nav-logo
Compartilhe

    Caquexia: muito além da perda de peso

    O quadro pode ser uma consequência de diversas doenças, como câncer e insuficiência cardíaca

    Por Raquel RibeiroPublicado em 26/12/2024, às 17:00 - Atualizado em 30/12/2024, às 16:15

    caquexia

    O quadro pode ser uma consequência de diversas doenças, como câncer e insuficiência cardíaca 

     

    A caquexia é uma síndrome caracterizada pela perda involuntária de peso associada a um aumento do gasto energético, geralmente causada por uma doença subjacente, como câncer ou condições crônicas, incluindo doenças cardíacas, pulmonares, renais e a AIDS. 

    Continue a leitura para entender suas causas, sintomas e abordagens para diagnóstico e tratamento. 

     

     

    Caquexia: o que é? 

    A caquexia é caracterizada pela perda involuntária de peso, com redução contínua de massa muscular e/ou massa gorda, que pode progredir mesmo com ingestão alimentar adequada. Mais comum em doenças crônicas graves, como câncer, insuficiência cardíaca, DPOC e AIDS, a caquexia está associada a inflamação e alterações metabólicas que aumentam o gasto energético, promovem a destruição de tecidos e desregulam o apetite. Esses fatores comprometem tanto a qualidade de vida quanto a resposta ao tratamento. 

    A condição é classificada conforme a porcentagem de peso perdida nos últimos 6 meses: 

    • Pré-caquexia: perda de peso menor que 5%. 
    • Caquexia: perda de peso maior que 5%. 
    • Caquexia refratária: perda de peso avançada sem possibilidade de resposta ao tratamento.
       

    Causas para a caquexia 

    As doenças crônicas são as principais causas de caquexia, incluindo: 

    • Câncer: especialmente em estágios avançados. 
    • Doenças cardíacas: insuficiência cardíaca congestiva. 
    • Doenças hepáticas: hepatite e cirrose. 
    • Doenças renais: insuficiência renal crônica. 
    • Doenças pulmonares crônicas: DPOC e fibrose cística. 
    • Condições neurológicas: como AVC. 
    • Doenças inflamatórias: artrite reumatoide. 

     

    Condições agudas, como infecções graves (leishmaniose visceral, por exemplo) ou queimaduras severas, também podem causar caquexia devido à inflamação intensa, aumento do gasto energético e alterações hormonais.

     

    Agendar Exames

     

    Caquexia no câncer 

    Em 2022, a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC) estimou que 1 em cada 5 pessoas vão desenvolver algum tipo de câncer em algum momento da vida. Estima-se que cerca de 50-80% dos pacientes com câncer desenvolvem caquexia, sendo mais comum nos cânceres gástrico, esofágico, pancreático, pulmonar, hepático e de cólon, justamente pelo comprometimento da ingestão, digestão e absorção dos nutrientes devido à localização desses tumores.  

    Alguns fatores de risco para caquexia são o estágio em que o câncer se encontra, o tipo de tumor, o sexo (homens são mais susceptíveis que mulheres), a idade, fatores genéticos, a presença de múltiplas doenças previas e o tratamento empregado (alguns tratamentos quimioterápicos podem ser mais debilitantes que outros).

    Embora sua prevalência seja elevada, principalmente durante os estágios finais de doença, a caquexia não é uma consequência inevitável, podendo ser prevenida se diagnosticada precocemente. A monitorização do peso, da ingesta alimentar, de força, e de alguns marcadores metabólicos e inflamatórios são formas de rastreio durante o seguimento médico. 

     

    Sintomas da caquexia 

    Os primeiros sinais geralmente percebidos pelos pacientes são perda de peso involuntária e perda de apetite. Mas eles ainda podem apresentar: 

    • Alteração de paladar e de olfato;  
    • Náuseas; 
    • Astenia (fraqueza)intensa; 
    • Fadiga; 
    • Apatia (falta de interesse ou motivação para as atividades diárias); 
    • Redução da imunidade (capacidade do sistema imunológico); 
    • Diminuição das habilidades motoras e físicas; 
    • Desequilíbrio de íons no organismo; 
    • Anemia e outras carências nutricionais e de vitaminas; 

     

    Como é o diagnóstico da caquexia? 

    O diagnóstico da caquexia é realizado pelo médico, por meio de sinais e sintomas apresentados pelo paciente, sendo considerada caquexia, quando há uma perda de peso de pelo menos 5% nos últimos 6 meses.

    Além disso, podem ser levados em consideração alguns marcadores de inflamação como o aumento do fibrinogênio, transferrina e proteína C reativa e citocinas, queda da albumina (geralmente associada a problemas renais, hepáticos ou nutricionais), e anemia.

    É fundamental que a avaliação seja realizada por um médico e um nutricionista para determinar o grau da síndrome e iniciar o tratamento adequado.

     

    Agendar Exames

     

    Formas de tratar a caquexia 

    Geralmente, tratamento da caquexia envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo: 

    Tratamento da doença de base: controlar a doença causadora da caquexia é fundamental para melhorar os sintomas.

    Fisioterapia: para prevenir a perda excessiva de massa muscular e estimular os movimentos, mantendo a funcionalidade, especialmente quando há comprometimento das habilidades motoras.

    Nutrição: embora a reposição de massa muscular seja desafiadora, o acompanhamento nutricional é essencial para evitar deficiências nutricionais adicionais. Em alguns casos, podem ser necessários suplementos de vitaminas, minerais e proteínas.

    Medicação: eles podem ajudar a estimular o apetite, reduzir a inflamação e fortalecer os músculos.

    Vale destacar que o tratamento deve ser personalizado, considerando as necessidades específicas de cada paciente e a doença subjacente que está causando a caquexia.

     

    Encontrou a informação que procurava?
    nav-banner

    Veja também

    Escolha o dia, horário e onde fazerAgendar Exame