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    O que a infecção por Escherichia coli (E. Coli) pode causar?

    A Escherichia coli (E. Coli) é uma bactéria da flora intestinal, mas certos tipos podem causar quadros de diarreia ou infecção urinária (cistite).

    Fonte: Dra. Damiana Montes SantosInfectologistaPublicado em 19/11/2025, às 17:10 - Atualizado em 20/11/2025, às 16:43

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    A bactéria Escherichia coli pode ser encontrada no intestino humano e de animais, nas fezes e no ambiente. A maioria destas bactérias é inofensiva e faz parte do trato gastrointestinal saudável, mas alguns tipos de E. coli podem causar diferentes infecções 

    O nome geralmente aparece ligado a surtos de contaminação alimentar, causando infecções intestinais e diarreias, mas elas podem também comprometer outras regiões do corpo, como o trato urinário, causando infecções urinárias, pneumonias e outras infecções. Siga a leitura, entenda como ela age e o que fazer.

    Escherichia coli (E. Coli): o que é? 

    Escherichia coli (E. Coli) é uma bactéria. A maioria dos seus tipos vive naturalmente no intestino de pessoas e animais saudáveis. Mas as cepas patogênicas produzem toxinas que causam infecções intestinais (gastroenterite). E elas podem levar a quadros de diarreia e enterocolite, que é a inflamação do intestino. 

    Já outras cepas comprometem o trato urinário, causando a infecção do trato urinário (ITU). O problema mais comum é a cistite, que é a infecção da bexiga. A E. coli é, de longe, a principal bactéria nesses casos. E. coli também pode infectar apenas a uretra, causando a uretrite. 

    Se a infecção não for tratada, ela pode progredir para os rins. Isso provoca a pielonefrite, uma infecção renal considerada grave. Em homens, infecções urinárias não tratadas podem levar à orquite, uma inflamação nos testículos. 

    A E. coli também é uma das causas de sepse neonatal, uma infecção generalizada em recém-nascidos. Além disso, podem ser agentes de outras infecções como infecção de corrente sanguínea, prostatite, doença inflamatória pélvica, colecistite, pneumonia e meningites. 

    Como ocorre a transmissão da Escherichia coli? 

    A transmissão da E. coli patogênica (que causa doença) acontece principalmente por: consumo de água ou alimentos contaminados; ou pelo contato das mãos com animais, pessoas ou ambiente contaminados, e levando até a boca.  

    A forma mais comum de surto é a fecal-oral: fezes de animais ou pessoas contaminadas poluem a água ou plantações. E os maiores riscos estão em: 

    • Comer carne malpassada (especialmente moída). 
    • Beber leite cru ou sucos não pasteurizados. 
    • Ingerir vegetais e hortaliças mal lavados. 
    • Nadar ou engolir água de locais poluídos (rios, piscinas). 

    No caso das infecções urinárias, a transmissão é diferente. A bactéria do próprio indivíduo pode ser levada do ânus ou das fezes para a uretra, e isso é muito comum em mulheres. A anatomia feminina (uretra curta e próxima ao ânus) facilita essa contaminação. 

    Em hospitais, o uso de cateteres urinários também pode facilitar a entrada da bactéria. Já em bebês, a transmissão da E. coli pode acontecer da mãe para o feto durante a gestação ou no parto. 

    Formas de prevenir 

    A prevenção da E. coli passa por bons hábitos de higiene e cuidado no preparo dos alimentos. Para infecções urinárias, a higiene íntima é o fator principal. 

    O que deve ser inegociável: 

    • Sempre lavar as mãos após usar o banheiro, antes de comer, antes e depois de preparar refeições e após contato com animais. 
    • Cozinhar bem os alimentos, especialmente carnes. O calor mata a bactéria. 
    • Lavar frutas e vegetais em água corrente, mesmo os que serão descascados. 
    • Evitar contaminação cruzada, ou seja, não usar a mesma tábua ou faca para carnes cruas e vegetais. 
    • Utilize tábuas para cortar carnes de plástico, silicone, cerâmica ou vidro, pois tábuas de madeira são mais difíceis de limpar completamente, podendo permanecer bactérias em sua superfície. 
    • Só consumir água tratada. 
    • Beber bastante água. 
    • Urinar após relações sexuais, já que isso ajuda a eliminar bactérias que possam ter entrado na uretra. 
    • Para mulheres, limpar-se sempre da frente para trás após evacuar. 

