nav-logo
Compartilhe

Osteoporose: o que é e como tratar

Mais comum em idosos e mulheres na pós-menopausa, doença é silenciosa e aumenta o risco de fraturas

Fonte: Dra. Rosita FontesEndocrinologista e Assessora Médica da DasaPublicado em 15/07/2025, às 14:12 - Atualizado em 15/07/2025, às 14:16

osteoporose

Mais comum em idosos e mulheres na pós-menopausa, doença é silenciosa e aumenta o risco de fraturas 

Agendar exames

A gente costuma pensar que as doenças sempre trazem consigo uma série de sintomas. E isso faz sentido. Só que não funciona assim para todas as condições. A osteoporose, por exemplo, é considerada uma doença silenciosa. 

Tão silenciosa que um paciente pode estar aparentemente saudável quando, de repente, sofre uma fratura. A fratura pode ser resultado de uma pequena queda, uma pancada, um movimento súbito e até um espirro. O impacto não precisa ser muito grande para gerar complicações. 

Isso acontece porque a osteoporose é marcada pela fragilidade óssea. Inclusive, o termo “osteoporose” significa “osso poroso. Imagina o seguinte: normalmente, a parte interna do osso parece um favo de mel. Em pacientes com osteoporose, por causa da perda acentuada de cálcio e minerais, os espaços do “favo” são maiores do que o adequado. 

Assim, os ossos ficam mais porosos e fracos. Ocorre a diminuição da massa óssea e alteração da microestrutura do osso (somente vista ao microscópio), aumentando o risco de fraturas. 

A Fundação Internacional de Osteoporose estima que, na população mundial acima de 50 anos, uma a cada três mulheres e um a cada cinco homens irão sofrer uma fratura osteoporótica em algum momento. 

Geralmente, os locais mais afetados são a coluna, o fêmur, o punho e o braço. Ossos quebrados, além de causarem dor, estão relacionados a incapacidade, menor independência, perda da qualidade de vida e, em casos mais graves, mortalidade.

Osteoporose: o que é? 

A osteoporose é uma doença que afeta a estrutura interna dos ossos. Ela provoca a diminuição da massa óssea, o que deixa os ossos porosos e frágeis. Por causa dessa fragilidade, o risco de fraturas aumenta muito, podendo acontecer mesmo nos impactos leves. 

Segundo o Ministério da Saúde e as Sociedades Brasileiras de Reumatologia e de Endocrinologia e Metabologia, a condição é mais comum em mulheres após a menopausa e em pessoas idosas. O desenvolvimento da doença costuma ser silencioso, sem sintomas claros até que ocorra a primeira fratura. 

O que causa osteoporose 

O tecido ósseo passa por contínua renovação ao longo da nossa vida. Na infância e na adolescência, a formação óssea é maior do que a reabsorção (ou perda) óssea. Depois, a massa óssea tende a estabilizar e, mais para frente, começa a declinar aos poucos. 

Mas é importante saber que a massa óssea que uma pessoa apresentará na vida adulta dependerá de quando de massa óssea foi “construída” desde a infância e adolescência. Por isto, é importante a adequada ingestão de cálcio e vitamina D desde o nascimento, explica Rosita Fontes, endocrinologista e assessora médica da Dasa. 

“Depois dos 40 anos, nós perdemos muita massa óssea a cada década”, complementa Jamilly Drago, endocrinologista do Hospital Brasília. E isso é normal. No entanto, a perda acelerada vista na osteoporose não. 

Como a osteoporose é uma doença óssea metabólica muito relacionada ao envelhecimento, é mais comum encontrá-la em idosos. Mas o quadro também pode atingir pessoas mais novas. 

Além disso, a condição pode acometer tanto homens quanto mulheres, só que o risco é maior para mulheres na pós-menopausa que não fazem tratamento de reposição hormonal. 

O motivo é simples: depois da última menstruação, os níveis de estrogênio no organismo diminuem expressivamente – e esse é um hormônio capaz de proteger contra a perda de massa óssea. 

