Sífilis: o que é, sintomas e tratamentos
Infecção sexualmente transmissível tem cura, mas pode levar à morte em seu estágio mais grave
Os casos de sífilis cresceram de forma alarmante no último ano. Apenas no primeiro semestre de 2021, foram registrados cerca de 64.300 casos dessa IST (infecção sexualmente transmissível) no Brasil – 16 vezes mais do que em todo o ano de 2010, quando a notificação compulsória da doença infecciosa começou a ser feita no país.
Neste artigo, você vai ler:
Os dados são do Ministério da Saúde e mostram ainda que os homens representam mais de 62% desse aumento.
Como a sífilis é transmitida?
A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum que tem cura e é exclusiva do ser humano. Ela pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, por compartilhamento de seringas contaminadas ou ainda para o bebê durante a gestação ou parto, caso a mãe esteja infectada sem tratamento; sendo chamada de transmissão congênita ou vertical, neste segundo caso.
Sintomas de Sífilis
Os sintomas variam conforme o tipo de Sífilis que foi diagnosticada. Confira abaixo:
Tipos de Sífilis
Sendo classificada pela forma de transmissão ou estágio da infecção, veja a seguir quais os tipos de sífilis:
Sífilis primária
É o estágio inicial da doença e os seus sintomas podem aparecer a partir do terceiro ou quarto dia após a infecção.
Principais sintomas:
- Feridas indolores aparecem no local por onde a bactéria entrou, como pênis, vagina, ânus, boca, vulva e colo uterino;
- Normalmente essas feridas não doem, não ardem, não coçam e nem tem pus.
Sífilis secundária
Acontece quando a forma primária não é tratada e a bactéria invade a corrente sanguínea penetrando em várias estruturas do organismo. Os sintomas do estágio secundário podem aparecer a partir de duas semanas depois da formação das primeiras feridas.
Principais sintomas:
- Surgimento de manchas no corpo que podem coçar ou não;
- Febre;
- Dores musculares;
- Dor de garganta;
- Dificuldade de deglutição.
Sífilis latente
Esse é o estágio em que a bactéria fica inativa, podendo demorar muito tempo para voltar a se manifestar, mas que, se não tratada, pode avançar para o próximo estágio.
Nesta fase não há sintomas.
Sífilis terciária
É o estágio mais grave da doença. Pode surgir um ano depois da infecção ou até mesmo 40 anos depois e levar à morte.
Principais sintomas:
- Náuseas e vômitos;
- Alucinações;
- Perda da audição;
- Lesões cutâneas, que são úlceras na pele;
- Lesões ósseas, causando necrose e deformidade dos ossos;
- Lesões cardiovasculares, podendo ocorrer aneurisma, insuficiência da válvula aórtica – que ocorre quando o sangue da aorta volta para o ventrículo esquerdo do coração – entre outras complicações;
- Lesões neurológicas como alterações de personalidade, vertigem e dores de cabeça.
Sífilis congênita
É transmitida da mãe infectada não tratada para o bebê por meio da placenta ou durante o parto, se houver lesões genitais maternas da doença. A maioria dos bebês que nascem infectados não manifestam sintomas, mas algumas crianças podem apresentar.
Principais sintomas:
- Rachaduras nas mãos e solas dos pés;
- Em casos mais graves da doença, pode ocorrer surdez e deformidades nos dentes.
Tratamento e prevenção
A sífilis tem cura e o tratamento é relativamente simples, podendo variar de acordo com o estágio da infecção. Geralmente é feito com antibióticos que são eficazes contra a bactéria que causa a doença.
Se detectada nos estágios iniciais, uma única injeção pode ser suficiente. Caso a sífilis esteja em estágio mais avançado, outras aplicações podem ser necessárias.
É necessária a realização de exames de sangue para acompanhamento após três, seis, 12 e 24 meses para garantir que a infecção chegou ao fim.
O uso de camisinhas ainda é a melhor maneira de prevenir as ISTs. Já no caso das gestantes, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal, e caso detectada, realizar o tratamento para evitar a transmissão vertical para o bebê.
Fonte: Bianca Macedo, supervisora da Disciplina de ISTs da Sociedade Brasileira de Urologia.