Câncer na vulva: como prevenir?
A vacinação contra o HPV é uma medida eficiente para evitar a doença em grande parte dos casos
O câncer na vulva é uma condição rara que representa uma pequena porcentagem dos casos de câncer ginecológico. Mas é importante conhecer os sinais e sintomas para garantir um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz.
Neste artigo, você vai ler:
O que é câncer na vulva?
O câncer na vulva é um tipo de câncer ginecológico que se desenvolve nos tecidos da vulva, a parte externa dos órgãos genitais femininos. A vulva inclui os lábios vaginais (lábios maiores e menores), o clitóris e a abertura vaginal.
Existem diferentes tipos de câncer de vulva, sendo o carcinoma de células escamosas o mais comum, responsável por cerca de 90% dos casos. Esse tipo de câncer tende a crescer lentamente e é mais frequentemente diagnosticado em mulheres idosas, embora possa ocorrer em qualquer idade.
O que causa câncer na vulva?
O câncer de vulva pode surgir de duas situações. Umas delas é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), especialmente os tipos de alto risco, que estão associados a várias formas de câncer genital. Este vírus acomete a mulher, que desenvolve lesões que passam por um estágio de pré-câncer e, se não tratadas, viram câncer.
Outra possível causa são lesões de pele não associadas ao HPV, como o líquen escleroso e o líquen plano, que também ocorrem na vulva. Estas dermatoses, se não forem cuidadas, também podem evoluir para o câncer de vulva.
Prevenção
A prevenção do câncer na vulva passa por exames ginecológicos regulares que permitam o diagnóstico precoce de alterações pré-cancerosas. E, como uma parte dos tumores está relacionada ao HPV, a vacinação contra o HPV é uma medida preventiva eficaz, especialmente quando administrada antes do início da atividade sexual.
E, naqueles outros cânceres que não têm relação com o HPV e sim com os líquens, como alguns tipos de dermatoses da vulva, é interessante a consulta anual com o ginecologista e o tratamento dessas lesões para que não virem cânceres.
Quais são os sintomas de câncer na vulva?
Geralmente, as mulheres com lesões pré-cancerosas ou câncer em fase inicial apresentam os seguintes sintomas na região da vulva:
- Coceira;
- Feridas;
- Manchas;
- Úlceras.
Muitas vezes, a paciente não identifica os sintomas e, somente na consulta ginecológica, o médico visualiza manchas, úlceras e alterações e faz o diagnóstico.
Em alguns casos, quando a paciente tem o câncer de vulva mais desenvolvido, ela percebe tumores, vegetações e nódulos na vulva.
É importante que qualquer mulher que experimente esses sintomas consulte um médico para uma avaliação mais aprofundada, já que alguns desses sintomas podem ser causados por outras condições menos graves, como a vulvodínia, dermatoses e até mesmo infecções sexualmente transmissíveis.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do câncer na vulva geralmente começa com um exame físico detalhado, incluindo um exame ginecológico. O ginecologista pode fazer uma vulvoscopia, exame que permite visualizar e avaliar a região vulvar de forma detalhada, utilizando um colposcópio, instrumento que amplia a imagem da área examinada.
Em algumas situações, o médico pode passar algumas soluções no local para que a lesão fique mais visível e saliente.
Se houver lesões visíveis, uma biópsia pode ser realizada para coletar uma amostra de tecido para análise laboratorial e confirmação do diagnóstico.
Câncer de vulva tem cura?
O prognóstico do câncer na vulva depende de vários fatores, incluindo o estágio do câncer no momento do diagnóstico, a localização e o tipo de células envolvidas. Em estágios iniciais, o câncer de vulva é geralmente curável.
Se, antes de virar câncer, o pré-câncer ou a neoplasia intraepitelial são diagnosticados, é possível retirar toda a lesão e curar a paciente.
Como é feito o tratamento?
A cirurgia é tratamento mais comum para o câncer de vulva. Pode variar desde uma excisão local simples no caso de pequenos tumores até uma vulvectomia mais extensa, que envolve a remoção de uma parte ou de toda a vulva. Em algumas situações, é necessária a retirada de gânglios da virilha também.
Em algumas situações, quando o tumor está muito disseminado (com metástase nos linfonodos) ou quando não for possível fazer a cirurgia, há a necessidade de fazer radioterapia.
Importante ressaltar que a melhor alternativa é sempre o tratamento das lesões pré-cancerosas. Geralmente, ele envolve procedimentos que removem ou destroem o tecido afetado para prevenir o desenvolvimento de câncer. As opções incluem excisão cirúrgica, que remove a lesão, e ablação com laser, que destrói as células anormais. Em alguns casos, a aplicação tópica de medicamentos (imunomoduladores) pode ser utilizada para estimular o sistema imunológico a combater as células alteradas.