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    Fibromialgia: o que é, sintomas e tratamento

    Dor generalizada é o principal sintoma da doença crônica

    Por Raquel RibeiroPublicado em 27/10/2022, às 11:31 - Atualizado em 27/10/2022, às 11:34
    Foto: Shutterstock

    Uma dor muscular generalizada, crônica (que dura mais de três meses) sem uma causa totalmente conhecida. Estamos nos referindo à fibromialgia.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a doença afeta 2,5% da população mundial. Costuma ser mais comum nas mulheres e geralmente surge entre 30 a 50 anos de idade, o que não anula o seu aparecimento em pessoas mais jovens.

    Embora não tenha cura, a doença tem tratamento para controlar os sintomas e proporcionar assim uma melhor qualidade de vida ao indivíduo. 

    A seguir, você confere mais informações sobre o assunto. Acompanhe!

    O que é fibromialgia?

    É uma doença crônica (dura mais de três meses), caracterizada por uma alteração do Sistema Nervoso Central (SNC), onde o cérebro, encéfalo e demais estruturas passam a perceber todo o tipo de estímulo do corpo na forma de dor. 

    Podem ser estímulos de toque, de sensibilidade, que não são dolorosos, ou de temperatura. “O indivíduo tem dor no músculo do braço, por exemplo, mas não porque tem uma lesão na estrutura, e sim porque os nervos, que trazem estímulos para essa região, entendem como se existisse uma lesão. Sendo assim, fazem com que o SNC receba uma sensação de dor”, explica Felipe Mendonça, reumatologista do Hospital Santa Paula.

    Sintomas de fibromialgia

    Os principais sintomas são: 

    • Dor generalizada;
    • Alteração no sono: pode ser uma noite de sono ruim. Em outras palavras, trata-se de um sono não reparador, ou seja, quando a pessoa acorda cansada;
    • Fadiga: cansaço ao realizar atividades no dia a dia;
    • Sintomas somáticos: dores de cabeça, no estômago, intestinais e durante a relação sexual costumam ser comuns associadas à fibromialgia;
    • Alterações cognitivas: dificuldade de raciocínio, lentidão e/ou memória;
    • Alterações psíquicas relacionadas a ansiedade e depressão: o indivíduo pode ficar mais pra baixo, triste, ansioso ou preocupado.

    “Os sintomas são caracterizados por uma série de achados. No entanto, esses não estão presentes necessariamente em todos os pacientes. Têm aqueles que vão ter um desses sintomas, outros dois e quem terá todos os possíveis. A combinação de sintomas pode variar, mas eles incluem de alguma forma a dor generalizada, que é a principal manifestação da fibromialgia”, ressalta Mendonça.

    Pontos de dor

    Sabe-se que a fibromialgia pode causar dores generalizadas, mas existem alguns lugares em que os desconfortos são mais frequentes. 

    “São pontos comuns de serem dolorosos, mas as pessoas não precisam ter dores necessariamente nesses pontos e nem apenas neles. Muitas vezes, as dores extrapolam para outras partes do corpo. Além disso, outras doenças reumáticas também podem apresentar dor nesses mesmos pontos”, lembra o reumatologista.

    Veja a seguir pontos comuns de dores da fibromialgia: 

    O que causa fibromialgia?

    Não  existe uma causa única ou clara para a fibromialgia, como ocorre nas doenças infecciosas, onde a bactéria X causa a doença Y. É uma causa multifatorial

    “O que a gente já sabe é que a doença tem um componente de predisposição genética. O que significa que existem genes que são passados de geração para geração e predispõe a pessoa com esse gene a desenvolver o quadro de fibromialgia”, diz Mendonça. 

    Vale ressaltar que isso não significa que o indivíduo vai ter a condição, mas existe essa predisposição genética que consequentemente confere à fibromialgia uma certa hereditariedade. Dessa forma, é comum pessoas com a doença terem parentes com a mesma  enfermidade. 

    Outro fator que pode estar envolvido em seu aparecimento é o estresse. Ou seja, pessoas que vivem em ambientes estressantes, sendo elas precedentes de ansiedade ou não.

    Além disso, outro componente que pode predispor à condição são as alterações de humor e as doenças psiquiátricas. Por isso, pessoas com ansiedade e depressão têm mais chances. Lembrando que isso também não significa que quem sofre desses males terá fibromialgia, mas pode acontecer.

    Diagnóstico

    Atualmente, não existem exames para diagnosticar a fibromialgia. Portanto, o diagnóstico é clínico. Em outras palavras, é feito por um reumatologista, com base no relato e histórico clínico do paciente.

    Alguns exames complementares podem ser solicitados, mas apenas para afastar outras condições que podem causar sintomas semelhantes.

    Tratamento

    O tratamento para a fibromialgia envolve uma série de condutas adicionais com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente no que se refere à dor, qualidade do sono e humor. Entre eles estão:

    Medicamentoso

    Podem ser desde aqueles sob demanda, se os sintomas são muito intermitentes ou aqueles contínuos, que podem ser usados isolados ou em combinação. 

    “As medicações quase sempre envolvem substâncias que têm o objetivo de neuromodulação, ou seja, mudar a percepção do SNC mediante a dor. Podem ser usados antidepressivos, anticonvulsivantes e algumas medicações relaxantes neuromusculares”, explica o reumatologista.

    Não medicamentoso

    Consiste em realizar exercícios físicos, de preferência aqueles que mexem o corpo inteiro e aceleram os batimentos cardíacos do indivíduo. Dessa forma, pode ser possível reverter a sensibilidade aumentada à dor provocada pela fibromialgia.

    Alguns exemplos são: exercícios aeróbicos, como caminhar e andar de bicicleta, fazer musculação e/ou pilates.

    Psíquico

    Pode envolver, por exemplo, a psicoterapia, tratamento colaborativo, em que paciente e psicólogo trabalham juntos. O objetivo é fazer com que o paciente tenha uma percepção sobre os fatores desencadeantes e de estresse. Além disso, o profissional poderá ensinar a pessoa a ter uma vida mais leve e tranquila e com mais capacidade para lidar com o próprio estresse. 

    Lembrando que cada caso deve ser avaliado individualmente de acordo com o histórico clínico de cada indivíduo.

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