Bradicardia: quando o coração bate devagar demais
Além do exame físico feito na consulta, o cardiologista pode pedir exames complementares para avaliar a condição

Nem sempre a bradicardia é motivo de preocupação. Mas, em alguns casos, ela pode indicar que algo não vai bem com o coração. Neste texto, vamos explicar de forma simples o que é a bradicardia, quando ela é normal, quando exige atenção médica e como são feitos o diagnóstico e o tratamento.
Neste artigo, você vai ler:
Bradicardia: o que é?
A bradicardia é um ritmo cardíaco mais lento que o normal. Em adultos, considera-se bradicardia quando a frequência cardíaca em repouso cai para menos de 50 ou 60 batimentos por minuto (bpm).
Nosso coração funciona como uma bomba que leva oxigênio para todo o corpo. Quando bate devagar demais, pode não conseguir distribuir sangue suficiente para os órgãos — principalmente o cérebro. Por isso, surgem sintomas como tontura, desmaio ou cansaço.
Mas atenção: nem toda bradicardia é perigosa. Em pessoas jovens, atletas ou bem condicionadas fisicamente, um pulso mais lento pode ser sinal de saúde e eficiência do coração. Já em idosos ou pessoas com outros problemas cardíacos, pode indicar desgaste no sistema elétrico do coração.
Quais são as causas?
As principais causas da bradicardia são:
- Envelhecimento: com o tempo, o sistema elétrico do coração pode ficar mais lento, como qualquer parte do corpo.
- Problemas no “marcapasso natural” do coração: o nó sinusal, que dá o comando para os batimentos, pode falhar.
- Bloqueios na condução elétrica: mesmo que o nó sinusal funcione, os sinais podem não chegar corretamente ao resto do coração.
- Uso de medicamentos: remédios para pressão alta (como betabloqueadores), antidepressivos e outros podem diminuir os batimentos.
- Outras doenças: como hipotireoidismo, apneia do sono, inflamação no coração (miocardite) ou alterações nos níveis de potássio e magnésio.
Sintomas da bradicardia
Quando o coração bate devagar demais e o sangue não circula como deveria, os sinais mais comuns são:
- Tontura ou sensação de cabeça leve;
- Cansaço fora do normal (mesmo em repouso);
- Sensação de desmaio ou desmaios frequentes;
- Falta de ar sem esforço;
- Confusão mental ou perda de memória;
- Dificuldade para fazer atividades simples do dia a dia.
Vale lembrar que muitas pessoas se acostumam com esses sintomas e acham que é “coisa da idade”. Por isso, é importante prestar atenção.
Quando procurar por um médico?
Se você sentir sintomas como tontura, falta de ar, fadiga anormal ou desmaios, é importante procurar um cardiologista. Esses sinais indicam que o coração pode estar batendo devagar demais e não conseguindo fornecer sangue suficiente para o corpo — especialmente para o cérebro.
Mesmo que você não sinta sintomas intensos, uma frequência cardíaca constantemente abaixo de 50 batimentos por minuto deve ser avaliada — especialmente se você não for atleta ou não tiver excelente preparo físico.
Em muitos casos, a bradicardia é benigna, mas apenas um médico pode confirmar isso com segurança.
Exames que auxiliam no diagnóstico da bradicardia
Além da consulta e do exame físico, o cardiologista pode pedir:
- Eletrocardiograma (ECG): registra a atividade elétrica do coração e detecta se há arritmia.
- Holter 24h: monitora o coração durante o dia todo, detectando pausas e quedas de frequência.
- Teste de esforço: avalia como o coração reage durante o exercício.
- Ecocardiograma: mostra as estruturas do coração, como válvulas e músculos, ajudando a entender se há alguma causa associada.
Tratamentos para a bradicardia
O tratamento da bradicardia depende da causa:
- Se for efeito de medicamentos, o médico pode ajustar a dose ou trocar o remédio.
- Se for por outras doenças (como hipotireoidismo ou distúrbios eletrolíticos), o tratamento da causa pode resolver a bradicardia.
- Se for uma falha permanente no sistema elétrico, o tratamento indicado costuma ser o implante de um marcapasso.
O que é o marcapasso?
O marcapasso é um pequeno dispositivo colocado sob a pele, geralmente próximo à clavícula. Ele monitora os batimentos e envia um impulso elétrico sempre que o coração fica lento demais. Os modelos atuais são seguros, discretos e têm bateria que pode durar mais de 10 anos.