AVC: como identificar e prevenir o problema?
Acidente vascular cerebral é uma das principais causas de morte no mundo
Ele é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo e vem acometendo indivíduos cada vez mais jovens. Popularmente chamado de “derrame”, o acidente vascular cerebral ocorre quando há a interrupção de fluxo de sangue para alguma parte do cérebro.
Neste artigo, você vai ler:
Estima-se que, a cada três segundos, uma pessoa no mundo sofre um AVC. No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que, a cada cinco minutos, uma pessoa morre em decorrência da doença, somando mais de 100 mil mortes todos os anos.
Para reduzir esse número e fugir de virar estatística, é importante entender as causas do problema e, claro, conhecer as formas de prevenção. Continue a leitura para saber mais.
Tipos de AVC
Como dissemos, o AVC acontece quando há uma interrupção de fluxo sanguíneo para alguma parte do cérebro. Com isso, os neurônios deixam de receber oxigênio, o que acaba por danificar e até matar essas células, gerando uma lesão no órgão.
Os AVCs podem ser classificados em dois tipos:
- AVC do tipo hemorrágico
Popularmente conhecido como “derrame”, ele ocorre quando há o rompimento de um vaso que leva sangue ao cérebro, provocando uma hemorragia. É o tipo menos comum, correspondendo a até 20% dos casos.
- AVC do tipo isquêmico
É considerado o mais comum e ocorre em até 80% dos casos. Aqui, um coágulo impede a passagem do sangue no vaso ou artéria cerebral, impedindo o fluxo para o órgão.
Fatores de risco para AVC
Os fatores de risco são situações ou hábitos que, aos poucos, criam condições para que ocorram entupimentos arteriais no corpo – incluindo aí em artérias do cérebro. Os mais conhecidos são:
- Hipertensão;
- Diabetes;
- Colesterol alto;
- Tabagismo;
- Obesidade;
- Sedentarismo;
- Arritmias cardíacas;
- Abuso de álcool, drogas e/ou alguns medicamentos.
Sintomas de AVC
Um dos principais sinais de que um AVC está ocorrendo é o surgimento súbito de sintomas, especialmente neurológicos – ou seja, a pessoa que estava bem, de repente passa a apresentar sinais que demonstrem alterações neurológicas súbitas.
Os principais sinais e sintomas de AVC são:
- Diminuição de força de um lado do corpo;
- Fala embolada;
- Boca torta;
- Visão dupla;
- Perda de campo visual;
- Vertigem;
- Perda de sensibilidade de um lado do corpo;
- Confusão mental e desorientação.
+ Saiba mais: AVC pode ser diferente em mulheres: entenda os fatores de risco e sintomas
Os sintomas são parecidos para homens e mulheres. Uma vez que sejam detectados quaisquer desses sinais, é importante buscar atendimento médico imediato. O socorro precoce é fundamental para aumentar as chances de sobrevivência e reduzir as sequelas, além de aumentar as chances de recuperação.
Tratamentos
É importante dizer que, tanto no caso do AVC isquêmico como no hemorrágico, existe tratamento na fase aguda, ou seja, no momento em que o fluxo sanguíneo no cérebro está interrompido.
No caso da isquemia, pode-se utilizar medicamentos ou procedimentos mecânicos para remover o coágulo e restabelecer o envio de sangue para o cérebro.
Já o AVC hemorrágico é mais grave pois causa um edema – inchaço – no cérebro. Por isso, em alguns casos pode ser necessário reduzir a pressão intracraniana por meio de cirurgia para evitar mais danos cerebrais.
Por causar a morte de algumas áreas do cérebro, o AVC pode deixar sequelas, como dificuldade de fala e de movimentação. No entanto, a reabilitação desses pacientes, embora possa ser demorada, ajuda a devolver qualidade de vida e mais autonomia a eles.
Prevenção
Existem dois tipos de causas para a ocorrência de um AVC: genéticas e ambientais.
No primeiro caso, histórico familiar e doenças que aumentam o risco para o problema, como diabetes e hipertensão, precisam ser investigadas e controladas.
Já os fatores ambientais são as causas que podemos modificar para prevenir o AVC. Na maioria dos casos, envolvem mudança de hábitos de vida e cuidados com a saúde cardiovascular em geral.
No entanto, não há garantias: a pessoa pode fazer tudo certo e, mesmo assim, sofrer um AVC. Mas é importante deixar claro que, na maioria dos casos, um estilo de vida saudável pode, sim, prevenir o problema.
As principais medidas todo mundo está careca de saber:
- Praticar atividade física;
- Controlar o peso e a gordura abdominal;
- Manter pressão arterial, colesterol e diabetes em níveis normais;
- Manejo de estresse;
- Boas noites de sono;
- Não fumar;
- Não abusar de álcool e outras substâncias;
- Fazer acompanhamento médico regular.
Fontes: Marcele Schettini, neurologista do Hospital Santa Paula, em São Paulo, especialista em cuidados com pacientes que sofreram AVC; Marcus Tulius, neurologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN); Thiago Taya, neurologista e neuroimunologista do Hospital Brasília, da Dasa.