Fasciíte necrosante: infecção bacteriana rara pode ser fatal
Infecção bacteriana rara e grave destrói rapidamente os tecidos da pele e músculos
A fasciíte necrosante é uma condição grave que, se não for tratada rapidamente, pode causar a morte dos tecidos, e em casos extremos, levar ao óbito. Continue a leitura para saber detalhes sobre suas causas, fatores de risco e como é feito o tratamento.
Neste artigo, você vai ler:
Fasciíte necrosante: o que é?
A fasciíte necrosante é uma infecção bacteriana rara e grave que destrói rapidamente os tecidos abaixo da pele.
Popularmente conhecida como “bactéria devoradora de carne”, essa condição atinge as camadas mais profundas da pele, causando necrose (morte) do tecido e podendo ser fatal se não tratada a tempo.
A infecção pode avançar rapidamente pelo corpo, causando complicações graves, como sepse (infecção generalizada) e falência de múltiplos órgãos.
Uma variante dessa condição é a Síndrome de Fournier, que afeta especificamente a região genital e perineal.
Causas da fasciíte necrosante
As infecções bacterianas são as principais responsáveis pela fasciíte necrosante. A bactéria mais comumente associada à doença é o Streptococcus. Mas, tais infecções também podem ter mais de uma bactéria envolvida.
As bactérias entram no corpo por meio de cortes, feridas ou após cirurgias, desencadeando o desenvolvimento da doença.
Como ocorre a transmissão da fasciíte necrosante?
A transmissão da fasciíte necrosante não acontece de pessoa para pessoa como em muitas doenças infecciosas. Geralmente, a condição se inicia em um local onde há uma porta de entrada pela qual as bactérias entram no corpo, como um corte, ferida, queimadura ou durante uma cirurgia.
Sintomas da fasciíte necrosante
Os sintomas da fasciíte necrosante variam, mas geralmente surgem:
· Dores intensas, geralmente desproporcionais ao tamanho da ferida e que não melhora com analgésicos.
· Vermelhidão e inchaço ao redor da ferida.
· Febre.
· Sensação de cansaço extremo.
· Bolhas.
· Secreção com mau cheiro.
· Em estágios avançados, a pele pode adquirir uma cor escura, devido à necrose dos tecidos. H2>Fatores de risco
Os principais fatores de risco para a fasciíte necrosante incluem:
· Sistema imunológico enfraquecido: pessoas com imunidade comprometida, como aquelas com câncer, HIV ou em uso de medicamentos imunossupressores, têm maior probabilidade de desenvolver a infecção.
· Diabetes: pessoas com feridas mal cicatrizadas ou úlceras nos pés estão mais propensas a contrair a doença.
· Feridas ou traumas na pele: cortes, queimaduras, cirurgias recentes, mordidas de animais ou até picadas de insetos podem servir de porta de entrada para as bactérias causadoras da fasciíte necrosante.
· Uso de drogas intravenosas: aqueles que usam drogas injetáveis correm mais risco devido à presença de portas de entrada na pele, como no local de injeção da droga, associado muitas vezes a más condições de higiene pessoal.
Como é o diagnóstico da fasciíte necrosante?
O diagnóstico da fasciíte necrosante deve ser realizado com urgência por conta do rápido avanço e gravidade da infecção. Inicialmente, o médico avalia os sintomas e sinais de necrose, como a presença de pele escurecida ou com bolhas, que podem indicar que os tecidos estão morrendo.
Exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada, são frequentemente usados para avaliar a profundidade da infecção e entender melhor a extensão dos danos causados.
Exames laboratoriais, como análises de sangue, ajudam a identificar sinais de infecção grave, como níveis elevados de leucócitos e outros marcadores inflamatórios.
Fasciíte necrosante: formas de tratamento
O tratamento da fasciíte necrosante exige intervenção médica imediata, uma vez que a infecção se espalha rapidamente e pode ser fatal.
O primeiro passo é a administração de antibióticos intravenosos para combater as bactérias responsáveis. No entanto, em muitos casos, os antibióticos por si só não são suficientes. Por isso, é necessária uma cirurgia para remover o tecido infectado e necrosado.
Nos casos mais graves, quando a infecção compromete grandes áreas do corpo ou atinge membros, pode ser necessária a amputação para salvar a vida do paciente.
Além disso, o suporte em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pode ser indispensável
para monitorar a função dos órgãos vitais e garantir que o tratamento seja eficaz, principalmente se houver risco de falência múltipla de órgãos ou choque séptico.
Formas de prevenção
A prevenção da fasciíte necrosante envolve principalmente o cuidado com a pele e a atenção às condições de saúde que possam aumentar o risco de infecção. Algumas das principais formas de prevenção incluem:
· Manter a pele limpa e tratar adequadamente feridas, cortes, arranhões e picadas de insetos.
· Sempre cobrir feridas abertas.
· Monitorar qualquer infecção.
· Acompanhar condições crônicas, como diabetes.
· Evitar uso de drogas intravenosas.
Qual médico procurar?
Em caso de suspeita de fasciíte necrosante, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente. O especialista mais indicado para diagnosticar e tratar a fasciíte necrosante é o infectologista, que consegue avaliar a extensão da infecção, prescrever o tratamento com antibiótico ou solicitar a avaliação de um cirurgião, caso seja necessário remover o tecido necrosado.