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    Candidíase: 5 situações que provocam a infecção

    Desequilíbrio da microbiota vaginal, estresse e uso de remédios podem gerar o problema

    Por Danielle SanchesPublicado em 22/04/2022, às 13:34 - Atualizado em 14/06/2023, às 10:10
    Placa de Petri com Candida albicansFoto: Shutterstock

    É difícil encontrar alguma mulher que nunca tenha passado por uma crise de candidíase. A infecção é provocada pelo fungo Candida albicans, que normalmente vive em equilíbrio no nosso corpo, mas, quando se prolifera de forma excessiva, provoca coceira intensa, inchaço e corrimento na região genital.

    O que causa candidíase?

    Algumas situações acabam favorecendo o surgimento da condição. A candidíase é tão comum que cerca de 90% das mulheres sofrerão com o problema alguma vez; e, de acordo com a Mayo Clinic, nos Estados Unidos, três entre quatro mulheres terão ao menos um episódio em alguma fase da vida. Conheça as possíveis causas da candidíase:

    Uso de antibióticos

    O uso de antibióticos de amplo espectro para combater infecções acaba eliminando também as “bactérias do bem” que vivem na região genital e que são responsáveis por combater os fungos.

    Quando ocorre esse desequilíbrio, a Candida se prolifera excessivamente — e apenas uma semana de uso já pode ser suficiente para atrapalhar esse equilíbrio local.

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    Disbiose intestinal

    O desequilíbrio da flora intestinal é chamado de disbiose. Isso significa que há um aumento no número de bactérias consideradas nocivas ao nosso corpo e uma queda na presença das consideradas benéficas.

    E o que isso tem a ver com a candidíase? Bem, são justamente essas bactérias boazinhas as responsáveis por fazerem uma linha de defesa importante contra fungos e bactérias que causam doenças em nosso corpo, contribuindo com a vigilância do nosso sistema imunológico.

    Sem elas, ficamos com defesas reduzidas diante da proliferação excessiva da Candida (e até de outros microrganismos que possam provocar infecções na região íntima).

    Um dos motivos para esse desequilíbrio é o uso de antibióticos; mas manter uma dieta pobre em fibras e alimentos naturais e rica em gorduras e carboidratos também são formas de enfraquecer a microbiota intestinal.

    Uso frequente de roupas muito apertadas ou úmidas

    Tudo bem usar uma roupa mais colada na praia ou na academia. O problema está em passar o dia com peças que deixam pouco espaço para o ar circular na região íntima e ainda favorecem o acúmulo de umidade. Esses dois fatores são um “prato cheio” para o crescimento de fungos. Por isso, prefira modelos mais confortáveis, de preferência de algodão, para que a região possa “respirar”.

    Estresse e imunidade baixa

    Existe candidíase emocional? Na verdade, ansiedade, estresse e flutuação emocional são causas comuns para uma crise de candidíase. Isso se explica porque, durante esses períodos, há uma enxurrada de hormônios no corpo, como o cortisol, que acaba reduzindo a nossa resposta imunológica diante de infecções, incluindo a candidíase.

    Alterações hormonais na gravidez

    Durante a gestação, os níveis de estrogênio e progesterona aumentam, o que favorece a proliferação de fungos. E, como a mulher já tem a Candida vivendo na vagina, acaba tendo mais crises.

    Minha vagina está coçando. O que fazer?

    Imagem mostra uma mulher da cintura para baixo, segurando um papel com uma interrogação que demonstra dúvidas em relação a assuntos ginecológicosFoto: Shutterstock

    Embora na maior parte das vezes a coceira na vulva e vagina seja mesmo causada pela candidíase, outras infecções e inflamações também podem causar o sintoma.

    É o caso, por exemplo, da vaginose citolítica, que tem sintomas muito parecidos com a candidíase, embora seja uma condição mais rara. Além disso, mesmo quando o diagnóstico for esse, podem-se ter outras doenças associadas e que também precisam de tratamento adequado.

    Por isso, esqueça aquelas mil receitas caseiras de banhos de assento que estão na internet. Se houver algum desconforto na região íntima, procure seu ginecologista de confiança para que ele possa checar o que está acontecendo.

    A depender das queixas e dos sintomas, o tratamento é feito com o uso de cremes e pomadas antifúngicas específicos para a área da vagina e que podem ser comprados em farmácias comuns. Medicamentos orais também podem ser usados para garantir a eficácia do tratamento.

    Vale dizer ainda que a proliferação da Candida no organismo também tem relação com outros fatores, como o consumo excessivo de alimentos ricos em açúcar e carboidratos refinados; os preferidos desse tipo de fungo.

    Por isso, os especialistas recomendam também a manutenção de hábitos alimentares saudáveis, priorizando “comida de verdade” (frutas, verduras, legumes e tudo fresco); ingestão de pelo menos dois litros de água por dia; e evitar, ao máximo, o consumo desses alimentos, especialmente durante uma crise.

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    Quando o tratamento é um pouco mais longo

    Algumas mulheres apresentam a chamada candidíase crônica, quando as crises ocorrem com frequência acima de quatro vezes ao ano. Estima-se que cerca de 5% das mulheres terão esse tipo de problema.

    Nesse caso, o tratamento feito com pomada e medicamento oral pode durar até seis meses, sempre sob orientação médica. No entanto, é importante investigar o que está causando a candidíase de repetição.

    Se o motivo estiver atrelado a algum hábito nocivo, por exemplo, é necessário que a paciente receba orientação médica para mudar e evitar que a crise aconteça novamente.

    Fontes:  Mauricio Abrão, ginecologista e professor da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e presidente da AAGL (American Association of Gynecologic Laparoscopists); Juliana Girotti Sperandio, ginecologista e obstetra, médica especialista em cirurgias minimamente invasivas de São Paulo.

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