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Diarreia: o que causa, tipos e como tratar

Causada por vírus, bactérias, parasitas ou alimentos contaminados, diarreia requer atenção

Fonte: Dra. Vanessa PradoMédica coloproctologista e cirurgião do aparelho digestivoPublicado em 20/12/2022, às 15:22 - Atualizado em 22/11/2023, às 11:11

Diarreia

Aumento de idas ao banheiro para evacuar, perda de consistência das fezes e dor abdominal. Esses são alguns dos sintomas que a diarreia pode apresentar em indivíduos acometidos pela condição.

Em geral, a diarreia é considerada uma doença autolimitada com duração de até 14 dias. Em outras palavras, trata-se de um transtorno menor, geralmente considerado de baixa gravidade e por um breve período de tempo.

Mas para se ter uma ideia, a depender de sua causa, bem como da característica individual de cada pessoa, um quadro desses pode evoluir, por exemplo, para uma desidratação que pode ser desde leve até grave. 

Por isso, conhecer os tipos de diarreia, o que comer quando for afetado por ela e, principalmente a hora de procurar ajuda médica são fundamentais. A seguir, saiba mais detalhes sobre o assunto. 

O que é diarreia?

Trata-se de uma alteração intestinal em que  ocorre um aumento no número de evacuações durante o dia e, principalmente, com fezes amolecidas ou às vezes líquidas. 

Geralmente são causadas por vírus, bactérias e, às vezes, alguns tipos de parasitas, que podem ter contaminado água ou algum tipo de alimento. 

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O que causa diarreia?

A diarreia pode ser provocada por vários motivos. Os principais deles são: 

  • Ingestão de alimentos ou consumo de água contaminada;
  • Covid-19; 
  • Doenças inflamatórias intestinais: como doença de Crohn, síndrome do intestino irritável e retocolite ulcerativa;
  • Tumor no intestino, disfunção no fígado ou no pâncreas; 
  • Uso de determinados medicamentos: como laxantes ou antiácidos.

Tipos de diarreia

Você sabia que existem alguns tipos de diarreia? É o que explicamos a partir de agora!

Aguda

A primeira delas é a diarreia aguda. Trata-se de um diagnóstico momentâneo. Sua causa pode ser por bactérias, vírus ou parasitas. Além disso, podem contribuir para o quadro: 

  • Ingestão de alimentos contaminados;
  • Consumo elevado de alimentos ricos em fibras;
  • Beber muito café, refrigerantes, chás, leite, chocolates e seus derivados.

Costuma corresponder a mais de três episódios de evacuação por dois dias, sendo estes bastante líquidos.  Às vezes pode vir com sangue e outras com uma secreção também gelatinosa, como um muco”. 

Crônica

A diarreia crônica pode ter como causa fatores como doenças inflamatórias intestinais, além daquelas que baixam a imunidade, como HIV, alguns tipos de câncer também, ou o próprio câncer de intestino.

É aquela diarreia que persiste por mais de 14 dias. Nesse tipo, o quadro diarreico por ser intercalado  com constipação, geralmente por longos períodos, principalmente às vezes também com sangue ou com muco.

Quando a diarreia é preocupante?

A diarreia necessita de uma atenção maior em dois momentos. São eles:

1) Quando acontece a evacuação por mais de uma ou duas semanas; 

2) Quando ocorre de cinco a 20 vezes por dia;

Se o indivíduo passa a ter mais de três episódios por dia, e um quadro crônico mais prolongado, é preciso ser investigada, ou seja, realizar exames para entender a sua causa. Outra situação que requer bastante cuidado é nos quadros de diarreia que acometem pessoas mais vulneráveis, como idosos ou crianças pequenas.

Diarreia e Covid-19

É bastante comum pessoas com Covid-19 terem diarreia e existe uma explicação para isso: geralmente ocorre, pois o vírus usa uma enzima que também tem um receptor numa parte intestinal. 

Sendo assim, a diarreia pode ser um dos sintomas, acompanhada de náusea e dor abdominal. Costuma acontecer principalmente durante o período de infecção aguda, entre 3 e 7 dias.

Diarreia na gravidez

A diarreia e a constipação também são condições com possibilidade de atingir as gestantes. Isso pode acontecer por causa das mudanças hormonais das mulheres, que acabam influenciando significamente o sistema digestivo.

O quadro pode ocorrer uma única vez ou ter vários episódios. Por isso, a paciente precisa ficar atenta, uma vez que a diarreia pode levar à desidratação. 

Sendo assim, fica o alerta para as gestantes: ao ter um número de evacuações elevadas, sem conseguir se hidratar corretamente, procure um médico. Nesses casos poderá ser necessário realizar uma terapia de hidratação venosa que tem como objetivo restaurar o volume e a composição normal dos líquidos corporais.

Veja mais sobre os cuidados durante a gravidez.

O que comer quando está com diarreia?

É recomendado priorizar alimentos que tenham a fibra solúvel, que acabam diminuindo um pouco das evacuações e da dor abdominal. Alguns exemplos são:

  • Frutas sem cascas;
  • Frango e peixe (de preferência grelhados e sem molhos);  
  • Arroz branco;
  • Macarrão; 
  • Vegetais como: batata, inhame e cenoura. 

Evitar:

  • Qualquer tipo de alimento industrializado, gordurosos e frituras;
  • Leite e seus derivados, pois podem provocar mais distensão abdominal; 
  • Temperos artificiais;
  • Carnes gordurosas.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito com a história clínica do paciente. Entender como é sua rotina, em termos de alimentação, bem como a qualidade dos alimentos e a mastigação. Além da história, alguns exames podem ajudar no diagnóstico.

Exame de sangue: por meio dele, é possível comprovar evidências de infecção.

Exame de intolerância à lactose e ao glúten: uma vez que tanto um, quanto o outro são causadores de diarreia. 

Colonoscopia: é um exame que, por meio de um colonoscópio, aparelho que possui um tubo fino e flexível com uma luz e uma câmera na ponta, analisa desde o início do cólon até o final do intestino delgado. Tal método ajudará a entender se essa diarreia é causada por uma inflamação no cólon, parte central do intestino grosso. 

Como tratar diarreia?

Em primeiro lugar, é fazer a hidratação. Algumas opções são: água, chá, bebidas isotônicas ou água de coco.  

Depois, o tratamento irá depender do tipo de diarreia que o indivíduo tem. Ou seja, se é crônica, a conduta será uma. Caso seja aguda, outra e assim por diante. Nos casos agudos, a hidratação e o uso de medicamentos sintomáticos é o suficiente na grande maioria dos casos. 

Nos quadros bacterianos, pode-se optar por antibióticos, desde que prescritos por médicos. O uso indevido de antibiótico pode até piorar um quadro diarreico. Já nos de parasitas, podem ser necessários antiparasitários – também conhecidos como vermífugos – (que atuam no combate dos vermes que se alojam no organismo).

Nos casos de diarreia crônica, muitas vezes é necessário utilizar alguns tipos de medicações com o intuito de diminuir a inflamação causada no intestino. Nesses casos, o tratamento vai depender da causa.

Dessa forma, o ideal é identificar a causa da diarreia para assim diminuir seus efeitos. Contudo, procure sempre um médico de sua confiança para ter a melhor orientação de acordo com o seu caso.

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