Pessoas trans devem realizar exames preventivos de câncer
Mamografia, ultrassom de mamas e exame de toque retal entram na lista
Você sabia que cerca de 2% da população adulta brasileira são pessoas transgêneros e não binárias (não se percebem como pertencentes exclusivamente ao gênero feminino ou masculino)?
Neste artigo, você vai ler:
Pessoas que devem cuidar da saúde e fazer exames com regularidade, mas que nem sempre são impactadas por campanhas de conscientização sobre doenças.
As campanhas sobre o câncer de mama, por exemplo, geralmente, focam apenas nas mulheres cisgêneros (que se identificam com o sexo biológico). Porém, as pessoas trans também podem ter a doença e precisam ficar de olho nos sinais que o corpo dá e se consultar regularmente com um ginecologista.
É importante reforçar que sem cirurgia, homens trans continuam tendo útero e ovários; já mulheres trans têm próstata. Dessa forma, exames de rastreamento são necessários.
Predição do câncer de mama
As mulheres trans, na maioria das vezes, usam hormônios para induzir mudanças físicas no corpo (como o aumento das mamas). Essa atitude pode ampliar o risco de câncer na região das mamas.
Portanto, mulheres trans precisam realizar o mesmo rastreamento que as mulheres cis: mamografia anual e exame físico a partir dos 40 anos.
Já homens trans que realizam a mastectomia (retirada das mamas) até reduzem o risco de desenvolver câncer de mama, mas não o anulam por completo, principalmente se houver risco genético hereditário.
Nesses casos, o ideal é realizar consultas regulares com o médico e fazer ultrassom das mamas para averiguar qualquer alteração na região. Também pode ser solicitada uma ressonância magnética das mamas com contraste.
Predição do câncer de próstata
Já as mulheres trans que realizam o processo de adequação do gênero, precisam se atentar para o câncer de próstata, já que a cirurgia geralmente não retira a glândula.
Portanto, a recomendação é fazer os exames periódicos da próstata (como exame de toque retal ou PSA) aos 50 anos ou até mesmo antes, caso haja histórico familiar da doença.
Já quando há a retirada da próstata integralmente, o risco de ocorrer um tumor na região fica praticamente nulo, apenas se houver algum resíduo de tecido prostático.
Vale lembrar que o uso hormonal à base de estrogênio ou de bloqueadores da testosterona diminui o risco do câncer de próstata. No entanto, alguns tumores se desenvolvem independentemente da questão hormonal.
Fonte: Maria dos Anjos Neves, coordenadora do Departamento de Genitoscopia da Dasa