Câncer de colo de útero: como prevenir?
Vacina de HPV e papanicolau são aliados contra a doença
Caracterizado pela alteração das células, o câncer de colo de útero é causado pela infecção persistente de alguns tipos de HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano). Embora existam mais de 130 tipos, cerca de 15 deles são considerados de alto risco e passíveis ao desenvolvimento do câncer de colo de útero.
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Mas apesar da gravidade da doença, poucas mulheres associam o HPV ao câncer de colo de útero. É o que revelou uma pesquisa realizada pela ABPTGIC (Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia), com 700 mulheres em seis capitais do Brasil, onde o número representa 66% das entrevistadas.
Para se ter uma ideia, a estimativa do INCA (Instituto Nacional de Câncer) é de que 16.710 novos casos sejam detectados somente em 2022. A boa notícia é que, se diagnosticado ainda em fase inicial, tem altas chances de cura: entre 80% e 90%.
Veja a seguir outros fatores de risco para a doença e como se prevenir.
Fatores de risco para o câncer de colo do útero
Como já adiantamos, o HPV é a principal causa do câncer de colo de útero. Outros fatores de risco são:
- Início precoce da atividade sexual;
- Mulheres com múltiplos parceiros sexuais;
- Tabagismo;
- Imunossupressão: quem possui alguma deficiência imunológica, como pessoas com lúpus, pacientes oncológicos, transplantados, com HIV, entre outros;
- Falta de realização de exames preventivos;
- IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis): como herpes genital e sífilis;
Sintomas de câncer no colo do útero
O câncer de colo de útero leva anos para se desenvolver, mas em alguns casos pode apresentar sintomas como:
- Sangramento vaginal;
- Corrimento vaginal anormal;
- Dor na pelve;
- Menstruação anormal, intensa ou irregular.
Prevenção
Por ser uma doença silenciosa e de lenta evolução, as medidas de prevenção são imprescindíveis para evitar a doença ou ajudar no diagnóstico precoce, diminuindo os riscos de evolução. Veja algumas formas:
Vacinar-se contra o HPV: a vacina é fundamental contra quatro tipos de HPV, sendo dois tipos que causam verrugas genitais, que é a forma clínica do HPV de baixo risco, bem como as formas de alto risco, que geram o câncer de colo de útero. Devem tomar:
- Meninos de 11 a 14 anos anos;
- Meninas de 9 a 14 anos .
Ter relações sexuais seguras: com o uso de preservativo (camisinha) no sexo com penetração. Essa ação protege parcialmente do HPV, que também pode contaminar o indivíduo por meio do contato com a pele nas seguintes regiões:
- Vulva (parte externa dos órgãos genitais femininos);
- Perineal (área entre o ânus e a vagina);
- Perianal (região situada – ou que se forma – na margem do ânus);
- Bolsa escrotal (feita de músculo e pele onde estão contidos os testículos).
Realizar o exame papanicolau: é um procedimento rápido em que é introduzido um instrumento popularmente conhecido como “bico de pato” na vagina da mulher para a coleta das células. Com ele é possível verificar se há alterações nas células do colo do útero e, em caso positivo, avaliar a melhor forma de tratamento.
No Brasil, seguindo as diretrizes da OMS (Organização Mundial da Saúde), o exame deve ser realizado inicialmente anualmente. Após dois exames sem qualquer anormalidade, a mulher poderá fazer um novo com o intervalo de três anos. Devem fazer:
- Mulheres que tem ou já tiveram vida sexual;
- Mulheres entre 25 e 59 anos.
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Consultar um ginecologista: na conversa com esse profissional será possível relatar irregularidades, tirar dúvidas, entre outras questões. Ainda existem casos em que o papanicolau é feito durante a própria consulta. Em outros, a pessoa pode ser encaminhada para a realização em laboratório.
Lembre-se: somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar qualquer doença. Por isso, faça os exames preventivos e, ao sentir qualquer sintoma, consulte um profissional de sua confiança.
Fonte: Fernanda Schier de Fraga, médica ginecologista e obstetra e professora da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)