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    Síndrome de Sjögren: condição autoimune causa ressecamento do corpo

    Pacientes costumam ser acompanhados pelo médico reumatologista

    Fonte: Dr. Fernando Henrique Carlos de SouzaMédico reumatologistaPublicado em 28/11/2024, às 17:34 - Atualizado em 29/11/2024, às 08:19

    Síndrome de Sjögre

    É bastante comum que pessoas com síndrome de Sjögren apresentem olhos secos (xeroftalmia) e/ou boca seca (xerostomia). Além disso, o ressecamento também pode afetar pele, vias aéreas e região genital. É fundamental que tais sintomas sejam investigados e que a causa seja determinada, para então iniciar o tratamento adequado e evitar prejuízos à qualidade de vida.

    Síndrome de Sjögren: o que é?

    A síndrome de Sjögren é uma condição crônica e autoimune, na qual o sistema imunológico do paciente ataca principalmente as glândulas que são responsáveis por manter a umidade de diversas partes do organismo, incluindo olhos e boca.

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    O que são doenças autoimunes?

    Existem várias doenças autoimunes – cada uma com as suas características e particularidades. O aspecto comum entre todas é a presença de alterações no sistema imunológico que levam as células de defesa a atacarem o próprio corpo. Em outras palavras, o sistema de defesa do paciente confunde algumas estruturas do organismo com agentes invasores e, assim, ataca tecidos e órgãos saudáveis por engano.

    Alguns exemplos, além da síndrome de Sjögren, são: artrite reumatoide, lúpus, diabetes tipo 1, doença celíaca, doença de Crohn, psoríase e tireoidite de Hashimoto.

    Causas para a síndrome de Sjögren

    Em pacientes com síndrome de Sjögren, o sistema imunológico ataca e gera inflamação em alguns órgãos (principalmente nas glândulas lacrimais e salivares), assim prejudicando o funcionamento de tais estruturas. No entanto, não se sabe exatamente o que desencadeia esse processo. Atualmente, considera-se que a síndrome de Sjögren seja resultado de uma combinação de fatores genéticos e fatores ambientais (uma das suspeitas, por exemplo, é que infecções virais ou bacterianas possam desencadear o quadro).

    Sintomas da síndrome de Sjögren

    Os sintomas da síndrome de Sjögren podem variar de pessoa para pessoa, bem como a intensidade pode ser diferente dependendo da gravidade do quadro. Em geral, as manifestações mais típicas são:

    • Olhos secos (podendo haver ardência, vermelhidão, sensação de areia nos olhos e/ou visão embaçada);
    • Boca seca (pode atrapalhar a fala e a deglutição, além de favorecer o aparecimento de cáries).

    Há ainda outros sinais dessa condição, como:

    • Secura no nariz, na pele e/ou na vagina;
    • Fadiga;
    • Artrite;
    • Danos a outros órgãos (pulmão e rins, por exemplo).

    Quando devo procurar por um médico?

    É fundamental que indivíduos com os sintomas elencados acima, sobretudo se forem duradouros, consultem um médico. Tais manifestações podem estar associadas a diversos fatores (incluindo doenças e medicamentos), sendo importante que haja uma avaliação detalhada da causa. O ideal é que a secura nos olhos, por exemplo, seja investigada por um oftalmologista – que deve encaminhar o caso a um reumatologista se suspeitar da síndrome de Sjögren.

    Como é feito o diagnóstico?

    Para diagnosticar a síndrome de Sjögren, o médico reumatologista precisa conhecer a história clínica do paciente e conduzir um exame físico. Além disso, é necessário analisar os resultados de uma série de exames, entre os quais:

    • Exames de sangue (para avaliar a presença de determinados anticorpos);
    • Radiografia e/ou cintilografia das glândulas salivares (para avaliar a produção de saliva);
    • Teste oftalmológicos específicos como Schirmer, fluoresceína, entre outros (para avaliar a quantidade e a qualidade das lágrimas);
    • Biópsia das glândulas salivares menores do lábio (para avaliar a presença de inflamação e de linfócitos).

    Formas de tratamento para a síndrome de Sjögren

    Não há cura para a síndrome de Sjögren, mas há uma série de abordagens terapêuticas capazes de amenizar os sintomas e fornecer uma melhor qualidade de vida aos pacientes. É possível utilizar, por exemplo, lágrimas artificiais e substitutos de saliva para manter a hidratação dos olhos e da boca.

    Também podem ser prescritos medicamentos anti-inflamatórios, corticoides e/ou imunossupressores com o intuito de atenuar a inflamação e controlar a agressão do sistema imunológico, conforme a necessidade de cada paciente.

    Além disso, adaptações no estilo de vida – como aumentar a ingestão de água, umidificar a casa, não fumar e consultar regularmente um dentista – podem contribuir para o processo de tratamento.

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