Doença renal: o que é, sintomas e tratamentos
Silenciosa em estágio inicial, diagnóstico precoce é fundamental para tratamento mais eficiente
Eliminar as impurezas, regular a água e manter o equilíbrio das substâncias minerais do corpo que mantém a nossa saúde em dia, como ferro, potássio e cálcio. Essas são apenas algumas funções básicas dos rins em nosso corpo. Mas, quando eles perdem essa capacidade, temos um quadro de insuficiência renal, que pode ser aguda ou crônica.
Neste artigo, você vai ler:
Quando a alteração renal persiste por mais de 90 dias, estamos falando de um quadro crônico. Antes desse período, trata-se de uma fase passível de recuperação, o que podemos chamar de aguda.
O que diferencia a IRA (Insuficiência Renal Aguda) da IRC (Insuficiência Renal Crônica) é seu potencial de irreversibilidade. A IRA ocorre quando há uma piora rápida da função renal, mas a condição é possivelmente reversível. Já a IRC se desenvolve ao longo de meses ou anos, com uma perda de tecido renal lenta, progressiva e irreversível.
Para se ter uma ideia, segundo a SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia), até 2040, a doença renal crônica pode ser a 5ª maior causa de morte do mundo. Por isso, conhecer os fatores de risco e saber como prevenir pode ser crucial para não fazer parte dessa estatística.
Fatores de risco para a doença renal
- Hipertensão;
- Diabetes;
- Obesidade;
- Tabagismo;
- Histórico da família de doença renal;
- Abuso do uso de antiinflamatório.
Sinais e sintomas
Na fase inicial, a doença renal é silenciosa, podendo apresentar poucos sintomas, como diminuição na quantidade de urina e coceira na pele, ou praticamente nenhum sinal ou sintoma.
Já nas fases mais avançadas, quando o rim perde mais de 70% de sua função, o indivíduo pode apresentar sintomas como:
- Inchaço nas pernas;
- Alterações nas características da urina: com espuma ou avermelhada;
- Dificuldade de concentração;
- Diminuição de apetite;
- Cansaço.
Tratamento
O tratamento tem como objetivo evitar a progressão da doença. Portanto, é necessária uma mudança no estilo de vida. E isso inclui:
- Restrição alimentar e de líquidos;
- Alimentação rica em carboidratos e pobre em proteínas;
- Uso de medicamentos de acordo com orientação médica.
O acompanhamento e boa adesão de algumas condições, que são essas que compões os fatores de risco, como o diabetes, a pressão alta, e outras, também são pontos fundamentais na prevenção da doença renal. Se mesmo assim a doença progredir e atingir estágios mais avançados, que é quando o indivíduo chega a perder até 90% da função renal, é necessário o tratamento dialítico, que consiste na realização de hemodiálise, diálise peritoneal ou do transplante de rim. Explicamos a seguir:
Hemodiálise
Consiste em utilizar uma máquina que faz o trabalho que o rim não pode mais fazer, por meio de um sistema que inclui um acesso a uma veia, filtrando e limpando o sangue, retirando os resíduos que são prejudiciais ao organismo, como excesso de água e sais minerais.
Deste modo, a hemodiálise não trata a doença renal, mas substitui a função dos rins, sendo indicada para pessoas que não respondem positivamente aos medicamentos que controlam a doença.
Diálise peritoneal
Apesar de pouco utilizada no Brasil, a técnica é realizada após a inserção da solução de diálise, por meio de um cateter, no abdômen do indivíduo. A solução entra em contato com o sangue e retira o excesso de líquidos e impurezas que não estão sendo removidas naturalmente pelo rim.
Ambos tratamentos dialíticos permitem que a pessoa continue com as funções enquanto aguarda o transplante de rim, uma vez que o caminho para encontrar um doador vivo ou falecido é muitas vezes longo.
Transplante de rim
Embora não seja isento de risco, o transplante de rim é feito por meio de cirurgia, e atualmente é uma terapêutica que oferece a melhor qualidade de vida para o indivíduo.
Por fim, lembre-se: como a insuficiência renal pode não apresentar sintomas em seus estágios iniciais, o ideal é manter as consultas e exames sempre em dia, além de controlar algumas condições que merecem um tratamento adequado, como a pressão alta e o diabetes. Somente um médico é capaz de avaliar seu caso e/ou diagnosticar qualquer tipo de alteração nas funções renais. Para agendar sua consulta, basta clicar aqui
Fontes: Pedro Tulio Rocha, nefrologista do Hospital São Lucas Copacabana; Pedro Mendes, nefrologista especialista em transplantes do Hospital Brasília.
Referência: Sociedade Brasileira de Nefrologia e Ministério da Saúde