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    Espermograma é o principal teste de fertilidade masculina

    O exame avalia a quantidade e qualidade dos espermatozoides e pode ser indicado para investigar a dificuldade de engravidar

    Fonte: Dr. Jaime Kulak JuniorGinecologistaPublicado em 06/06/2025, às 13:30 - Atualizado em 06/06/2025, às 13:30

    teste de fertilidade masculina

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade afeta cerca de 48 milhões de casais e 186 milhões de pessoas. Quando um casal enfrenta o problema, o homem é a causa exclusiva em cerca de 30% dos casos. Por isso, o teste de fertilidade masculina deve ser considerado na busca de um diagnóstico.

    Teste de fertilidade masculina: o que é e para que serve?

    O teste de fertilidade masculina é um conjunto de avaliações e exames laboratoriais que traz informações sobre a produção de espermatozoides (espermatogênese) e a funcionalidade do sistema reprodutor masculino. E ele costuma ser indicado nos seguintes casos:

    • Investigação de infertilidade de um casal, definida como a incapacidade de conceber após 12 meses de tentativas com relações sexuais frequentes e sem uso de contraceptivos.
    • Avaliação de homens com varicocele, que são varizes na bolsa escrotal.
    • Acompanhamento após procedimentos como a vasectomia, para confirmar a ausência de espermatozoides, ou a reversão da vasectomia.
    • Monitoramento de pacientes que usam medicamentos que podem afetar a fertilidade, como quimioterápicos.
    • Investigação de condições como a orquite, uma inflamação dos testículos que pode comprometer a produção de gametas.

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    Principais exames que avaliam a fertilidade masculina

    A investigação da fertilidade masculina é multifacetada e pode envolver diferentes exames, sendo o principal e mais conhecido deles o espermograma. O teste analisa uma amostra de sêmen para avaliar diversos parâmetros. Mas outros exames complementares também podem ser solicitados. Os mais frequentes são:

    Análise dos níveis de hormônios como a testosterona, o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH), que regulam a produção de espermatozoides e a libido.

    • Ultrassonografia da bolsa testicular: exame de imagem que permite ao médico visualizar os testículos e estruturas adjacentes para identificar anormalidades, como a presença de varicocele ou possíveis obstruções.
    • Em casos mais específicos, como a ausência total de espermatozoides no sêmen ejaculado (azoospermia), pode ser necessária uma biópsia testicular. Este procedimento consiste na retirada de um pequeno fragmento de tecido do testículo para verificar se há produção de espermatozoides e, se houver, utilizá-los em técnicas de reprodução assistida.
    • Em algumas situações, a investigação pode avançar em direção aos testes genéticos. Um exemplo é o FISH – SRY, um exame molecular que utiliza a técnica de Hibridização in situ por Fluorescência para detectar alterações cromossômicas específicas que podem estar associadas à infertilidade.

    Já o PAINEL PCGT EXPANDIDO, teste realizado nos embriões antes da implantação no útero, está mais ligado ao processo de reprodução assistida, que muitas vezes é a solução para casos de infertilidade masculina.

    Vale mencionar ainda que altas taxas de fragmentação de DNA espermático podem levar ao abortamento de repetição e falhas em tratamentos de fertilização in vitro (FIV), se esta for a opção do casal. O exame FRAGMENTAÇÃO DNA ESPERMÁTICO pode detectar, a partir de uma amostra de sêmen, os espermatozoides com DNA danificado e calcular o índice ou taxa de fragmentação.

    O urologista, médico especialista na saúde do sistema reprodutor masculino, irá indicar os testes mais adequados para cada caso.

    Como é feito um teste de fertilidade masculina?

    O procedimento para o teste de fertilidade masculina mais comum, o espermograma, é simples, mas requer cuidados específicos para garantir a qualidade da amostra e a precisão do resultado.

    No laboratório, o paciente ejacula diretamente em um recipiente estéril de boca larga fornecido pelo laboratório. Todo o volume ejaculado precisa ser coletado, pois a primeira fração do sêmen geralmente contém a maior concentração de espermatozoides.

