Hemácias: conheça as células que transportam a vida
Essas células sanguíneas são fundamentais para a oxigenação do corpo e alterações em sua produção podem indicar problemas de saúde
Dentro dos ossos, em uma estrutura esponjosa chamada medula óssea, são produzidas as hemácias, também conhecidas como glóbulos vermelhos. Milhões dessas células são fabricadas a cada segundo, garantindo o transporte de oxigênio para todas as partes do corpo. Sendo assim, manter os níveis de hemácias dentro da normalidade é essencial para garantir o bom funcionamento do organismo. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto.
Neste artigo, você vai ler:
O que são hemácias?
Hemácias são células sanguíneas também conhecidas como glóbulos vermelhos ou eritrócitos. Elas são as mais numerosas células do sangue e desempenham um papel fundamental no transporte de oxigênio dos pulmões para todas as células do corpo. Sua estrutura é bastante única, sendo descrita pela forma bicôncava, o que aumenta sua superfície de contato e facilita a troca gasosa.
Elas não possuem núcleo, o que permite que carreguem uma maior quantidade de hemoglobina, a proteína responsável por se ligar ao oxigênio. A hemoglobina é o elemento que dá o vermelho característico ao sangue e é determinante na eficiência do transporte de oxigênio.
Hemácias na urina
Hemácias na urina, ou hematúria, é o termo usado para descrever a presença de sangue na urina. Embora não seja uma doença em si, serve como um alerta de que algo no corpo não está funcionando corretamente.
As causas da hematúria variam e podem incluir infecções urinárias, doenças autoimunes ou até cálculos renais. No entanto, muitos outros problemas de saúde podem causar esse sintoma, o que torna fundamental investigar a causa subjacente.
Hemácias normocíticas e normocrômicas
Hemácias normocíticas e normocrômicas são termos usados para descrever as características das hemácias (glóbulos vermelhos) no sangue quando elas estão dentro dos padrões normais de tamanho e coloração. Essa é uma condição ideal de hemácias e reflete um equilíbrio saudável entre a produção de células sanguíneas e suas funções. A seguir, entenda o significado de cada termo:
Normocítica: refere-se ao tamanho das hemácias. “Normo” significa normal e “cítica” se refere à célula. Ou seja, as suas hemácias têm um tamanho considerado normal.
Normocrômica: refere-se à coloração das hemácias. “Normo” significa normal e “crômica” se refere à cor. Isso indica que a quantidade de hemoglobina (a proteína que transporta oxigênio) dentro das hemácias está dentro dos valores de referência.
No entanto, vale destacar que mesmo em casos de hemácias normocíticas e normocrômicas, uma pessoa pode apresentar sintomas de doenças hematológicas, especialmente se o número de hemácias estiver alterado. Um bom exemplo são alguns tipos de anemia, como a anemia por doenças crônicas, onde o problema não é com a produção ou a forma das hemácias, mas sim com a quantidade total ou sua eficiência no transporte de oxigênio.
Hemácias em alvo
Hemácias em alvo são células vermelhas do sangue que apresentam mais membrana celular do que hemoglobina, a substância responsável pelo transporte de oxigênio. Essa desproporção interfere na forma como a hemoglobina se distribui dentro da célula, dando a essas hemácias uma aparência característica de um alvo de tiro (com um ponto central escuro cercado por um anel claro) quando observadas em um exame de sangue.
A presença de hemácias em alvo em um exame de sangue é um indicativo de que algo não está funcionando corretamente no metabolismo ou na produção das células sanguíneas. Seu diagnóstico requer um exame detalhado e acompanhamento médico especializado, pois essa desproporção pode estar associada a diversas situações clínicas.
Esse tipo de hemácia é comumente observado em condições como a talassemia, uma doença genética que afeta a produção de hemoglobina, ou em casos de doença hepática crônica.
Hemácias altas: o que pode ser?
Quando os níveis de hemácias são altos, a condição é chamada de policitemia. Isso pode acontecer por diferentes motivos, sendo que a policitemia pode ser classificada em alguns tipos: primária e secundária.
Na policitemia primária, também chamada de policitemia vera, ocorre um aumento de todas as células sanguíneas, especialmente dos glóbulos vermelhos (eritrocitose). Já a secundária é uma resposta do organismo a uma maior necessidade de oxigênio, como em casos de doença pulmonar ou na exposição a grandes altitudes.
A policitemia, em muitos casos, não apresenta sintomas, especialmente quando o aumento de hemácias no sangue é leve, detectado apenas por meio de exames laboratoriais. No entanto, em situações mais graves, alguns sintomas e sinais podem surgir como:
- Dores de cabeça frequentes;
- Visão borrada;
- Fadiga intensa;
- Coceira na pele;
- Tontura.
Hemácias baixas: o que pode ser?
Quando o número de hemácias está abaixo do normal, tem-se o diagnóstico de uma condição chamada anemia. Os sintomas mais comuns da anemia incluem sensação de cansaço, palidez, tontura e falta de ar. A medição do hematócrito pode ajudar a determinar a presença de anemia ao medir a proporção de hemácias no sangue.
Quando o valor das hemácias é preocupante?
Os níveis de hemácias são monitorados por meio de exames de sangue e variam dependendo da idade, sexo e estado de saúde da pessoa. De qualquer forma, o valor é considerado preocupante quando está significativamente abaixo ou acima dos valores de referência.
Portanto, ao notar algum dos sintomas relacionados à anemia ou policitemia, ou se os exames de sangue indicarem alterações nos níveis de hemácias, é fundamental consultar um médico.
Qual médico procurar?
Para investigar alterações nos níveis de hemácias, o médico mais indicado é o hematologista, especialista em distúrbios do sangue.
Fonte: Dr. Diogo Kloppel Cardoso – Hematologista