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O que é dispepsia funcional

Popularmente chamada de gastrite nervosa, o quadro resulta de alterações no eixo intestino-cérebro

Por Tiemi OsatoPublicado em 27/12/2022, às 12:00 - Atualizado em 11/08/2023, às 16:43

dispepsia funcional

Sabia que gastrite nervosa não é, de fato, uma gastrite? Entende-se por gastrite um quadro de inflamação do estômago. E esse não é o caso da gastrite nervosa. Tecnicamente falando, o nome dessa condição crônica é outro: dispepsia funcional.

O que é dispepsia funcional?

A dispepsia é caracterizada por dor ou desconforto na parte superior do abdome. Geralmente esses sintomas estão associados à alimentação, então também é comum ter uma sensação de má digestão.

Outros indícios de dispepsia funcional são: queimação ou pontadas no estômago, saciedade precoce, náusea e empachamento (sensação de estufamento).

O que causa dispepsia funcional?

A comunidade médica ainda não conhece todos os processos envolvidos na dispepsia funcional, mas acredita-se que ela resulta de uma alteração no eixo intestino-cérebro – ou seja, na comunicação entre essas duas áreas do nosso corpo.

Quando informações que vão do estômago para o cérebro são mal interpretadas, o cérebro acaba mandando uma resposta inadequada para o estômago.

Como consequência, ocorrem mudanças na sensibilidade, na secreção e na motilidade (capacidade de executar movimentos) do estômago. Esse cenário pode ser agravado durante períodos de estresse, ansiedade e nervosismo.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da dispepsia funcional é feito somente depois que o gastroenterologista exclui a possibilidade de dispepsia orgânica – cujas causas incluem, por exemplo, úlcera, tumor e infecção pela bactéria Helicobacter pylori.

Se não houver nenhuma explicação de caráter orgânico por trás do mau funcionamento gástrico que seja identificada pelos exames mais comuns da prática clínica diária, o médico pode considerar o diagnóstico de dispepsia funcional.

A doença é dividida em dois grupos, a depender do tipo de sintoma principal: síndrome da dor epigástrica (com predominância de queimação ou pontadas) e síndrome do desconforto pós-prandial (com predominância de saciedade precoce, náusea ou empachamento).

É com base nos sintomas que estão mais fortes que se estabelece o tratamento farmacológico.

E, além do uso de medicamentos, geralmente recomenda-se uma dieta mais leve, baseada em alimentos de fácil digestão – como vegetais, frutas, carnes magras e peixes.

Também pode ser que, em alguns casos, o gastroenterologista oriente o paciente a fazer acompanhamento psicológico, já que a dispepsia funcional piora em situações de tensão emocional.

Fontes: Dr. Ricardo Barbuti, médico chefe do Ambulatório de Gastroenterologia Clínica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP); Dra. Zuleica Bortoli, gastroenterologista do Hospital Brasília.

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