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    Exame do cotonete em gestante: por que é essencial para a saúde do seu bebê?

    Um dos exames de rotina da reta final da gravidez, o teste do cotonete é um procedimento rápido que ajuda a proteger o recém-nascido de infecções.

    Fonte: Dra. Rosita FontesEndocrinologista e Assessora Médica da DasaPublicado em 28/11/2025, às 15:46 - Atualizado em 28/11/2025, às 15:46

    exame do cotonete

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    A reta final da gravidez chega com uma mistura de ansiedade e expectativa. Entre os últimos preparativos para a chegada do bebê, a lista de exames pré-natais também se intensifica. Um deles, frequentemente solicitado pelo obstetra, é o “exame do cotonete”, um nome popular para um teste de grande importância.

    Simples e rápido, ele detecta a presença de uma bactéria comum no organismo da mulher, mas que pode representar risco para o recém-nascido durante o parto. Entender por que ele é feito ajuda a trazer mais tranquilidade para esse momento tão especial e cheio de expectativas.

    O que é o exame do cotonete em gestante?

    Formalmente chamado de cultura para pesquisa de Streptococcus agalactiae, ou Estreptococo do grupo B (GBS), o exame do cotonete em gestante é um teste de rastreio. Seu objetivo é identificar a presença dessa bactéria específica no organismo da gestante. Estudos mostram que entre 10% a 30% das gestantes carregam a bactéria GBS⁵.

    É fundamental entender que ter essa bactéria não significa que a mulher está doente. Muitas pessoas possuem o GBS em sua flora natural no trato gastrointestinal e genital sem apresentar qualquer sintoma ou risco à própria saúde. O foco do exame é exclusivamente a prevenção de riscos para o bebê durante o parto.

    Por que o exame do cotonete em gestante é tão importante?

    A principal razão para realizar o exame do cotonete em gestante é a proteção do recém-nascido. Embora inofensiva para a mãe, a bactéria Streptococcus do grupo B pode ser transmitida ao bebê durante a passagem pelo canal de parto.

    A transmissão é preocupante porque, se ocorrer no parto vaginal, o GBS é uma das principais causas de meningite grave no recém-nascido. Ele também pode causar outras infecções graves como sepse (infecção generalizada) e meningite. O rastreamento de rotina no terceiro trimestre permite o tratamento preventivo com antibióticos no parto, reduzindo significativamente o risco de infecções graves no bebê.

    Graças a este rastreamento e ao tratamento preventivo, a incidência de infecções neonatais precoces é reduzida em cerca de 80%. Desde a década de 1990, a taxa de infecção neonatal grave por GBS teve uma redução de 80% devido à adoção deste protocolo preventivo.

    Essas infecções podem se manifestar nas primeiras horas ou dias de vida, levando a quadros sérios, como:

    • Meningite neonatal: uma inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal;
    • Pneumonia: infecção dos pulmões;
    • Sepse: uma infecção generalizada na corrente sanguínea.

    Portanto, a identificação da bactéria antes do parto permite que a equipe médica tome medidas preventivas simples e eficazes para minimizar drasticamente esses riscos.

    Quando o exame do cotonete deve ser realizado?

    O exame é realizado no final da gestação, geralmente entre a 35ª e a 37ª semana. A escolha desse período é estratégica. Fazer o teste antes disso não garante que o resultado seja o mesmo no momento do parto, pois a bactéria pode aparecer e desaparecer do organismo.

    Realizá-lo nessa janela oferece um panorama mais preciso da colonização bacteriana no momento mais próximo do nascimento, garantindo que a conduta médica seja a mais adequada possível.

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    Como o exame do cotonete em gestante é feito?

    O procedimento é simples, rápido e geralmente indolor. Ele consiste na coleta de amostras da flora bacteriana da gestante para análise em laboratório. O processo é dividido em duas etapas: o preparo e a coleta.

    Qual é o preparo necessário?

    Normalmente, não há um preparo complexo. No entanto, para garantir a precisão do resultado, o médico ou laboratório pode solicitar algumas medidas simples nas 24 a 48 horas que antecedem o exame, como:

    • não utilizar cremes ou pomadas vaginais;
    • não realizar duchas vaginais e;
    • abster-se de relações sexuais.

    Siga sempre as orientações específicas fornecidas pelo seu médico ou pelo laboratório onde o exame será realizado.

    Como é a coleta?

    A coleta é feita no consultório médico ou no laboratório. Um profissional de saúde utiliza um swab, que é uma haste flexível com algodão na ponta (semelhante a um cotonete longo e estéril), para colher amostras de duas áreas:

    1. Da parte inferior da vagina.
    2. Da região do reto (ânus).

    A coleta dura poucos segundos e, embora possa causar um leve desconforto, não é dolorosa. O material colhido é então enviado para análise laboratorial, que identificará a presença ou ausência do *Streptococcus* do grupo B.

    O que acontece se o resultado for positivo para Streptococcus B?

    Receber um resultado positivo pode gerar preocupação, mas é importante manter a calma. Isso é relativamente comum e existe um protocolo de segurança muito bem estabelecido para proteger o bebê.

    Se o exame detectar a presença da bactéria, a gestante receberá um antibiótico por via intravenosa (na veia) durante o trabalho de parto. O protocolo de triagem, seguido do tratamento adequado, é capaz de reduzir em cerca de 80% a incidência de infecções neonatais precoces. A medicação, geralmente penicilina, reduz a quantidade de bactérias no canal de parto.

    Vale dizer que o tratamento não é feito antes do parto, pois a bactéria pode retornar rapidamente. A administração do antibiótico no momento certo é a chave para a eficácia da prevenção. Caso o resultado seja negativo, nenhuma intervenção é necessária.

    Quais são as principais dúvidas sobre o exame do cotonete em gestante?

    É natural que surjam perguntas sobre qualquer procedimento durante a gestação. Abaixo, esclarecemos as mais comuns.

    O exame do cotonete dói?

    Não. A coleta é feita de forma suave e rápida. A maioria das mulheres relata apenas um leve desconforto momentâneo, mas não dor.

    O teste é obrigatório?

    O exame do cotonete em gestante faz parte do protocolo padrão de pré-natal recomendado por diversas sociedades médicas, incluindo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Embora a decisão final seja da gestante em conversa com seu médico, sua realização é fortemente aconselhada pela alta capacidade de prevenção.

    E se eu entrar em trabalho de parto antes de fazer o exame?

    Se o status da bactéria for desconhecido quando o trabalho de parto começar, a equipe médica avaliará os fatores de risco. Em situações como febre durante o parto ou bolsa rompida por um longo período, o antibiótico pode ser administrado como medida de precaução.

    A cesárea dispensa o exame ou o tratamento?

    Não necessariamente. Se a cesárea for eletiva (agendada) e ocorrer antes do rompimento da bolsa amniótica, o risco de transmissão é baixo. Contudo, se a bolsa se romper ou o trabalho de parto começar antes da cirurgia, a exposição à bactéria pode ocorrer. Por isso, a recomendação de rastreio e tratamento, se indicado, geralmente se mantém. Converse com seu obstetra sobre seu plano de parto.

    Realizar o exame do cotonete no fim da gestação é uma medida preventiva essencial para proteger o bebê de infecções graves logo após o nascimento. Logo, siga sempre as recomendações do seu obstetra e não hesite em esclarecer dúvidas: quanto mais informação, mais segurança para você e seu bebê.

     

    Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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