Doenças respiratórias são mais comuns no inverno
Entenda por quê gripes e resfriados acontecem com mais intensidade nos meses frios
Nariz escorrendo, garganta arranhando e aquela sensação de corpo dolorido são os primeiros sintomas de que alguma doença respiratória está rondando o nosso corpo. Mas é durante os meses de outono e inverno que elas se tornam mais comuns – ou sazonais, como os médicos falam.
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Frequentemente, essas doenças são causadas por vírus. Alguns, aliás, já são velhos conhecidos, como o influenza, responsável por provocar a gripe. Outros, como o parainfluenza e o adenovírus, causam os famosos – e incômodos – resfriados.
E a lista de patógenos não para por aí: há ainda o rinovírus, o enterovírus (que causa, além da dor de garganta, vômitos e febre), o metapneumovírus (mais comum em crianças) e o temido VSR (vírus sincicial respiratório), responsável por causar bronquiolite, uma doença que pode ter evolução grave em bebês e crianças pequenas.
Em comum, todos eles têm a preferência por circularem com força quando as temperaturas começam a cair e o tempo passa a ser mais seco, o que geralmente compreende os meses de abril a setembro.
Por que doenças respiratórias são mais comuns no inverno?
De acordo com o infectologista Alberto Chebabo, presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), a sazonalidade dessas doenças acontece por dois motivos. O primeiro, e mais evidente, é que as pessoas tendem a ficar mais em espaços fechados, aumentando assim a contaminação.
“Segundo que o frio resseca a mucosa nasal, a nossa primeira ‘linha de defesa’ contra vírus que tentam entrar no organismo”, explica o médico. “Com isso, fica mais fácil para eles entrarem e se multiplicarem, provocando a infecção”, afirma.
Quando for contaminado, é comum que o indivíduo experimente sintomas como coriza, tosse e dor de garganta. Febre, dores no corpo, dor de cabeça também são bastante comuns e, em alguns casos, o quadro também pode incluir conjuntivite.
Teremos mais covid durante o inverno?
Ainda não sabemos, mas há a expectativa de aumento de casos, já que é uma doença respiratória e que também se propaga com mais força em ambientes fechados com aglomeração.
“Estamos esperando um aumento de casos durante os meses de inverno, mas sem um aumento de internações, já que há um grande número de vacinados”, afirma Chebabo.
O médico reforça, no entanto, que as pessoas mais vulneráveis – crianças pequenas que ainda não podem ser vacinadas, idosos e pessoas com comorbidades – devem estar atentos e reforçarem as medidas de prevenção.
O que fazer para não ficar doente no inverno?
Embora as doenças respiratórias sejam frequentes no inverno, é possível tomar alguns cuidados para se prevenir e evitar se contaminar por esses patógenos.
Isso inclui cuidados com a higiene pessoal, como lavar sempre as mãos com água e sabão e usar álcool em gel quando isso não for possível. Como essas doenças se propagam comumente pelo ar, também é importante utilizar máscaras em ambientes fechados, especialmente se você for de algum grupo de risco (como portador de alguma doença crônica).
Por fim, lembre-se que vacinas como as que evitam covid, gripes e pneumonias podem e devem ser tomadas como estratégia para evitar o adoecimento.
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Quando procurar ajuda?
De acordo com a infectologista Sumirê Sakabe, médica do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, normalmente manter-se hidratado e descansar costumam ser ações suficientes para ajudar o corpo a combater a infecção.
No entanto, o serviço de pronto-atendimento deve ser buscado quando houver sinais de evolução grave da doença, como falta de ar, muita prostração, febre por mais de três dias, dor e chiado no peito.
“Quem tem comorbidades associadas deve ao menos avisar o médico que o acompanha e manter o monitoramento de sintomas de forma mais cuidadosa e atenta”, recomenda Sakabe.
Ao primeiro sinal de sintomas respiratórios, a médica também recomenda o uso de máscara para evitar contaminar outros e ainda manter distanciamento de pessoas vulneráveis. “Em tempos de covid, vale também procurar uma forma de testagem para saber se a doença está instalada”, afirma.