Fadiga: causas incluem estilo de vida e condições de saúde
Investigação de casos de fadiga pode envolver, além da avaliação clínica, exames de sangue
A fadiga é uma queixa comum que pode surgir em distintos contextos de saúde, impactando a qualidade de vida e influenciando atividades cotidianas – sejam elas da vida pessoal, do trabalho ou de lazer, por exemplo. Por isso, recomenda-se consultar um médico especialmente nos casos em que a fadiga é duradoura, se acentua com o tempo ou é acompanhada por outras manifestações.
Neste artigo, você vai ler:
Fadiga: o que é?
A fadiga é um sintoma que se expressa como cansaço excessivo. Essa falta de energia pode ser uma resposta do organismo a determinadas situações do cotidiano ou pode estar associada a outros fatores, como condições de saúde.
Tipos de fadiga
As pessoas podem se sentir fatigadas de diferentes maneiras. Em geral, é comum se referir à fadiga muscular, que afeta a capacidade física e pode dar a sensação de fraqueza, e à fadiga mental, que pode prejudicar a concentração. Há também a fadiga como queixa para dificuldade respiratória, que pode ter origem cardíaca ou pulmonar.
Principais causas para a fadiga
Existem várias causas para a fadiga. O cansaço extremo pode estar associado a características inadequadas do estilo de vida e condições de saúde.
Estilo de vida
Uma qualidade de sono ruim, não dormir o suficiente e pouco sono reparador são problemas que comumente resultam em fadiga. Além disso, ingerir cafeína ou álcool em excesso também pode prejudicar a disposição do indivíduo – sobretudo se o consumo ocorrer antes de dormir.
Ainda com relação ao estilo de vida, é importante dizer que o sedentarismo pode contribuir para o cansaço intenso. Por isso, é fundamental fazer atividades físicas com regularidade: esse é o caminho para melhorar o condicionamento físico. No entanto, a prática deve ser moderada e responsável. Exagerar nos treinos, seja em termos de frequência ou intensidade, impede que o corpo se recupere adequadamente e pode gerar exaustão, lesões musculares e articulares.
Por fim, vale dizer que existem outros problemas do cotidiano que podem levar à fadiga. A sobrecarga no contexto familiar, por exemplo, é recorrente entre as mulheres com dupla jornada de trabalho. Muitas vezes, além do dia a dia no trabalho, são elas que ficam responsáveis por cuidar da casa, dos filhos e dos idosos, o que tende a ser exaustivo tanto do ponto de vista físico quanto do ponto de vista psicológico.
Também no âmbito da saúde mental, a constante exposição à tecnologia pode ser uma preocupação. A grande quantidade de estímulos vindos das mídias sociais e de veículos digitais está relacionada à ansiedade e a distúrbios de atenção, e podem até mesmo prejudicar o simples descanso mental.
Condições de saúde
A queixa de fadiga pode ser comum a diversas condições clínicas. Após uma avaliação médica, algumas condições de saúde devem ser pesquisadas, como exemplos:
- Deficiências nutricionais;
- Distúrbios do sono (como apneia do sono e insônia);
- Disfunções da tireoide (tanto hipotireoidismo como hipotireoidismo);
- Doenças crônicas (como diabetes e doenças cardiovasculares, pulmonares, hepáticas ou renais);
- Infecções virais ou bacterianas;
- Depressão.
Há ainda a síndrome da fadiga crônica, em que a fadiga não melhora mesmo após repouso adequado. Além da exaustão extrema, os pacientes podem apresentar dificuldade para dormir ou raciocinar. Esses e outros sintomas podem piorar após a realização de atividades.
Vale mencionar também a síndrome de burnout (ou síndrome do esgotamento profissional), que decorre de fatores como sobrecarga de trabalho e repetidas situações profissionais estressantes. Essa condição consta na lista de doenças ocupacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e pode se manifestar por meio de sintomas como cansaço excessivo, dores musculares, problemas gastrointestinais, alterações de humor, entre outros.
Exames que podem detectar condições de saúde que se associam à fadiga
É recomendável consultar um médico especialmente quando a fadiga é duradoura, se acentua com o tempo ou é acompanhada por outros sintomas.
A depender das particularidades de cada caso, podem ser solicitados exames (como hemograma, perfil de ferro ou função tireoidiana) para complementar a investigação, afastar anemia, afecções do fígado, da tireoide, dos rins e também verificar os níveis de nutrientes relacionados à queixa de fadiga.
Formas de tratamento
De modo geral, existem medidas relativas ao estilo de vida que podem ajudar a amenizar o cansaço. É importante manter uma alimentação diversificada e equilibrada, praticar atividades físicas regularmente e garantir noites de sono reparador, além de evitar situações de estresse e o consumo de álcool e tabaco.
Em casos de fadiga muscular, o repouso é altamente recomendado. O corpo precisa de tempo para se recuperar. Por isso, é fundamental contar com a orientação de um treinador que poderá dosar os estímulos para evitar a sobrecarga, além de incluir dias de descanso na planilha. E estratégias como alongamentos, massagens e o uso de compressas mornas também podem ajudar a aliviar a dor muscular.
Em casos de fadiga mental, sugere-se reduzir a exposição a estímulos digitais e dividir a realização de tarefas com outras pessoas quando possível. Também é indicado buscar atividades que proporcionem relaxamento, como meditação e leitura. Em alguns casos, o acompanhamento com um terapeuta pode ser importante.
Porém, quando a fadiga está associada a alguma doença, tais abordagens não são suficientes. Portanto, é necessário que o tratamento seja direcionado à causa específica do problema – por exemplo, corrigindo deficiências nutricionais, tratando a apneia do sono, controlando disfunções da tireoide, e avaliando os sistemas cardíacos, respiratórios, hepáticos e renais.
Fonte: Dr. Adriano Cury – médico endocrinologista