Estima-se que aproximadamente 60% a 80% da massa óssea seja determinada geneticamente, enquanto os hormônios sexuais e os demais fatores modulam os 20% restantes. Seguem os outros fatores de risco que podem predispor à osteoporose: 

  • Uso crônico de medicamentos como glicocorticoides e anticonvulsivantes 
  • História de osteoporose na família 
  • Alimentação com pouco cálcio e vitamina D desde a infância 
  • IMC (Índice de Massa Corporal) baixo 
  • Descendência europeia ou asiática 
  • Baixa exposição ao sol 
  • Longos períodos de inatividade 
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas 

Tipos de osteoporose 

A osteoporose pode ser classificada em dois tipos principais. A mais comum é a primária, que inclui a osteoporose juvenil, a pós-menopausa e a senil. Existe também a osteoporose secundária, causada por outros fatores.   

Osteoporose primária 

  • Juvenil: 

A osteoporose juvenil idiopática é rara, geralmente ocorre entre 8 e 14 anos de idade e seus sintomas podem melhorar durante a puberdade. A causa ainda é pouco compreendida e apresenta desafios diagnósticos devido à sua complexidade, sendo importante descartar outras formas de osteoporose primárias ou secundárias.

  • Pós-menopausa: 

Ocorre nas mulheres após a menopausa e a principal causa é a queda acentuada nos níveis de estrogênio. Esse hormônio tem um papel importante na proteção da massa óssea e sua redução acelera a perda óssea, deixando os ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas.

  • Senil: 

A osteoporose senil está ligada ao processo de envelhecimento. Ela atinge tanto homens quanto mulheres, geralmente após os 70 anos de idade. E é um resultado natural do declínio da capacidade do corpo de renovar o tecido ósseo.

Com a idade, o corpo também pode ter mais dificuldade para absorver cálcio. Além disso, a menor produção de vitamina D e a redução da atividade física também contribuem para o quadro. 

Osteoporose secundária

A osteoporose secundária acontece como consequência de outras condições, como, por exemplo doenças reumatológicas, endócrinas e renais. O uso contínuo de medicamentos como corticoides também é um fator de risco importante.

O  tratamento deste tipo de osteoporose depende do controle da doença de base.

Sintomas de osteoporose

Como falamos, a osteoporose é uma doença silenciosa. Muitas vezes o diagnóstico só é feito após a primeira fratura óssea ou por meio de exame de rastreio. 

A suspeita clínica pode se dar em pessoas com 50 anos ou mais que sofreram uma fratura de quadril, vertebra, úmero ou pélvica de baixo trauma após os 40 anos de idade. Um outro motivo de suspeita é em pessoas que têm um risco absoluto de fratura de 20% ou mais para próximos 10 anos; isto é feito usando uma ferramenta chamada FRAX (avaliação de risco de fratura). 

“É importante diferenciar a osteoporose do reumatismo e da osteoartrite e não confundir as dores nas articulações dessas condições com dor por causa de osteoporose”, destaca Fontes.  

Mas existe um sinal específico que pode indicar osteoporose, de acordo com a Fundação Internacional de Osteoporose: perder mais de 3 centímetros de altura. Esse pode ser um indício de fratura nas vértebras, que resulta em curvaturas na coluna ou postura corcunda. 

Qual exame detecta a osteoporose? 

Existem vários métodos de diagnóstico de osteoporose. O mais utilizado em todo o mundo é a densitometria óssea. Trata-se de um exame de imagem simples, rápido e capaz de avaliar a massa óssea. 

“É um mecanismo com fonte de raios X, mas que tem menos radiação do que um raio X comum”, diz Drago. “Quanto ao resultado, apresentar um índice menor do que -2,5 é o que define a osteoporose”, complementa. 

A densitometria também pode revelar a presença de osteopenia, caso o índice fique entre -1,1 e -2,4. A osteopenia não é considerada uma doença, mas é importante avaliar todos os fatores quando ela se apresenta, pois pode ou não ser uma fase de evolução para a osteoporose. 

“Além da densitometria óssea, exames de sangue, de urina e outros exames de imagem complementam o diagnóstico da osteoporose e suas causas”, acrescenta Fontes. Esses exames avaliam o metabolismo do cálcio, os hormônios relacionados ao metabolismo ósseo e possíveis causas de diminuição de absorção de cálcio ou perda de cálcio pelos rins, entre outras. 

