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    Como um beijo mexe com o nosso corpo?

    Veja o que acontece no nosso organismo quando beijamos — e por que humanos têm esse hábito

    Por Tiemi OsatoPublicado em 10/06/2022, às 11:09 - Atualizado em 25/05/2023, às 13:45
    Foto: Shutterstock

    Beijar é uma coisa um pouco estranha — ou, no mínimo, curiosa. Por que seres humanos amassam seus lábios contra os lábios de outras pessoas? E, não contentes, esfregam as línguas?

    A ciência segue buscando respostas para as várias perguntas em torno desse hábito, mas ao menos algumas informações já estão consolidadas. Sabe-se, por exemplo, como respondemos quimicamente a esse estímulo. 

    Primeiro vale explicar que nossos lábios são a zona erógena mais exposta do corpo. São muitas as terminações nervosas dessa área que “conversam” com o cérebro e desencadeiam uma série de neurotransmissores e hormônios pelo nosso organismo, afetando a língua, os lábios, os músculos faciais e a pele.

    Créditos: Giphy

    Além da respiração mais intensa, do pulso acelerado e das bochechas coradas, beijar leva nossos vasos sanguíneos a se dilatarem.

    Esse momento também é capaz de liberar a dopamina (relacionada ao desejo), a ocitocina (o “hormônio do amor”, que nos traz uma sensação de proximidade e apego), e a adrenalina (que aumenta nossa frequência cardíaca). E um bônus: o famoso “hormônio do estresse”, chamado cortisol, diminui durante o beijo. 

    O que mais acontece no corpo?

    Pode-se dizer que, ao beijar, você garante que não está levando uma vida totalmente sedentária. Isso porque é preciso mexer 146 músculos do corpo, sendo 34 faciais e 112 posturais — não à toa o primeiro beijo é motivo de nervosismo… haja coordenação motora.  

    Esse esforço pode consumir cerca de 3 a 20 calorias por minuto. Imagine, então, quanto tempo de academia o casal responsável pelo beijo mais longo do mundo economizou! Foram 58 horas, 35 minutos e 58 segundos de duração registrados pelo Guinness World Records. 

    E não podemos esquecer que há uma troca considerável de saliva nessa história. De acordo com um estudo publicado no periódico Microbiome, até 80 milhões de bactérias são transferidas de uma boca para outra em um beijo de 10 segundos. Essa troca pode, inclusive, fazer com que casais apresentem comunidades bacterianas orais semelhantes. 

    Créditos: Giphy

    Mas, afinal, por que beijamos?

    Apesar dos microrganismos presentes no processo e dos momentos estranhos que a falta de química pode render, os seres humanos continuam beijando. O porquê disso é uma questão ainda não solucionada pelos pesquisadores. Existem, porém, algumas possibilidades para refletirmos. 

    Cientistas acreditam que o beijo pode ser útil para avaliarmos a qualidade genética de potenciais parceiros. De tão perto que ficamos, é possível sentir o cheiro da outra pessoa, algo que acaba servindo como um indicador do sistema imune. 

    Muitas vezes, conforme mostra um artigo disponível na revista Scientific Reports, indivíduos preferem se relacionar com quem possui genes HLA (antígenos leucocitários humanos) distintos dos seus próprios. 

    Créditos: Giphy

    Há também especialistas que chamam atenção para o papel do beijo em aumentar a excitação e preservar relacionamentos.  

    Um estudo divulgado no Journal of Sex Research, realizado com mais de 38 mil pessoas comprometidas, revela que a satisfação sexual e a paixão são mais duradouras em casais que transam com mais frequência. E, no caso desses casais, é muito comum que sejam bem íntimos: riem juntos, se abraçam com frequência e — adivinha só! — beijam muito. 

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