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“A corrida salvou a minha vida”

Após ter crises de depressão e ansiedade, Daniel Cavalcanti encontrou na corrida qualidade de vida

Por Samantha CerquetaniPublicado em 29/08/2022, às 14:47 - Atualizado em 29/08/2022, às 14:47

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Era um dia comum de 2021 quando Daniel Cavalcanti, 37, analista de comércio exterior, saiu de casa para caminhar no parque. Com a pandemia, ele viu a sua saúde mental piorar: trabalhando de casa, cuidando do filho pequeno enquanto a esposa trabalhava no hospital, a crise de ansiedade e depressão chegou com força e sem avisar.

“A ideia era apenas sair um pouco de casa. Comecei a caminhar bem cedo e a ouvir música para me distrair. Em pouco tempo, estava trotando e logo depois comecei a correr sem qualquer objetivo”.

Essa atitude simples foi um divisor de águas na vida de Daniel. A partir deste momento, a corrida entrou em sua rotina, e em pouco tempo ele ganhou mais saúde e bem-estar. “Quando me dei conta, tinham se passado seis meses, não tinha mais crises de ansiedade, os pensamentos negativos foram embora e havia perdido mais de 30 kg”.

Superação constante

Ao chegar aos 99 kg, o analista de comércio exterior percebeu que estava acima do peso. Isso foi após realizar uma cirurgia, que o levou a colocar pinos na coluna. Por ficar mais tempo parado para se recuperar, começou a engordar. E até 2021, era uma pessoa bastante sedentária, não tinha regras ou rotina e era um e ex-fumante.

Com a corrida, além de perder peso, ele ganhou disposição, passou a dormir melhor e a controlar a ansiedade e a depressão. Ele sente que a cada treino foi evoluindo, melhorando cada vez mais e ainda por cima curtindo a jornada e ganhando mais qualidade de vida.

“A única coisa que me arrependo hoje é de não ter descoberto o prazer da corrida de rua antes. Ao correr, descobri uma forma de ter paz e entendi que consigo ser sempre melhor do que ontem”, afirma.

Rumo à maratona

Em novembro de 2021, Daniel realizou a sua primeira corrida de rua e percorreu 5 km. Ele revela nunca ter pensando em participar de uma prova, mas sentiu uma emoção indescritível e superou todos os seus limites. Até o final do ano passado, tinha corrido 909 km e passou 99 horas correndo. E, em 2022, pretende superar esses números.

“Ultrapassar a linha de chegada proporciona uma sensação muito boa. Neste momento, há uma descarga de adrenalina. Correr, para mim hoje, é uma necessidade; assim como comer, dormir, respirar. Faz parte da minha vida. Se tornou um vício”.

Atualmente, ele já completou duas meias-maratonas (cerca de 21 km) e se prepara para a terceira. Além disso, sonha em completar a sua primeira maratona (42 km) em breve. E já intensifica os treinos: são três vezes na semana praticando corrida e mais três com treinos de força com crossfit.

“Quero muito correr uma maratona, sentir o que é passar por essa experiência. E pensar que tem apenas um ano que pratico o esporte. Minha vida mudou completamente. Eu queria apenas sair do sedentarismo e encontrar um novo objetivo para a minha vida”.

Para chegar a esse objetivo, Daniel não mede esforços: acorda todos os dias às 5h e segue seu treino faça chuva ou faça sol. Segundo ele, a recompensa vem sempre que cruza uma linha de chegada com um segundo abaixo do que realizou na anterior.

“Terminar uma corrida vai além da capacidade muscular. Muitas vezes, é preciso superar as limitações da mente e manter o objetivo de finalizar o percurso. Mas, a liberação de endorfina é a melhor medalha. Por isso, o meu conselho é: comece hoje, evite se auto sabotar e faça isso por você!”

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