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Nefrologista: o que faz e quando procurar este especialista?

Alterações na urina, inchaço e pressão alta podem indicar a necessidade de se consultar com um especialista

Por Raquel RibeiroPublicado em 08/03/2024, às 17:01 - Atualizado em 11/04/2024, às 17:38

nefrologista

Os rins desempenham um papel vital em nosso corpo, filtrando resíduos e toxinas, regulando a pressão arterial e mantendo o equilíbrio de fluidos. Nesse sentido, quando surgem problemas renais, contar com a ajuda do nefrologista é essencial.

Acompanhe a leitura e saiba mais sobre esse profissional e essa especialidade tão importante. 

O que é nefrologia? 

Nefrologia é uma especialidade médica, dentro da clínica médica, que existe desde a década de 60 no Brasil, nos Estados Unidos e em outros países. Ela foi criada para que um clínico geral se especializasse e cuidasse das doenças renais. 

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Quais condições o nefrologista pode tratar? 

O nefrologista é o médico dos rins. Ele deve ser capaz de tratar a maioria das condições que dizem respeito a esse órgão: 

  • Perda de proteína nos rins; 
  • Doenças relacionadas à hipertensão; 
  • Função renal prejudicada; 
  • Nefrites, que são inflamações renais; 
  • Doenças que causam perda de sangue na urina (hematúria); 
  • Injúria renal aguda, que é transitória; 
  • Doença renal crônica, que é de instalação lenta e progressiva.

O nefrologista é o médico habilitado para prestar suporte de substituição renal em casos de função renal prejudicada, prestar suporte renal artificial (hemodiálise ou diálise peritoneal), participar no processo de transplante renal.  

Quando procurar um nefrologista? 

Existem algumas situações que podem indicar a necessidade de procurar um nefrologista, como: 

  • Alterações na urina, como mudanças na coloração ou aspecto dela. 
  • Pressão alta (Hipertensão) 
  • Inchaço (Edema) nas pernas, membros inferiores, ao redor dos olhos ou ao acordar com os olhos muito inchados. 
  • Alterações no exame de urina identificadas por ginecologistas e clínicos gerais. 
  • Alterações na função renal identificadas por médicos generalistas ou especialistas clínicos. 
  • Perda proteica ou de sangue na urina diagnosticada por outros profissionais de saúde, como ginecologistas e clínicos gerais. 
  • Alterações na função renal identificadas por médicos clínicos, especialistas ou generalistas. Por exemplo: um exame com creatinina alta pode ser um indício de diminuição na função renal.

Qual é a diferença entre nefrologista e urologista? 

O nefrologista é um médico especializado no tratamento das doenças renais que monitora e trata uma variedade de condições que afetam os rins, incluindo doenças renais crônicas, insuficiência renal aguda, entre outras.

Além disso, ele é responsável por indicar, acompanhar e gerenciar o tratamento pós-transplante renal, incluindo medidas para prevenir rejeições e ajustar a terapia imunossupressora. Esse especialista também é o responsável pelos ajustes necessários durante a terapia de diálise. No entanto, ao contrário do urologista, o nefrologista não realiza procedimentos cirúrgicos de substituição renal, como o transplante renal. 

O urologista faz parte da especialidade cirúrgica que trata das condições do trato urinário. Abrangendo desde os rins até a uretra, engloba todos os órgãos e condutos relacionados.

É o profissional responsável por tratar disfunções da bexiga, tumores renais e malformações urinárias que requerem intervenção cirúrgica. Além disso, realiza procedimentos cirúrgicos de substituição renal, como em casos de transplante renal.

Como é a primeira consulta com o nefrologista? 

Geralmente, a consulta com um nefrologista ocorre por meio de encaminhamento de outros profissionais da saúde. Em alguns casos, o próprio paciente pode perceber alterações em exames relacionados à função renal, à urina ou à pressão arterial e, por iniciativa própria, buscar o especialista nefrologista.   

No entanto, na maioria das vezes, os pacientes são encaminhados por médicos generalistas ou de outras especialidades, seja na atenção primária do SUS ou na saúde suplementar. 

Quais exames o nefrologista costuma solicitar? 

Existem inúmeros exames que podem ser utilizados dentro da especialidade, mas primeiramente, o nefrologista precisa entender como está a função renal do paciente. Para isso, podem ser necessários: 

  • Avaliação da função renal: exames bioquímicos, como ureia, creatinina e ácido úrico; coleta de urina em 24 horas para análise; coleta de sangue para avaliar a função renal do paciente. 
  • Identificação de síndromes e condições relacionadas: exames de sangue e urina para detectar síndromes como perda de proteína, perda de sangue, hipertensão, cálculos renais e perda progressiva da função renal. 
  • Monitoramento do metabolismo mineral: avaliação de marcadores como cálcio, fósforo e paratormônio, que têm relação com o metabolismo mineral. 
  • Foco no sistema hematopoético: monitoramento de plaquetas e níveis de hemoglobina para detectar possíveis problemas no sistema hematopoético, como anemia, relacionados à função renal. 
  • Imagem dos rins: realização de exames de imagem, como ultrassonografia renal, doppler das artérias renais, cintilografia renal e tomografia, para avaliar a estrutura e funcionamento dos rins. 

Vale ressaltar a importância da colaboração entre o urologista e o nefrologista no tratamento do cálculo renal. Enquanto o urologista é responsável por acessar, quebrar e remover os cálculos por meio de procedimentos cirúrgicos ou endourológicos, o nefrologista desempenha um papel crucial na avaliação metabólica do paciente, que vai ser fundamental na prevenção de formação de novos cálculos.

Pacientes com uma história de formação recorrente de cálculos renais, especialmente aqueles que apresentam cálculos frequentes ou que afetam a função renal, devem ser encaminhados ao nefrologista. Este especialista pode ajudar a identificar as causas metabólicas subjacentes que predispõem o paciente à formação de cálculos, contribuindo assim para um tratamento mais abrangente e preventivo.  

Assim, a colaboração entre urologista e nefrologista é essencial para garantir uma abordagem completa e eficaz no manejo do cálculo renal.  

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Fonte: Dr. José Mauro Vieira Junior, nefrologista do Hospital Nove de Julho 

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