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    Peeling de fenol: como é feito e quais os riscos?

    Procedimento traz a promessa de rejuvenescimento, mas exige muitos cuidados

    Por Raquel RibeiroPublicado em 16/11/2022, às 13:42 - Atualizado em 25/05/2023, às 15:32
    Foto: Shutterstock

    Nunca na história as pessoas buscaram tanto por procedimentos estéticos. Para se ter uma ideia, apenas no primeiro trimestre de 2022, a procura por tratamentos de beleza teve um aumento de 390% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).

    Com a exposição frenética de uma “estética perfeita”, que conta com camadas e mais camadas de filtros nas redes sociais, estar satisfeito com a própria aparência parece uma missão quase impossível. A procura pela eterna juventude é ainda alimentada pelas redes sociais e pela crescente indústria de cosméticos.

    Nesse contexto, a promessa de rejuvenescer 20 anos pode soar tentadora para muitos. E é
    praticamente essa a proposta do peeling de fenol, um procedimento que consiste na descamação da pele e que tomou conta da internet recentemente por conta de resultados muito expressivos.

    O que é peeling de fenol?

    O peeling de fenol é um procedimento que consiste na aplicação de uma substância química extremamente irritante para a pele, promovendo a sua descamação superficial e profunda.

    O fenol tem uma formulação muito antiga, usada desde os anos 60, mas que foi aprimorada ao longo do tempo. Hoje em dia, a substância aplicada não tem apenas fenol, mas também um produto chamado óleo de Cróton, que é o responsável por fazer com que o peeling se aprofunde mais na pele. Além disso, um tipo de sabão chamado novisol e água destilada também compõem o produto.

    Como é feito o peeling de fenol?

    A formulação é preparada na hora da aplicação, com concentrações padronizadas e muito bem definidas de cada componente.

    O procedimento é feito sob anestesia local e pode durar cerca de quatro horas, provocando dor imediata, mas melhorando na sequência. Essa aplicação é feita por áreas com um intervalo de 10 minutos entre cada uma delas, tempo para que o fenol comece a ter efeito.

    O aspecto após o procedimento é o de uma queimadura para posteriormente começar uma descamação que vai durar de duas a três semanas. É um período bastante incômodo, pois a pele fica muito ressecada, repuxando e descamando. Nesta fase, a pessoa que se submeteu ao procedimento não pode se expor ao sol de forma alguma, ou seja, precisa ficar dentro de casa. Além disso, o uso de analgésicos pode ser indicado nos dois primeiros dias.

    A pele pode ficar vermelha por cerca de dois meses e nesse período a hidratação é fundamental, precisando ser feita com a aplicação sobre a pele de duas a três vezes por dia.

    Ultimamente esse peeling também tem sido feito de forma localizada, ou seja, só em algumas regiões da face, como ao redor da boca, ao redor dos olhos ou até mesmo em ambas, mas com um grande espaço de tempo entre uma e outra.

    Atualmente, essa formulação foi melhorada, de modo que é possível variar a concentração das substâncias e dessa forma fazer versões mais leves do peeling.

    Quem pode fazer peeling de fenol?

    Geralmente, é indicado principalmente para pessoas acima de 60 anos, mas também pode ser feito por pessoas acima dos 45 anos com uma pele mais prejudicada pelo fotoenvelhecimento. Ou seja, pela exposição excessiva ao sol ao longo dos anos ou com muitas cicatrizes de acne.

    Peles muito envelhecidas também podem apresentar lesões sugestivas de pré-câncer e o peeling de fenol muitas vezes pode eliminar essas lesões. 

    Vale ressaltar que o método é feito apenas no rosto, sendo indicado para indivíduos com pele clara, uma vez que aqueles com a pele negra são mais propensos a ficar com manchas. 

    Quais os riscos?

    O fenol é cardiotóxico, podendo causar arritmia e até mesmo parada cardíaca. Portanto, para fazer um peeling profundo, o paciente precisa estar monitorado, de preferência em um centro cirúrgico, com anestesista e todo o suporte necessário.

    Se a pessoa tiver algum tipo de alteração nos rins, pode ocorrer a falência renal (quando os rins perdem suas funções).

    Por ser um procedimento com um tempo de recuperação mais longo e repleto de cuidados, o paciente precisa ser muito bem informado e orientado pelo médico sobre todos os processos que envolvem sua realização. 

    Contraindicações

    As pessoas com as condições abaixo não devem realizar o procedimento:

    • Pele negra: pois há chances de desenvolver manchas;
    • Arritmias: ou seja, que tenham batimentos cardíacos irregulares;
    • Doenças autoimunes: como artrite e lúpus, ou infecções de pele; 
    • Doenças renais ou hepáticas (no fígado);
    • Diabetes;
    • Pessoas mais jovens: por ser um procedimento muito agressivo, não é indicado para quem tem apenas poucas rugas;

    Por fim, lembre-se: busque sempre bons profissionais para para uma correta avaliação do seu caso e indicação ou não de procedimentos estéticos.

    Fonte: Ediléia Bagatin, dermatologista e coordenadora do Departamento de Cosmiatria Dermatológica da SBD.

     

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