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    Azoospermia: o que é e como tratar?

    Doença causa infertilidade e, na maioria dos casos, não apresenta sintomas

    Fonte: Dr. Gianfranco ZampieriMédico patologistaPublicado em 30/07/2025, às 17:54 - Atualizado em 02/09/2025, às 16:48

    Azoospermia

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    Estima-se que 15% da população mundial enfrentam problemas de fertilidade. Entre os homens, uma das principais causas é a azoospermia, condição que afeta um em cada 100. O nome vem do grego e quer dizer ausência de espermatozoides, já que o paciente não tem espermatozoides no sêmen. As causas podem ser hormonais, genéticas ou fisiológicas, mas há tratamento para o problema. 

    Azoospermia: o que é?

    Azoospermia é a ausência total de espermatozoides no sêmen. A condição pode ocorrer por problemas na produção dos gametas masculinos (azoospermia não obstrutiva) ou nos canais por onde eles deveriam passar (azoospermia obstrutiva). Entenda melhor as diferenças: 

    Azoospermia obstrutiva (AO)

    Nesse tipo, que afeta 40% dos pacientes com a condição, os testículos, responsáveis pela produção de espermatozoides, funcionam normalmente, mas algum canal bloqueia a passagem deles. 

    Em condições normais, os espermatozoides são produzidos pelos testículos e vão para um lugar chamado epidídimo, onde amadurecem. Depois, se misturam com o líquido do sêmen, que é produzido por outras partes do corpo, como a próstata e as vesículas seminais.  

    Mas, quando há algum bloqueio nesse trajeto, os espermatozoides ficam presos antes de chegarem ao líquido que será ejaculado. E aí o sêmen sai, mas sem espermatozoides 

    Azoospermia não obstrutiva (ANO) 

    Aqui, o problema está no desenvolvimento dos espermatozoides, já que os testículos têm dificuldade de formá-los.  

    A produção de espermatozoides começa quando o cérebro envia comandos aos testículos por meio de hormônios (como o FSH e o LH). Ao receberem esses sinais, os testículos começam o trabalho dentro dos túbulos seminíferos. Quando há algum problema nessa comunicação ou no funcionamento dos testículos, a produção falha. 

    Possíveis causas para a azoospermia 

    As causas são muitas e vão depender do tipo de azoospermia. A obstrutiva pode acontecer por infecções, como clamídia, gonorreia ou caxumba, que causam inflamações e cicatrizes nos ductos.  

    Também pode ocorrer em casos de malformações congênitas, como a ausência dos ductos deferentes, condição frequentemente associada a mutações ligadas à fibrose cística.  

    Traumas na região genital e cirurgias, como a vasectomia ou procedimentos abdominais, também podem comprometer esses canais. 

    Já a não obstrutiva pode se dar por: 

    • Alterações hormonais que atrapalham os sinais enviados pelo cérebro para ativar a produção;  
    • Causas genéticas, como a síndrome de Klinefelter ou microdeleções no cromossomo Y;  
    • Exposição a substâncias tóxicas, como anabolizantes, quimioterapia, pesticidas e solventes industriais.  

    Outra causa comum é a varicocele, dilatação das veias nos testículos que aumenta a temperatura local e prejudica o ambiente necessário para a formação das células reprodutivas. 

    Azoospermia apresenta sintomas? 

    Na maioria dos casos, não. Em casos raros, podem surgir pistas indiretas, como volume seminal reduzido ou testículos menores que o normal. Mas mesmo esses sinais costumam passar despercebidos.  

    Na maioria das vezes o indivíduo procura avaliação médica no contexto do casal com problemas de fertilidade. Justamente por não apresentar sintomas nítidos, o diagnóstico depende de exames específicos. 

    Diagnóstico da azoospermia 

    O primeiro passo para diagnosticar a condição é fazer um espermograma, que analisa o sêmen no microscópio. Se não forem encontrados espermatozoides, o exame é repetido. 

    Outros exames comuns são: 

    • Exames de sangue hormonais (FSH, LH, testosterona, prolactina);
    • Ultrassonografia dos testículos e próstata;
    • Exames genéticos (cariótipo, microdeleções do cromossomo Y);
    • Biópsia testicular, em casos de azoospermia não obstrutiva.

    É possível ainda aliar ao diagnóstico o Painel Genético para Infertilidade Masculina, que investiga alterações genéticas ligadas a causas conhecidas de infertilidade.  

    O exame analisa genes cujas variantes já foram confirmadas como responsáveis por distúrbios reprodutivos, tanto em homens quanto em mulheres, ajudando a desvendar casos mais complexos

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    Azoospermia sempre causa infertilidade masculina? 

    Sim, a azoospermia dificulta a fertilização e, portanto, causa infertilidade (dificuldade de gerar uma criança). Mas isso não significa esterilidade, que é a impossibilidade definitiva de ter filhos. Felizmente, a condição tem tratamento.  

    Tratamentos para a azoospermia

    O tratamento depende do tipo e da causa. Quando se trata de azoospermia obstrutiva, o foco está em remover o bloqueio. Em alguns casos, é possível fazer uma cirurgia para desobstruir os canais, como a reversão de uma vasectomia.  

    Outra opção é a aspiração dos espermatozoides diretamente dos testículos ou do epidídimo, para que eles sejam usados em técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI). 

    Já na azoospermia não obstrutiva, o tratamento é mais delicado. Se a causa for hormonal, pode-se tentar o uso de medicações que estimulem a produção de espermatozoides. Em outras situações, pode ser necessário recorrer à micro-TESE, um procedimento cirúrgico que busca localizar e extrair espermatozoides diretamente do tecido testicular, mesmo que em pequena quantidade.  

    Outros fatores que podem causar infertilidade masculina 

    É importante lembrar que a azoospermia não é a única condição associada à infertilidade masculina. Mesmo quando há espermatozoides, pode haver baixa contagem (oligozoospermia), alteração na forma (teratozoospermia) ou dificuldade de movimentação (astenozoospermia) das células reprodutivas; fragmentação do DNA espermático, além de disfunções sexuais e hormonais.  

    Mas como saber se sou infértil? O caminho é procurar um especialista em reprodução humana para o correto diagnóstico e o tratamento mais adequado ao seu caso. Lembrando ainda que muitas causas de infertilidade são completamente tratáveis quando corretamente diagnosticadas e tratadas.

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