braquial é um conjunto de nervos que nasce na região na coluna do pescoço e se estende aos ombros, braços e as mãos. Essa rede nervosa tem como função conduzir os impulsos nervosos do cérebro e da medula espinhal para os músculos e a pele dos membros superiores. E isso possibilita os movimentos voluntários e a percepção sensorial.
Por isso, como dissemos, o plexo braquial está presente em diversas tarefas cotidianas. Sem ele, seria difícil ou impossível realizar atividades que exigem a coordenação fina dos dedos, a força para levantar objetos e a sensibilidade ao toque, por exemplo.
Anatomia do plexo braquial: nervos e estrutura
O plexo braquial é formado pelas raízes nervosas que saem da medula espinhal na altura da coluna cervical.
Essas raízes se agrupam e formam troncos, divisões e cordões nervosos, que se ramificam até chegar aos principais nervos dos braços, como o musculocutâneo, o mediano e o axilar, entre outros.
Cada um desses nervos tem um papel específico na motricidade e na sensibilidade dos membros superiores.
A complexidade dessa anatomia também explica por que lesões no plexo podem provocar sintomas variados e, muitas vezes, difíceis de diagnosticar de forma precoce.
Lesão do plexo braquial: causas e fatores de risco
As lesões do plexo braquial podem ter diversas origens, desde acidentes até complicações durante o parto. Um estudo realizado por estudantes da Faminas, em Minas Gerais, estima que entre 10 e 20% das lesões do sistema nervoso periférico envolvem o plexo braquial e, dessas, 80 a 90% são relacionadas a traumas automobilísticos.
Outras causas para esse tipo de lesão incluem:
- Traumas provocados por quedas e esportes de impacto;
- Trações excessivas, que ocorrem quando o ombro é forçado para baixo enquanto o pescoço é puxado para o lado oposto;
- Cirurgias, principalmente aquelas que envolvem a região cervical ou torácica;
- Tumores ou inflamações, que podem comprimir os nervos da região;
- Um parto difícil (com bebês grandes ou apresentação pélvica, por exemplo) podem causar estiramento ou ruptura do plexo no recém-nascido.
Sintomas de problemas no plexo braquial
Os sintomas podem se apresentar da seguinte forma:
- Dor intensa no ombro ou no braço;
- Fraqueza muscular;
- Dormência ou perda de sensibilidade na mão ou no braço;
- Incapacidade de controlar ou mover o ombro, o braço, o punho ou a mão;
- Sensação de “choque elétrico”, ardência ou queimação na região afetada.
Alguns casos graves, como rupturas completas dos nervos, podem resultar em paralisia total do braço.
Como diagnosticar lesões do plexo braquial
Assim como outras condições do sistema nervoso, o diagnóstico de uma lesão no plexo braquial começa com uma avaliação clínica detalhada. Nela, o médico avalia o histórico de saúde do paciente e investiga possíveis causas para o problema.
Nesse sentido, a realização de um raio-X da região do pescoço e do ombro pode ser importante para identificar fraturas ou outras lesões nos ossos e nos tecidos densos ao redor dos nervos do plexo braquial. Outros exames e testes que podem ser solicitados são:
- Ressonância magnética: demonstra os nervos no seu trajeto, podendo detalhar qual nervo lesionado e o tipo / motivo da lesão, assim como fornece informações relevantes para guiar o tratamento e o prognóstico. Temos a RM plexo braquial direito e a RM plexo braquial esquerdo.
- Eletromiografia (EMG): avalia a atividade elétrica dos músculos;
- Estudos de condução nervosa: medem a velocidade dos sinais elétricos nos nervos.
Tratamentos para lesão do plexo braquial
O tratamento para esse tipo de lesão é definido de acordo com a extensão e a gravidade da lesão. Os estiramentos leves, por exemplo, geralmente se resolvem com repouso e sessões de fisioterapia. Já traumas e fraturas, precisam de intervenção médica especializada.
As opções de terapêutica para lesões no plexo braquial geralmente são:
- Sessões de fisioterapia, para analgesia e manutenção de mobilidade e força muscular;
- Uso de medicamentos, como analgésicos e anti-inflamatórios;
- Cirurgias, com uso de enxertos de nervo ou transferências de tendões, indicadas em casos mais graves, quando há rupturas ou lesões mais extensas.
Como aliviar a dor do plexo braquial
A dor associada às lesões do plexo pode ser intensa e persistente, causando grande desconforto no indivíduo que a experimenta. Além dos medicamentos convencionais, algumas medidas que podem dar alívio ao quadro são:
- Compressas mornas para relaxar a musculatura;
- Técnicas de relaxamento e fisioterapia com foco em dor crônica;
- Uso de estimulação elétrica transcutânea (TENS);
- Acupuntura, quando orientada por um profissional habilitado.
É importante ressaltar, no entanto, que qualquer dor ou sintomas como formigamento e dormência em membros deve ser avaliado por um especialista. Não é recomendado a automedicação nem realizar tratamentos por conta própria.
O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar a chance de recuperação rápida e plena do paciente.
Qual médico procurar para problemas no plexo braquial?
Diante de sintomas sugestivos de alguma doença no sistema nervoso, o neurologista é o médico mais recomendado para realizar a avaliação do paciente. Exemplos de quadros avaliados por este profissional: sensação de dormência, choque ou ardência nos membros, além de fraqueza e problemas de coordenação motora.
No caso de traumas, no entanto, o ortopedista pode ser o responsável pelo atendimento inicial ao paciente.
Fonte: Dr. Patrick Catricala – Radiologista