    Antes da coleta, o paciente precisa seguir algumas orientações:

    • Período de abstinência de ejaculação que varia, usualmente, de 2 a 5 dias.
    • Não usar lubrificantes, gel, saliva ou preservativos, pois eles podem conter substâncias que matam os espermatozoides (espermicidas) e interferir na análise.
    • Urinar antes da coleta e realizar uma higiene cuidadosa das mãos e do pênis apenas com água e sabonete para evitar a contaminação da amostra.
    • Depois da coleta, a amostra é deixada em repouso por cerca de 30 minutos para que ocorra a liquefação do sêmen, um processo natural que o torna mais fluido e permite a análise em microscópio.

    Sintomas de infertilidade masculina

    Na maioria dos casos, a infertilidade masculina não apresenta sintomas perceptíveis. Muitas vezes, único sinal é a ausência de gravidez após um ano de tentativas. Mas algumas condições que causam a infertilidade podem, sim, apresentar sintomas. E um exemplo seria a orquite. Neste quadro, com a inflamação de um ou ambos os testículos, o homem pode sentir:

    • Dor e inchaço nos testículos;
    • Vermelhidão na bolsa escrotal;
    • Febre e náuseas;
    • Dor ao urinar.

    Possíveis causas para a infertilidade masculina

    Diversos fatores podem interferir na capacidade reprodutiva de um homem, levando à infertilidade. As principais causas são:

    • Distúrbios testiculares: problemas que afetam diretamente a produção de espermatozoides nos testículos, como a varicocele (a causa mais comum) e a orquite, que pode ser causada por infecções virais (como a caxumba) ou bacterianas.
    • Obstruções no sistema de ductos que transportam os espermatozoides dos testículos para fora do corpo.
    • Desequilíbrios na produção de hormônios essenciais para a espermatogênese.
    • Doenças genéticas: alterações nos cromossomos ou genes que podem impedir a produção ou a funcionalidade dos espermatozoides.
    • Estilo de vida: o uso de anabolizantes, o consumo excessivo de álcool e até mesmo a obesidade podem impactar negativamente a qualidade do sêmen.
    • Fatores externos: a exposição a certos agentes, como quimioterápicos ou radiação, e até mesmo a presença de febre alta recente podem alterar temporariamente a produção de espermatozoides.

    Vale lembrar que, em alguns casos, mesmo após uma vasta investigação, não se encontra uma causa aparente para a infertilidade.

    Qual médico procurar?

    O médico especialista responsável por investigar, diagnosticar e tratar a infertilidade masculina é o urologista. Ele pode realizar o exame físico e solicitar e interpretar os testes de fertilidade, como o espermograma, indicando o melhor caminho a seguir.

    Infertilidade masculina tem cura?

    Um resultado alterado no espermograma não deve ser visto como uma sentença definitiva de infertilidade. Em muitos casos, a infertilidade pode ser tratada e revertida. Por exemplo, se a causa for uma infecção, o tratamento com antibióticos pode resolver o problema. Se for uma questão hormonal, a estabilização dos níveis hormonais pode restaurar a fertilidade.

    Quando o tratamento da causa não é possível ou não surte efeito, as técnicas de reprodução assistida são alternativas para que o casal. E as principais são:

    • Inseminação Intrauterina: consiste em selecionar e concentrar os espermatozoides de melhor qualidade e inseri-los diretamente no útero da mulher durante o período fértil.
    • Fertilização in vitro (FIV): a fecundação do óvulo pelo espermatozoide acontece no laboratório. O embrião formado é, então, transferido para o útero. Esta técnica pode ser realizada mesmo com uma quantidade muito baixa de espermatozoides, que podem ser obtidos por meio de biópsia testicular, se necessário.

    Portanto, mesmo diante de um diagnóstico de infertilidade, existem diversos caminhos e tratamentos que podem levar à paternidade.

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