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    Como se pega Entamoeba histolytica? Saiba os riscos e como se proteger

    A Entamoeba histolytica é um protozoário que pode ser transmitido pelo consumo de água e alimentos contaminados.

    Fonte: Dra. Luisa Frota ChebaboInfectologistaPublicado em 19/11/2025, às 17:30 - Atualizado em 20/11/2025, às 16:34

    Entamoeba histolytica

    Entamoeba histolytica é um protozoário que pode infectar o ser humano e ser transmitido principalmente pelo consumo de água e alimentos contaminados. Embora seja mais comum em áreas com condições precárias de higiene e de saneamento básico inadequado, pesquisadores estimam que a doença acometa 50 milhões de pessoas no mundo e provoque até 100 mil mortes todos os anos. Continue a leitura e saiba mais sobre como essa infecção ocorre e o que ela pode causar.

    Entamoeba histolytica: o que é? 

    Entamoeba histolytica é um protozoário e mais conhecida simplesmente como ameba. No entanto, este tipo específico de ameba pode infectar o aparelho digestivo do ser humano, incluindo estômago e intestino, causando a doença conhecida como amebíase. Em casos mais graves (e mais raros), a infecção pode se espalhar para outros órgãos, como o fígado, pulmões e até o cérebro.  

    Como ocorre a transmissão? 

    Entamoeba histolytica é transmitida quando uma pessoa ingere os cistos do parasita, que são uma forma resistente da ameba capaz de sobreviver no ambiente.  

    Esses cistos são eliminados pelas fezes de indivíduos infectados. E, por isso, a doença tem mais risco de ocorrer em locais com condições precárias de higiene e saneamento básico, ambiente que facilita a contaminação de água e alimentos consumidos por humanos.  

    A infecção ocorre de algumas maneiras comuns, como:  

    • Água contaminada: beber água que entrou em contato com fezes infectadas por cistos;  
    • Alimentos contaminados: frutas, verduras e outros alimentos podem conter os cistos do parasita se forem lavados com água suja ou cultivados com fertilizantes à base de dejetos humanos contaminados; 
    • Contato direto: a transmissão também pode acontecer por meio do contato oral-anal com uma pessoa infectada.  

    Uma vez dentro do corpo, os cistos se rompem e liberam a ameba ativa (também chamada de trofozoíto) no intestino delgado. Em seguida, os trofozoítos migram e se instalam no intestino grosso, onde podem se multiplicar. Algumas amebas, no entanto, voltam à forma de cistos, que são então eliminados pelas fezes e reiniciam o ciclo de transmissão. 

    Como prevenir? 

    A prevenção da amebíase está diretamente relacionada às medidas de higiene e saneamento básico. Elas incluem: 

    • Lavar bem as mãos com água e sabão antes das refeições e após usar o banheiro; 
    • Evitar consumir água sem tratamento (fervê-la ou filtrá-la antes do consumo); 
    • Lavar frutas e verduras com água potável e, se possível, deixá-las de molho em solução com hipoclorito de sódio ou água sanitária; 
    • Evitar consumir alimentos crus vendidos em locais de procedência duvidosa; 
    • Evitar o contato com fezes e esgoto.

    Sintomas da infecção por Entamoeba histolytica 

    Chamada de colite amebiana, a infecção intestinal causada pela Entamoeba histolytica não causa sintomas em cerca de 90% dos indivíduos infectados. Quando eles surgem, no entanto, os mais comuns incluem: 

    • Diarreia; 
    • Dor abdominal; 
    • Mal-estar generalizado; 
    • Náuseas; 
    • Febre baixa 
    • Falta de apetite; 
    • Presença de sangue e muco nas fezes. 

    Riscos 

    A amebíase pode se tornar potencialmente perigosa para a saúde quando o parasita atravessa a parede intestinal e atinge outros órgãos – uma condição chamada de amebíase extraintestinal que provoca a formação de abcessos nesses tecidos. Nesse caso, as principais complicações incluem: 

    Fígado

    O abscesso hepático amebiano é a complicação mais frequente fora do trato intestinal. Ele pode surgir meses ou até anos depois da exposição ao parasita e causa aumento do fígado e sensibilidade ao toque na região. Icterícia (pele e olhos amarelados) é um achado raro, presente em menos de 10% dos casos. 

    Trato respiratório

    Embora raras, as complicações pulmonares podem ocorrer quando a infecção afeta a pleura e os pulmões, causando dificuldade para respirar, febre e tosse.  

    Infecção cardíaca

    Essa é uma complicação ainda menos comum, ocorrendo quando um abscesso no fígado se rompe e atinge o pericárdio (membrana que envolve o coração). Isso pode levar à inflamação cardíaca (pericardite) e tamponamento cardíaco, uma condição grave que compromete o funcionamento do coração. 

    Infecção cerebral

    Os casos de infecção no cérebro são extremamente raros, mas quando ocorrem, podem evoluir rapidamente, havendo ainda a possibilidade de morte. Os sintomas incluem dor de cabeça intensa, vômitos e alterações no estado mental, progredindo de forma prejudicial. 

    Quando procurar por um médico? 

    É importante consultar um médico sempre que houver sinais de infecção intestinal, como vômitos e diarreia, especialmente em crianças e idosos e/ou se os sintomas se tornarem intensos e duradouros.  

    A diarreia prolongada, principalmente quando acompanhada de dor abdominal intensa e presença de sangue ou muco nas fezes, é um dos principais sintomas de amebíase e exige atenção.  

    Além do exame clínico, o médico poderá requisitar outros exames, como análises de sangue e de fezes em busca de calprotectina fecal (proteína que sinaliza a presença de inflamação no intestino) e ainda análises para descartar outras parasitoses intestinais (como a giardíase).

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