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    Disenteria pode causar incômodo; entenda condição

    A disenteria é o nome dado para uma infecção intestinal caracterizado por diarreia com sangue e muco nas fezes.

    Fonte: Dr. Ricardo DibMédico gastroenterologistaPublicado em 19/11/2025, às 16:45 - Atualizado em 20/11/2025, às 16:45

    disenteria

    Disenteria é o nome dado para o quadro caracterizado por diarreia frequente que, diferentemente da diarreia comum, tem a presença de sangue e muco nas fezes. No Brasil, a doença regista surtos em algumas localidades todos os anos, mas os números não são consolidados.  

    No entanto, sabe-se que as doenças diarreicas – incluindo a disenteria – são a terceira principal causa de morte em crianças menores de cinco anos. Continue a leitura para saber mais sobre o problema e as formas de tratamento.

    Disenteria: o que é? 

    A disenteria é uma infecção intestinal que provoca uma inflamação do intestino grosso – geralmente do cólon – levando a evacuações aquosas frequentes que são acompanhadas de sangue ou muco nas fezes.  

    Tipos de Disenteria 

    A disenteria apresenta, de modo geral, duas formas principais: a bacteriana (também chamada bacilar) e a amebiana. Veja abaixo mais informações sobre cada uma delas: 

    Disenteria bacteriana 

    Na disenteria bacteriana, o agente mais frequente são as bactérias do gênero Shigella, embora outras bactérias entéricas também possam estar envolvidas. A transmissão acontece geralmente via água ou alimentos contaminados com fezes infectadas, contato direto ou indireto com pessoas portadoras ou por saneamento precário.  

    Os sintomas costumam surgir em poucos dias após a infecção e incluem febre, cólicas, urgência para evacuar e fezes líquidas com a presença de sangue e/ou muco. O tratamento envolve hidratação, reposição de líquidos e, em casos mais complexos, uso de antibióticos. 

    Disenteria amebiana 

    A disenteria amebiana é causada pelo protozoário Entamoeba histolytica, que invade a mucosa intestinal e pode levar a lesões mais profundas, às vezes até formando abscessos em outros órgãos, como o fígado.  

    Os episódios podem apresentar fezes semilíquidas contendo sangue, muco e trofozoítos (nome das amebas ativas dentro do intestino) vivos, dor abdominal intensa e febre. Em muitos casos, no entanto, a infecção pode ser assintomática. 

    Disenteria e diarreia: qual a diferença? 

    Embora as condições sejam parecidas, elas não são iguais. No caso da diarreia, o quadro se caracteriza pelo aumento no número de evacuações e/ou pela consistência mais líquida das fezes.  

    Por outro lado, a disenteria adiciona à diarreia os sinais de inflamação intestinal com sangramento e muco nas fezes, o que indica comprometimento mais sério da mucosa intestinal. A distinção é importante porque a disenteria exige avaliação médica mais urgente, já que existe o risco maior de complicações. 

    Possíveis causas para a disenteria 

    As causas para a disenteria variam de acordo com o tipo dela: 

    • No caso da disenteria bacteriana, a infecção ocorre geralmente após ingestão de água ou alimentos contaminados por bactérias como ShigellaEscherichia coli ou Salmonella. 
    • No caso amebiano, como o próprio nome diz, ocorre após a ingestão de cistos de Entamoeba histolytica por via fecal-oral ou pelo contato água ou alimentos contaminados.  

    Fatores de risco adicionais são manipulação de alimentos sem higiene adequada, contato com pessoas infectadas, uso e consumo de água não tratada e/ou viver em regiões com infraestrutura sanitária precária.  

    Riscos 

    Como dissemos, a disenteria é diferente da diarreia porque indica um acometimento mais sério da mucosa intestinal. Por isso, o risco de complicações é maior, especialmente se o problema não for tratado adequadamente ou se o paciente estiver em situação de vulnerabilidade (como crianças, idosos ou pessoas com imunidade debilitada). Entre os riscos destacam-se: 

    • Desidratação por perda de líquidos e eletrólitos com as evacuações frequentes; 
    • Inflamação intensa do cólon, enterocolite, perfuração intestinal e peritonite (especialmente na amebiana); 
    • Abscesso hepático, no caso da amebíase externa; 
    • Em casos bacterianos, também podem ocorrer quadros de megacólon (aumento do cólon) ou insuficiência renal, já em estágios avançados.  

    Quando procurar por um médico? 

    Procure o pronto-atendimento imediatamente diante dos seguintes sintomas: 

    • Presença de sangue nas fezes ou muco visível; 
    • Febre alta persistente; 
    • Vômitos frequentes ou incapacidade de manter hidratação; 
    • Sintomas que não melhoram em 24 a 48 horas ou pioram; 
    • Sinais de desidratação, como pouca urina, sede intensa, tontura, olhos fundos.

    Exames que auxiliam a diagnosticar as causas para a disenteria 

    Para identificar a causa da disenteria e orientar o médico na hora de prescrever o tratamento, podem ser solicitados exames como: 

    • Exame de fezes com cultura ou parasitológico, para identificar a presença de bactérias ou protozoários; 
    • Coprocultura para detectar bactérias patogênicas em fezes, especialmente se há presença de sangue ou muco; 
    • Em casos mais complexos, exames moleculares para gastroenterites ou painéis de infecção intestinal; 
    • Exame clínico e histórico detalhado para diferenciar de outros quadros (como doenças inflamatórias intestinais).

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     Tratamentos 

    O tratamento da disenteria depende de sua causa e gravidade. Nos casos leves, o foco são os cuidados de suporte, como hidratação e reposição de líquidos e eletrólitos, para ajudar o organismo a se recuperar sozinho. Em casos mais graves em que há suspeita de causa bacteriana, no entanto, o médico pode recomendar o uso de antibióticos.  

    No caso da disenteria amebiana, são utilizados medicamentos antiparasitários específicos para combater a Entamoeba histolytica.

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