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    Bradicardia: quando o coração bate devagar demais

    Além do exame físico feito na consulta, o cardiologista pode pedir exames complementares para avaliar a condição

    Fonte: Dr. Thiago Nóbrega de OliveiraCardiologista clínico e intervencionistaPublicado em 09/09/2025, às 15:23 - Atualizado em 09/09/2025, às 15:25

    bradicardia

    Nem sempre a bradicardia é motivo de preocupação. Mas, em alguns casos, ela pode indicar que algo não vai bem com o coração. Neste texto, vamos explicar de forma simples o que é a bradicardia, quando ela é normal, quando exige atenção médica e como são feitos o diagnóstico e o tratamento.

    Bradicardia: o que é? 

    A bradicardia é um ritmo cardíaco mais lento que o normal. Em adultos, considera-se bradicardia quando a frequência cardíaca em repouso cai para menos de 50 ou 60 batimentos por minuto (bpm). 

    Nosso coração funciona como uma bomba que leva oxigênio para todo o corpo. Quando bate devagar demais, pode não conseguir distribuir sangue suficiente para os órgãos — principalmente o cérebro. Por isso, surgem sintomas como tontura, desmaio ou cansaço. 

    Mas atenção: nem toda bradicardia é perigosa. Em pessoas jovens, atletas ou bem condicionadas fisicamente, um pulso mais lento pode ser sinal de saúde e eficiência do coração. Já em idosos ou pessoas com outros problemas cardíacos, pode indicar desgaste no sistema elétrico do coração. 

    Quais são as causas? 

    As principais causas da bradicardia são: 

    • Envelhecimento: com o tempo, o sistema elétrico do coração pode ficar mais lento, como qualquer parte do corpo. 
    • Problemas no “marcapasso natural” do coração: o nó sinusal, que dá o comando para os batimentos, pode falhar. 
    • Bloqueios na condução elétrica: mesmo que o nó sinusal funcione, os sinais podem não chegar corretamente ao resto do coração. 
    • Uso de medicamentos: remédios para pressão alta (como betabloqueadores), antidepressivos e outros podem diminuir os batimentos. 
    • Outras doenças: como hipotireoidismo, apneia do sono, inflamação no coração (miocardite) ou alterações nos níveis de potássio e magnésio. 

    Sintomas da bradicardia 

    Quando o coração bate devagar demais e o sangue não circula como deveria, os sinais mais comuns são: 

    • Tontura ou sensação de cabeça leve; 
    • Cansaço fora do normal (mesmo em repouso); 
    • Sensação de desmaio ou desmaios frequentes; 
    • Falta de ar sem esforço; 
    • Confusão mental ou perda de memória; 
    • Dificuldade para fazer atividades simples do dia a dia. 

    Vale lembrar que muitas pessoas se acostumam com esses sintomas e acham que é “coisa da idade”. Por isso, é importante prestar atenção.

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    Quando procurar por um médico? 

    Se você sentir sintomas como tontura, falta de ar, fadiga anormal ou desmaios, é importante procurar um cardiologista. Esses sinais indicam que o coração pode estar batendo devagar demais e não conseguindo fornecer sangue suficiente para o corpo — especialmente para o cérebro. 

    Mesmo que você não sinta sintomas intensos, uma frequência cardíaca constantemente abaixo de 50 batimentos por minuto deve ser avaliada — especialmente se você não for atleta ou não tiver excelente preparo físico.  

    Em muitos casos, a bradicardia é benigna, mas apenas um médico pode confirmar isso com segurança. 

    Exames que auxiliam no diagnóstico da bradicardia 

    Além da consulta e do exame físico, o cardiologista pode pedir: 

    • Eletrocardiograma (ECG): registra a atividade elétrica do coração e detecta se há arritmia. 
    • Holter 24h: monitora o coração durante o dia todo, detectando pausas e quedas de frequência. 
    • Teste de esforço: avalia como o coração reage durante o exercício. 
    • Ecocardiograma: mostra as estruturas do coração, como válvulas e músculos, ajudando a entender se há alguma causa associada. 

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    Tratamentos para a bradicardia 

    O tratamento da bradicardia depende da causa: 

    • Se for efeito de medicamentos, o médico pode ajustar a dose ou trocar o remédio. 
    • Se for por outras doenças (como hipotireoidismo ou distúrbios eletrolíticos), o tratamento da causa pode resolver a bradicardia. 
    • Se for uma falha permanente no sistema elétrico, o tratamento indicado costuma ser o implante de um marcapasso. 

    O que é o marcapasso? 

    O marcapasso é um pequeno dispositivo colocado sob a pele, geralmente próximo à clavícula. Ele monitora os batimentos e envia um impulso elétrico sempre que o coração fica lento demais. Os modelos atuais são seguros, discretos e têm bateria que pode durar mais de 10 anos.

     

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