O que fazer em casos de ataque cardíaco?
Veja um passo a passo e saiba como agir se você ou alguém próximo suspeitar de um infarto
Tempo é músculo. Essa famosa frase entre médicos ilustra a importância da atenção imediata em suspeitas de infarto. Ele ocorre quando o coração pede um volume de oxigênio que as artérias não conseguem levar – em geral, por conta de alguma obstrução de vasos sanguíneos localizados no músculo do coração. Assim, o tecido na região começa a morrer e, quanto mais tempo se demora para desobstruir as artérias, mais músculo é perdido e maior o risco de óbito.
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Por isso é importante se atentar aos sinais que o corpo manda. Se você ou alguém próximo sentir uma dor imensa no peito, acompanhada de uma espécie de pressão ou peso, que não passa com o repouso, ligue o alerta. O desconforto pode irradiar para as costas, mandíbula, rosto, braço esquerdo e, algumas vezes, para o direito e o estômago. Além disso, é comum virem palpitações, suor frio e falta de ar.
Não é preciso dar check na lista inteira para procurar um médico. Cada segundo vale muito nessa corrida contra o tempo. “Algo entre 30% e 50% das vítimas de infarto morrem em casa ou a caminho do hospital. Então, não hesite em buscar ajuda. Esse é um daqueles casos em que é melhor pecar pelo excesso”, argumenta o cardiologista Francisco Maia, professor do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
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Confira um passo a passo do que fazer em caso de estar junto a uma pessoa com suspeita de infarto.
1. Procure atendimento imediato
O primeiro passo é pedir ajuda. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pode ser acionado pelo número 192 e possui uma equipe de enfermeiros, médicos, e condutores-socorristas treinados para esse tipo de ocorrência, além de contar com macas, aparelhos e toda a estrutura necessária para atender uma vítima de ataque cardíaco.
Se a vítima estiver acordada, pergunte a ela todos os sintomas e explique a gravidade da situação por telefone. Se o indivíduo estiver inconsciente, reforce isso durante o pedido de socorro.
Se notar que a ambulância pode demorar mais de 15 minutos, vá para o hospital de Uber, táxi ou carro particular, diz o médico. “Quanto mais imediato for o atendimento, maiores serão as chances de sobrevivência”, diz.
2. Reduza os esforços da vítima
Como já mencionado, no infarto, o coração pede mais oxigênio do que o organismo consegue levar. Então, reduza ao máximo o esforço mental e físico da vítima. Também afrouxe as roupas do paciente e o coloque em uma superfície plana. É importante acalmá-lo, mas não dê água, comida, nem calmantes.
3. Dê dois comprimidos de ácido acetilsalicílico (AAS)
Caso a pessoa não seja alérgica ao ácido acetilsalicílico (AAS), dê dois comprimidos do remédio para que ele seja mastigado enquanto o socorro não vem. O medicamento é conhecido pelo potencial anticoagulante e, embora não consiga desfazer trombos que já existem, pode impedir a formação de novos coágulos.
4. Caso a pessoa esteja inconsciente, sem pulso e sem respiração, inicie a massagem cardíaca
Segundo o médico, se a pessoa ficar inconsciente, sem pulso e respiração, os danos cerebrais não levam mais do que quatro minutos para aparecerem. Por isso, é importante reanimá-la o quanto antes, seja por meio de massagem cardíaca, seja com o desfibrilador, caso tenha algum por perto.
Fonte: Francisco Maia, professor do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Referências: Cardiometro – Sociedade Brasileira de Cardiologia e Revista da Associação Brasileira de Cardiologia.