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    Creatinina alta: o que significa o resultado do exame

    Um aumento no nível dessa substância pode ser um indício de diminuição na função renal

    Por Raquel RibeiroPublicado em 09/08/2023, às 11:11 - Atualizado em 12/04/2024, às 11:49

    Creatinina alta

    A creatinina é uma substância produzida pelos músculos e responsável pela produção da energia necessária para a contração muscular. Ela é eliminada pelos rins através da urina. Sendo assim, a creatinina alta no sangue pode ser um sinal de que os rins não estão funcionando adequadamente. 

    Os rins são o filtro do nosso organismo, eliminando impurezas do nosso sangue e controlando a quantidade de água e sal do nosso corpo. Quando esse órgão não funciona bem, ficamos suscetíveis a diversas condições como anemia e outras doenças renais.

    O que é creatinina? 

    A creatinina é uma substância derivada do metabolismo da creatina, um composto encontrado nos músculos do corpo com a função de produzir energia nas células musculares. 

    A creatinina é eliminada principalmente pelos rins através da urina. Quando seus níveis estão elevados no sangue, pode ser um indício de problemas nos rins.

    Continue a leitura para entender mais sobre a creatinina alta, quais as causas e o que fazer se os seus níveis estiverem elevados. 

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    Quais os níveis normais de creatinina? 

    A quantidade de creatinina no sangue pode variar conforme a massa muscular, a dieta e o uso de medicamentos. Contudo, de modo geral, os níveis normais de creatinina são: 

    • Mulheres: entre 0,6 e 1,2mg/dl. 
    • Homens: entre 0,7 e 1,3mg/dl. 

    Pessoas jovens, musculosas e afrodescendentes podem ter níveis um pouco mais altos, enquanto idosos, desnutridos e indivíduos com pouca massa muscular podem apresentar níveis mais baixos.  

    Creatinina alta: o que pode ser? 

    A creatinina é um indicador relevante da função renal, pois seus níveis no sangue podem apontar para um possível comprometimento na filtração dos rins.

    Dentre as principais causas de creatinina alta estão: 

    • Hipertensão: a pressão alta causa lesão nos pequenos vasos renais. 
    • Diabetes: se descontrolado, o diabetes pode danificar os vasos sanguíneos. 
    • Choque circulatório, que pode ser causado por infecção generalizada ou insuficiência cardíaca grave; 
    • Desidratação; 
    • Queimaduras extensas; 
    • Excesso de diuréticos; 
    • Obstrução dos rins; 
    • Glomerulonefrite aguda (inflamação nas unidades filtrantes do rim, chamadas glomérulos). 
    • Outras possíveis causas são: atividade física excessiva, jejum prolongado, hipertireoidismo, desnutrição etc. 

    Vale ressaltar que qualquer suspeita ou alteração nos níveis de creatinina deve ser avaliada por um médico. Só ele pode fazer uma análise completa, entender a causa do comprometimento renal e determinar a abordagem terapêutica mais adequada.

    A detecção precoce e o acompanhamento médico adequado são essenciais para preservar a saúde renal e prevenir complicações mais graves. 

    Relação entre ureia e creatinina alta 

    De forma geral, a elevação da ureia (substância produzida pelo fígado) e da creatinina costuma ter relação. Em outras palavras, quando ocorre perda aguda ou crônica da função renal devido a condições como diabetes ou hipertensão, a ureia também tende a aumentar.  

    Ambos os marcadores são importantes indicadores da função renal e podem fornecer informações cruciais sobre a saúde dos rins. 

    Sintomas de creatinina alta 

    A creatinina elevada pode ser indício de uma doença nos rins. Por isso, é importante estar atento aos seguintes achados, que podem indicar uma possível doença renal crônica:  

    • Hipertensão arterial sistêmica (pressão alta). 
    • Formação de edemas, ou seja, inchaços causados pelo acúmulo de líquidos entre os tecidos que compõem o corpo. 
    • Alterações no exame de urina. 
    • Histórico familiar de pessoas que já tiveram doença renal. 

    Como é feito o exame? 

    A creatinina é um exame de sangue que dosa a quantidade dessa substância, e funciona como um biomarcador para avaliar o funcionamento renal. É um exame fácil, barato, feito em poucas horas e que pode monitorar a função renal em pacientes em risco. 

    Nesse sentido, é fundamental realizar exames regulares, incluindo a medição da creatinina, para rastrear e diagnosticar precocemente qualquer alteração ou comprometimento da função renal, especialmente em pacientes que apresentam riscos. 

    Quando a creatinina alta é preocupante? 

    A elevação da creatinina é sempre motivo de preocupação, pois, em geral, indica um comprometimento significativo da função renal, geralmente de pelo menos 40 a 50%.

    Variações na creatinina podem sinalizar problemas renais graves, exigindo atenção médica para tratar o quadro e prevenir complicações.  

    Fatores de risco 

    Alguns fatores de risco aumentam as chances de elevar a creatinina: 

    • Hipertensão: pressão alta. 
    • Diabetes: doença que afeta o processamento de açúcar no corpo. 
    • Lúpus: doença inflamatória, onde o organismo é atacado pelo próprio sistema imunológico. 
    • Doença renal policística: condição hereditária que causa cistos nos rins. 
    • Nefrite: condição inflamatória que afeta a capacidade do rim de filtrar os resíduos tóxicos. 
    • Obstrução urinária: pode ocorrer a insuficiência renal se o fluxo de ambos os rins ficar obstruído. 

    O aumento da creatinina pode ocorrer de forma lenta e gradual, permitindo um tempo para investigação e tomada de medidas adequadas.

    Mas, se a função renal se alterar rapidamente e a creatinina aumentar de forma aguda, caracterizando uma injúria renal aguda, é necessária uma abordagem mais urgente e rápida na investigação e tratamento.

    Portanto, é fundamental identificar o comprometimento da função renal por meio de uma investigação com um nefrologista. A abordagem terapêutica será baseada na identificação da causa subjacente da disfunção renal, permitindo o tratamento da condição específica.

    Como é feito o tratamento? 

    Não existe um tratamento específico para a creatinina elevada em si.  

    A creatinina elevada é um sinal de disfunção renal e, nesses casos, é importante realizar uma investigação para compreender a razão pela qual os rins estão apresentando uma filtragem comprometida e a creatinina está elevada.

    Dieta para creatinina alta 

    Pessoas com comprometimento importante da função renal (abaixo de 30%), devem ser orientados por um nutricionista a seguir uma dieta evitando o consumo excessivo de proteína animal. 

    É importante que o paciente tenha uma dieta adequada para a sua condição clínica. Por exemplo, os pacientes com diabetes devem seguir uma dieta específica. Além disso, pacientes com creatinina elevada, especialmente quando acompanhada de hipertensão arterial sistêmica, devem ser orientados a fazer uma dieta com baixo teor de sódio. 

    Embora não haja consenso sobre o vegetarianismo ou veganismo como condutas para pacientes com doença renal crônica, algumas evidências sugerem que essas abordagens podem reduzir a sobrecarga nos rins e retardar a progressão da perda da função renal ao longo do tempo. No entanto, não há uma diretriz médica definitiva sobre o tema. 

    Qual médico procurar? 

    É essencial que todo paciente com creatinina alta seja avaliado por um nefrologista ou por um médico com conhecimento em problemas renais. O mais importante é diagnosticar a condição renal do paciente precocemente e propor um plano de tratamento adequado, visando preservar a função renal e melhorar a qualidade de vida. 

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    Fonte: Dr. José Mauro Vieira Junior, nefrologista do Hospital Nove de Julho (SP) 

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