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    Streptococcus agalactiae: na gravidez, o rastreamento da bactéria é fundamental

    Também chamada de Estreptococo do Grupo B, ela pode ser transmitida ao bebê durante o parto

    Fonte: Dr. Heron Werner Jr.Doutor e professor em ginecologia, obstetrícia e ultrassonografiaPublicado em 20/10/2025, às 15:50 - Atualizado em 20/10/2025, às 15:50

    Streptococcus agalactiae

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    O Streptococcus agalactiae é uma bactéria bastante comum. Também conhecida como Estreptococo do Grupo B (ou GBS), ela faz parte da nossa microbiota intestinal e, em geral, não causa qualquer problema. 

    Mas, em alguns casos, ela pode ser bastante perigosa – especialmente na gravidez. Isso porque existe o risco de transmissão para o bebê durante o parto, o que pode levar a complicações sérias para o recém-nascido.

    Streptococcus agalactiae: o que é? 

    O Streptococcus agalactiae, ou Estreptococo do Grupo B, é uma bactéria comum, que faz parte da grande família dos Streptococcus. Ela costuma habitar o intestino e o canal vaginal, e para a maioria das pessoas, é totalmente inofensiva.  

    Mas ela exige atenção especial durante a gravidez pelo risco de ser transmitida ao bebê no parto. E, em situações mais raras, ela também pode causar infecções em adultos com a imunidade baixa e em idosos. 

    Como ocorre a transmissão do Streptococcus agalactiae? 

    A principal forma de contágio do Streptococcus agalactiae é vertical, ou seja, da mãe para o bebê durante o parto. Quando a bactéria está presente no canal vaginal, o recém-nascido pode entrar em contato com ela ao nascer. Por isso, o principal é prevenir essa transmissão para o bebê, que é mais vulnerável.  

    Entre adultos, a bactéria não é transmitida por contato ou secreções, ela faz parte da nossa microbiota. Uma pessoa pode ser portadora da bactéria por um tempo, depois eliminá-la, e mais tarde ser colonizada novamente. 

    Sintomas 

    Muitas vezes, os adultos que carregam a bactéria não sentem absolutamente nada. Quando uma infecção de fato acontece, os sinais costumam incluir febre e um mal-estar geral. Mas as manifestações são bem diferentes em bebês e em adultos. 

    Sintomas no recém-nascido 

    No bebê, a infecção pelo Estreptococo do Grupo B pode ser muito grave e aparecer logo nas primeiras horas ou dias de vida. A bactéria é uma das principais causas de quadros sérios, como: 

    • Sepse neonatal, infecção generalizada na corrente sanguínea. 
    • Pneumonia, infecção nos pulmões. 
    • Meningite, inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. 

    Sintomas no adulto 

    Em adultos, a infecção é menos comum e geralmente acontece em idosos, gestantes ou pessoas com o sistema imunológico enfraquecido. Os sintomas variam conforme o local da infecção: 

    • Infecção urinária: dor e ardência ao urinar, vontade de ir ao banheiro a toda hora e desconforto na região abdominal. 
    • Infecções de pele: podem surgir em áreas com algum machucado ou coceira, causando vermelhidão e dor local. 
    • Pneumonia: além da tosse e dificuldade para respirar, pode causar dor no peito. 
    • Infecção nas articulações (artrite séptica): causa inchaço, vermelhidão e dor nas juntas. 
    • Infecção do trato genital (em mulheres): pode levar a uma doença inflamatória pélvica, com dor na parte inferior do abdômen, corrimento e sangramento anormal. 

    Streptococcus agalactiae na gravidez 

    A gravidez é a fase que exige o maior cuidado em relação ao Streptococcus agalactiae. A bactéria geralmente não causa problemas para a gestante: o risco está na possibilidade de infectar o bebê durante o parto, o que pode causar doenças graves como meningite, pneumonia e sepse neonatal. 

    Por isso, o rastreamento da bactéria faz parte do acompanhamento pré-natal. O ginecologista que acompanha a gestante solicita um exame específico para detectar a presença do Estreptococo do Grupo B.  

    Se o resultado do exame for positivo, a equipe médica toma as medidas necessárias durante o trabalho de parto para evitar a transmissão.  

    Exames que auxiliam no diagnóstico do Streptococcus agalactiae 

    O exame mais comum para identificar a presença da bactéria em gestantes é a cultura de secreção vaginal e retal. O médico usa um cotonete (swab) para coletar amostras dessas duas regiões.  

    Essa análise costuma ser feita entre a 35ª e a 37ª semana de gestação. E o objetivo é ver se se a bactéria está colonizando o corpo da mulher, e se ela estará presente no canal de parto.  

    Além da cultura, existe o exame de PCR, que também é feito com amostras de swab e detecta o DNA da bactéria. A vantagem é que o resultado sai rápido. 

    Se houver suspeita de uma infecção ativa, seja em um recém-nascido ou em um adulto com sintomas, o médico pode solicitar testes de sangue e a análise de outros fluidos corporais para ver se a bactéria é a causa da doença.

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    Formas de tratamento 

    Em geral, o tratamento para a infecção ativa por Streptococcus agalactiae é feito com antibióticos. No caso da gestante com resultado positivo no exame, ela recebe antibiótico na veia durante o trabalho de parto.  

    O ideal é que a primeira dose seja aplicada pelo menos quatro horas antes do nascimento para garantir a proteção efetiva do bebê. Essa medida reduz drasticamente o risco de transmissão da bactéria para o recém-nascido, evitando que o bebê desenvolva uma infecção grave nos seus primeiros dias de vida.

     

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