Agendar exames

Tratamento para osteoporose 

Não há cura para osteoporose. De forma geral, os médicos buscam tratar os ossos quebrados, prevenir novas fraturas e fortalecer os ossos. 

A estratégia adotada depende bastante das individualidades do paciente e da causa da osteoporose. “Nós chamamos de osteoporose primária se ela não está associada a outras doenças, medicamentos e outros fatores; e osteoporose secundária, se há uma causa subjacente predispondo à perda de massa óssea”, esclarece Fontes. 

Para osteoporose primária, o tratamento pode incluir suplementos de cálcio, vitamina D, medicações que reduzem a perda de massa óssea e remédios que estimulem a reconstituição da massa óssea. 

Para osteoporose secundária, esses recursos também podem ser utilizados, mas é fundamental tratar o fator (outra doença, por exemplo) que gerou a osteoporose. 

Além de intervenções farmacológicas, vale a pena fazer adaptações em casa para diminuir as chances de queda e consequente fratura. “O mais importante na osteoporose é evitar a fratura”, afirma Drago. Algumas dicas para isso são: 

  • Isolar fios de telefone e televisão para que não fiquem expostos no chão 
  • Não deixar tapetes soltos, especialmente perto de escadas 
  • Não encerar o assoalho 
  • Não guardar objetos em prateleiras altas, que não possam ser alcançadas facilmente 
  • Ter um banco de plástico dentro do box para tomar banho sentado e utilizar a ducha móvel 
  • Colocar barra de segurança no banheiro e ao lado da cama 
  • Preferir pisos antiderrapantes na cozinha e no banheiro 
  • Deixar uma lanterna ou luz indireta no móvel próximo da cama 
  • Se acordar à noite, esperar alguns minutos antes de levantar da cama (principalmente se estiver usando algum remédio para sono ou que provoque tontura) 

Prevenção da osteoporose 

  • “A prevenção da osteoporose se dá pela atividade física resistida e, principalmente para pessoas mais deficientes, suplementação proteica”, comenta Drago. 
  • Veja mais detalhes sobre como prevenir a osteoporose abaixo: 
  • Realizar exercícios físicos com peso ou elástico 
  • Evitar a ingestão de bebidas alcóolicas em excesso 
  • Não fumar 
  • Treinar o equilíbrio por meio de atividades como dança ou Tai Chi Chuan 
  • Ter uma dieta nutritiva, que inclua cálcio, vitamina D e proteínas 
  • Se expor ao sol, com moderação para favorecer a produção de vitamina D. 

Convivendo com a osteoporose 

Conviver com a osteoporose exige cuidados para controlar a doença e prevenir quedas, que podem levar a fraturas graves. Conheça a seguir algumas medidas importantes: 

  • Adapte sua casa: remova tapetes soltos e fios elétricos do caminho. Prefira pisos antiderrapantes, principalmente na cozinha e no banheiro. Instale barras de segurança no chuveiro e ao lado do vaso sanitário. 
  • Deixe os ambientes bem iluminados, inclusive durante a noite. Use luzes de presença ou abajures perto da cama para se levantar com segurança. 
  • Fortaleça seu corpo: pratique exercícios físicos regularmente, com foco em fortalecimento muscular e equilíbrio. Atividades como musculação e tai chi chuan são boas opções. 
  • Consuma alimentos fontes de cálcio e vitamina D. Esses nutrientes são essenciais para a saúde dos ossos. Se necessário, seu médico pode indicar suplementos. 
  • Opte por calçados firmes, com solado de borracha e que prendam bem os pés. Evite andar apenas de meias ou com chinelos frouxos. 
  • Tenha atenção com medicamentos que podem causar tontura. Ao se levantar da cama ou de uma cadeira, faça isso devagar para evitar vertigens e quedas. 

É muito importante ter em mente que qualquer medida preventiva ou de tratamento para a osteoporose só deve ser realizada após consulta e liberação pelo seu médico para essas medicações e atividades. Converse com o seu médico.

Agendar exames

 

 

Publicado em: 16/11/2022

Atualizado em: 15/07/2025

 

Encontrou a informação que procurava?
nav-banner

Veja também