Hematologista: o que é, quando procurar um e exames necessários
O hematologista é o médico especialista em doenças hematológicas, ou seja, aquelas que comprometem a produção ou funcionamento dos componentes do sangue.
Neste artigo, você vai ler:
Fonte: Sérgio Brasil, médico hematologista do Instituto de Oncologia do Hospital Santa Paula (SP).
A hematologia é a área da medicina que estuda as doenças que afetam o sangue. O sangue é composto pela parte liquida, chamada plasma, e a parte dos elementos sólidos dos quais fazem parte os glóbulos vermelhos, que atuam no transporte de oxigênio para todo o corpo; os glóbulos brancos, que atuam no sistema imunológico e as plaquetas que agem no processo de coagulação.
Estes elementos sólidos são fabricados na medula óssea que se localiza no tutano dos ossos do corpo. No plasma também se encontram várias proteínas – entre as quais aquelas que auxiliam na imunidade (como as imunoglobulinas e os anticorpos) e na coagulação (os fatores de coagulação).
Sendo assim, o hematologista é o especialista que cuida de doenças como leucemias, linfomas e diversos tipos de anemia, excesso de ferro, alteração na produção de imunoglobulinas e problemas de coagulação. Esse profissional ainda é o responsável pelo transplante de medula óssea.
Hematologista: o que é?
O hematologista é o médico que identifica e trata alterações no sangue. É o responsável pelo cuidado das doenças hematológicas, ou seja, do sangue, da medula óssea, do baço e dos linfonodos (também chamados ínguas ou gânglios).
Nessa especialidade, as doenças podem receber diversos tratamentos de acordo com suas causas. Estes tratamentos podem ser simples como reposição de ferro e vitaminas, ou complexos como quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e o transplante de medula óssea.
Quais são as doenças hematológicas mais comuns?
As doenças hematológicas são aquelas que comprometem a produção ou funcionamento dos componentes do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas – todos produzidos na medula óssea. Também são componentes do sangue algumas proteínas fabricadas no fígado e que são fundamentais no processo de coagulação.
O hematologista é capaz de tratar diversas doenças hematológicas, sendo que as mais comuns são: os vários tipos de anemia, distúrbios na coagulação do sangue como plaquetas baixas, hemofilia ou trombose, linfomas, leucemias agudas ou crônicas e mieloma múltiplo.
Anemia
A anemia pode ser definida como a baixa quantidade de glóbulos vermelhos no sangue. Como a hemoglobina (proteína mais importante dos glóbulos vermelhos) ajuda a transportar oxigênio pelo organismo, os vários tecidos e órgãos do corpo sofrem com essa falta de oxigenação.
O tratamento para esse quadro depende de sua causa, que pode ser desde a deficiência de algum nutriente como ferro ou vitaminas até alteração na medula óssea que leva à falta de produção dos glóbulos vermelhos.
Alguns sintomas comuns presentes em qualquer tipo de anemia são:
- Fadiga;
- Indisposição;
- Palidez;
- Falta de ar;
- Vertigem;
- Tontura;
- Batimentos cardíacos acelerados
Leucemia
A leucemia é o câncer que atinge os glóbulos brancos do sangue. Ela acontece quando células que formarão os glóbulos brancos sofrem mutação genética antes de atingirem a maturidade, ainda na medula óssea. Estas mutações acabam levando as células cancerosas a se reproduzirem com maior velocidade. Então, as células saudáveis acabam sendo substituídas pelas cancerosas.
Existem vários tipos de leucemia e os principais sintomas são:
- Febre ou calafrios;
- Fadiga ou fraqueza persistente;
- Infecções recorrentes;
- Gânglios linfáticos inchados, fígado ou baço aumentado;
- Maior facilidade para sangramento ou hematomas;
- Manchas vermelhas na pele;
- Dor ou aumento de sensibilidade nos ossos.
Linfoma
O linfoma é um dos cânceres do sangue. Ele surge no sistema linfático, composto por uma rede de pequenos vasos e gânglios linfáticos e onde estão presentes um tipo específico de glóbulos brancos chamados linfócitos.
Os linfomas se dividem em dois grupos: linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin, sendo que os sintomas são muito semelhantes. Entre os sintomas comuns do linfoma, podemos destacar:
- Inchaço sem dor nos linfonodos (gânglios) do pescoço, axilas e/ou virilha;
- Tosse, falta de ar e dor no peito;
- Perda de peso repentina sem causa aparente e perda de apetite;
- Desconforto e distensão abdominal;
- Febre, calafrios e suores noturnos;
- Coceira no corpo e pele seca;
- Aumento do fígado ou do baço.