    Sintomas da infecção por Escherichia coli 

    Na infecção intestinal, os sinais mais comuns são fortes cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarreia, que pode ser aquosa ou até conter sangue. A febre não é tão comum, mas pode acontecer. Lembrando que os sintomas costumam aparecer de três a cinco dias após o contato com a bactéria. 

    Quando a E. coli compromete a bexiga (cistite), os sintomas mais comuns são: 

    • Dor ou ardência forte ao urinar. 
    • Vontade urgente de ir ao banheiro a todo momento. 
    • Sensação de que a bexiga nunca esvazia. 
    • Urina turva ou com cheiro forte. 
    • Às vezes, sangue na urina. 

    Se a bactéria progride para os rins, o quadro é mais grave. A infecção renal, chamada pielonefrite, causa os sintomas da cistite, mas acompanhados de: 

    • Febre alta e calafrios. 
    • Dor lombar intensa (nas costas, na altura dos rins). 
    • Mal-estar geral. 
    • Náuseas e vômitos. 

    Quando procurar por um médico? 

    É preciso procurar um médico se os sintomas forem intensos ou não melhorarem. No caso intestinal, são sinais de alerta: diarreia com sangue, vômitos persistentes que impedem a hidratação ou febre alta. 

    Para sintomas urinários, é essencial procurar ajuda logo. Ardência ao urinar e vontade frequente já indicam a necessidade de avaliação. Não se deve “esperar passar”. 

    A busca por ajuda médica é urgente se surgirem sintomas de pielonefrite, como febre e dor nas costas. A infecção renal pode ser grave quando não tratada, podendo causar infecções generalizadas, sepse e outras complicações. 

    Em bebês, qualquer sinal de febre, dificuldade para mamar, irritabilidade ou diarreia deve ser avaliado por um pediatra imediatamente. 

    Exames que auxiliam no diagnóstico de Escherichia coli 

    O diagnóstico é feito a partir da entrevista do paciente, com a investigação de sinais e sintomas, além do exame físico. Se a suspeita for infecção intestinal, o médico pode pedir exames complementares como o de fezes. Se for urinária, o exame de urina pode ser solicitado inicialmente. 

    O exame urina tipo 1 pode mostrar se há sinais de infecção (leucócitos, bactérias), mas a avaliação clínica do paciente ainda é a principal informação a ser considerada. Para confirmar qual é a bactéria e qual antibiótico funciona, o médico pede a urocultura com antibiograma. 

    Para diarreias graves ou surtos, o médico solicita a coprocultura, um exame de cultura das fezes. Ele identifica se a E. coli (ou outra bactéria) está causando a infecção intestinal. 

    Se há suspeita de pielonefrite, o médico pode pedir exames de sangue para avaliar a função dos rins e se a infecção é mais grave. Exames de imagem, como ultrassom ou tomografia, também podem ser usados para ver o estado dos rins.

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    Formas de tratamento 

    Infecções urinárias, como cistite e pielonefrite, são tratadas com antibióticos receitados pelo médico. E o paciente deve seguir o tratamento, com a dose e frequência exatas prescritas, até o final, mesmo que os sintomas desapareçam antes. Parar no meio pode fazer a infecção voltar ainda mais forte e difícil de tratar. 

    Já nas infecções intestinais (gastroenterites) causadas por E. coli, o foco costuma ser a hidratação. A pessoa precisa repor os líquidos e sais minerais perdidos na diarreia. E isso é feito com soro oral, água, chás e sopas. 

    A maioria dos casos intestinais melhora sozinha. Não utilize medicamentos antidiarreicos sem prescrição médica, pois podem prolongar o quadro.

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