nav-logo
Compartilhe

    O que é a hiperprolactinemia e por que ela afeta a fertilidade e a libido

    De hipotireoidismo ao uso de antidepressivos, diversas situações podem levar ao quadro

    Fonte: Dra. Adriana Bittencourt CampanerGinecologistaPublicado em 21/10/2025, às 09:52 - Atualizado em 21/10/2025, às 09:53

    hiperprolactinemia

    A hiperprolactinemia é o excesso do hormônio prolactina no sangue. Ela é a principal causa de produção de leite pelas mamas fora do período de amamentação. 

    Na maioria das vezes, o quadro pode ser controlado. E entender o que está por trás dessa alteração hormonal é o primeiro passo para encontrar o tratamento certo.

    Hiperprolactinemia: o que é? 

    Hiperprolactinemia é a produção excessiva do hormônio prolactina. Esse hormônio, conhecido por sua função na amamentação, é produzido na hipófise, uma glândula que fica na base do cérebro. 

    A prolactina está presente em homens e mulheres durante toda a vida. Mas, em níveis muito altos, pode causar a produção de leite fora do período de amamentação, alterações no ciclo menstrual e diminuição da libido.  

    Qual a função da prolactina? 

    A função principal da prolactina é estimular as glândulas mamárias a produzirem leite, o que é fundamental durante a amamentação. Mas o hormônio também ajuda a regular outros sistemas do corpo, influenciando diretamente o ciclo menstrual e a ovulação nas mulheres 

    Além disso, os níveis de prolactina afetam a vida sexual. Em excesso, podem diminuir o desejo sexual (libido) em homens e mulheres e até causar disfunção erétil nos homens. 

    O que causa a Hiperprolactinemia? 

    As causas mais frequentes de hiperprolactinemia são os prolactinomas, ou seja, tumores benignos na hipófise. O uso de certos medicamentos, como alguns antidepressivos e antipsicóticos, também está entre os motivos comuns para o aumento do hormônio. 

    Além disso, outras doenças também podem ser a causa, como o hipotireoidismo primário, a síndrome dos ovários policísticos (SOP), a insuficiência renal crônica e a cirrose hepática. 

    Vale ainda lembrar que a gravidez e a amamentação naturalmente elevam os níveis de prolactina no sangue, e que o estímulo excessivo dos mamilos também pode causar esse aumento. 

    Sintomas de Hiperprolactinemia 

    Os sinais mais comuns da hiperprolactinemia são a produção de leite pelas mamas fora da gestação, conhecida como galactorreia, e alterações ligadas à saúde sexual e reprodutiva. Nas mulheres, os sintomas mais comuns são: 

    Alterações na menstruação, que pode se tornar irregular ou ausente. 

    • Infertilidade ou dificuldade para engravidar. 
    • Diminuição da libido (desejo sexual). 
    • Secura vaginal e dor durante a relação sexual. 
    • Redução da densidade mineral óssea a longo prazo. 
    • Inchaço nas mamas. 

    Já nos homens, seriam: 

    • Redução da libido. 
    • Disfunção erétil. 
    • Infertilidade. 
    • Ginecomastia (aumento do volume das mamas). 
    • Perda de massa muscular em casos mais raros. 

    Hiperprolactinemia em homens 

    A hiperprolactinemia também afeta os homens, e os sintomas envolvem principalmente a saúde sexual e reprodutiva. 

    Isso acontece porque o excesso de prolactina pode atrapalhar o funcionamento dos testículos, levando a uma queda na produção de testosterona. Essa condição é chamada de hipogonadismo, e é ela que causa a maioria dos sintomas. 

    Os principais sinais de que a prolactina está alta em homens são a diminuição da libido (desejo sexual), disfunção erétil (dificuldade de ter ou manter uma ereção), infertilidade e o aumento das mamas (chamado de ginecomastia). 

    Em casos mais raros, especialmente quando um tumor maior na hipófise é a causa, podem surgir também dores de cabeça e alterações na visão. 

    Qual médico procurar? 

    O especialista mais indicado para investigar e tratar a hiperprolactinemia é o endocrinologista, profissional que cuida das glândulas e dos hormônios. 

    No caso das mulheres, o ginecologista também pode fazer o diagnóstico, principalmente quando a paciente se queixa de alterações menstruais, dificuldade para engravidar ou produção de leite nas mamas.  

    Exames que auxiliam no diagnóstico da Hiperprolactinemia 

    A investigação começa com a dosagem de prolactina no sangue, exame que pode confirmar se os níveis do hormônio estão realmente elevados. O médico também pode solicitar a dosagem de TSH, o hormônio que estimula a tireoide, para verificar se o hipotireoidismo é a causa do problema.  

    Exames de função renal e hepática, que medem substâncias como creatinina, TGO e TGP, também podem ser pedidos para avaliar esses órgãos. 

    Se os níveis de prolactina estiverem altos, mas a pessoa não tiver sintomas, o médico pode investigar a presença de macroprolactina. Trata-se de uma forma do hormônio que é menos ativa, mas que pode elevar seus níveis, mas sem causar problemas de saúde. 

    Caso se confirme a hiperprolactinemia e outras causas sejam descartadas, o próximo passo é avaliar a hipófise com a ressonância magnética. Ela traz imagens detalhadas e de alta resolução da glândula, ajudando a identificar pequenos tumores.

    Agendar exames

    Formas de tratamento 

    Geralmente, o tratamento para a hiperprolactinemia é feito com remédios da classe dos agonistas dopaminérgicos. Eles agem normalizando os níveis de prolactina, o que ajuda a restaurar a função dos ovários e testículos. 

    Além disso, quando a causa é um prolactinoma, os medicamentos mais usados para reduzir o tamanho do tumor são a cabergolina e a bromocriptina. 

    A cirurgia seria uma opção para casos que não respondem bem aos medicamentos, além daqueles em que um tumor estiver causando problemas de visão que não melhoram com o tratamento clínico. 

    A radioterapia é reservada para casos raros de tumores agressivos ou malignos que não respondem aos medicamentos nem à cirurgia.

     

     

    Encontrou a informação que procurava?
    nav-banner

    Veja também

    Escolha o melhor dia e lugarAgendar exames