Mieloma Múltiplo
O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que se desenvolve nas células presentes na medula óssea que fazem parte da defesa do nosso organismo – os plasmócitos. São estas células que produzem as imunoglobulinas – também camadas gamaglobulinas.
No Mieloma Múltiplo, o organismo produz plasmócitos alterados ao invés de saudáveis, o que leva a alteração na produção de imunoglobulinas. Esta alteração também pode gerar anemia, insuficiência renal e lesões/fraturas ósseas espontâneas.
Na fase inicial, a doença pode apresentar pouco ou nenhum sintoma. Mas, quando surgem os sintomas, os mais comuns são:
- Dor óssea, principalmente na coluna, bacia ou no tórax;
- Náusea
- Perda de apetite e/ou de peso;
- Confusão mental;
- Fadiga;
- Infecções recorrentes;
- Fraqueza ou dormência nas pernas;
- Muita sede.
Síndrome Mielodisplástica
A Síndrome Mielodisplástica acontece quando as células da medula óssea passam por problemas em seu amadurecimento. Assim, ela representa um quadro que já mostra alterações na fabricação de elementos do sangue.
O quadro pode surgir em apenas uma linhagem de células – a dos glóbulos vermelhos é a mais comum – ou duas ou em todas elas: glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. A depender do grau de alteração, a Síndrome Mielodisplásica pode estar mais distante ou mais próxima de uma leucemia.
Os sintomas variam de acordo com o tipo de célula afetada, mas, em geral, podemos destacar:
- Fadiga ou falta de ar;
- Palidez por causa de anemia;
- Aumento da facilidade para hematomas ou sangramentos no corpo;
- Infecções frequentes.
Coagulopatias
As coagulopatias são doenças que podem afetar os mecanismos da coagulação do sangue. Estas alterações podem causar sangramentos contínuos, espontâneos ou excessivos – quando o sangue não coagula rapidamente – ou tromboses (coágulos nas veias ou artérias).
Alguns sintomas de coagulopatias são:
- Sangramento sem causa aparente, principalmente do nariz;
- Sangramento excessivo de cortes ou ferimentos;
- Dor, aperto ou inchaço nas articulações;
- Sangue na urina ou nas fezes;
- Pequenas manchas vermelhas ou roxas sob a pele;
- Dor, vermelhidão e inchaço nas pernas;
- Dor no peito e falta de ar.
Quando procurar um hematologista?
O hematologista deve ser procurado quando, nos exames de rotina, forem identificadas alterações no sangue. Entre estas alterações, podemos citar o aumento ou queda na concentração de hemácias, hemoglobina, leucócitos e plaquetas.
Além disso, podem surgir alguns sintomas que exigem uma investigação por parte do hematologista. Entre eles, estão:
- Surgimento de manchas roxas pelo corpo que demoram a sair;
- Infecções de repetição;
- Aumento e inchaço de gânglios em regiões próximas ao pescoço, axila e virilha;
- Sangramentos intensos;
- Dificuldade em cicatrizar lesões.
O diagnóstico precoce dos sintomas aumenta as chances de cura e reduz as de complicações.
Quais exames o hematologista pode solicitar?
Os exames de sangue solicitados pelo hematologista dependem do levantamento feito durante a consulta médica. Mas, entre os exames da área de hematologia estão:
- Hemograma: analisa os glóbulos vermelhos, brancos e as plaquetas do sangue
- Outros exames de sangue: analisam as proteínas e os nutrientes do sangue
- Coagulograma: conjunto de testes que analisa a capacidade de coagulação do paciente
- Exames de medula óssea: obtido a partir de uma amostra de punção da medula óssea (sob anestesia), tem como objetivo examinar as características do líquido para diagnóstico de alterações como a leucemia
Hematologista online: como é feita a consulta?
Existe a possibilidade de consultar um hematologista online. No entanto, é importante que, em casos de doenças crônicas, sejam realizadas consultas presenciais regulares para que o médico avalie detalhadamente as condições clínicas do paciente.
No atendimento remoto, assim como no presencial, o paciente divide com o hematologista suas principais queixas, bem como seu histórico pessoal e familiar de doenças hematológicas. Somente após uma vasta investigação, o médico poderá solicitar exames (se for o caso) para chegar a um diagnóstico preciso.
É recomendado ter em mãos exames já realizados. Para que a teleconsulta ocorra da melhor maneira, vale se preparar e seguir alguns passos:
- Checar se a rede Wi-Fi está com um bom sinal;
- Testar a câmera e o microfone do aparelho utilizado;
- Escolher um ambiente privativo, silencioso e com boa iluminação.