Qual exame detecta HPV e como é feito o teste em homens e mulheres?
O diagnóstico da infecção pelo HPV pode ser feito através de exames laboratoriais, histopatológicos e de biologia molecular
Saber qual exame detecta o HPV é muito importante para o diagnóstico. Toda anormalidade que possa estar presente em nosso corpo, se detectada precocemente, tem menor chance de complicações.
A recomendação é para que as mulheres façam exames preventivos periodicamente. No Brasil, o sistema de saúde possibilita que muitas mulheres possam realizar o exame preventivo, ou papanicolau, como é muito conhecido. O Ministério da Saúde recomenda que mulheres de 25 a 64 anos, que já tiveram atividade sexual, realizem seus exames de forma periódica.
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No Brasil, a vacina quadrivalente é fornecida para para meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de pessoas que vivem com HIV, pessoas transplantadas e pacientes imunossuprimidos, sendo que para essa população está liberada para homens e mulheres de 9 a 45 anos.
Na rede privada, a Vacina HPV Nonavalente está disponível para homens e mulheres de 9 a 45 anos de idade. Esse imunizante protege contra 9 tipos de HPV diferentes.
Vale lembrar que a vacina contra HPV é um dos métodos mais eficazes de prevenção da doença. Além disso, por ser uma infecção sexualmente transmissível, o uso de preservativos contribui imensamente para evitar o contágio.
Teste de HPV em homens
Afinal, como é feito o exame para detectar HPV no homem? O diagnóstico do HPV masculino é realizado por meio de exames urológicos ou dermatológicos. Quando não há presença de manifestações clínicas, o diagnóstico é feito por meio de exames de biologia molecular (PCR), que mostram a presença do DNA do vírus.
Já quando há presença dessas lesões, o diagnóstico pode ser feito pelo exame clínico, sendo confirmado por meio de biópsia das lesões (retirada de fragmento).
Teste de HPV em mulheres
A doença é descoberta, na maioria das mulheres, por meio de um resultado anormal no exame de Papanicolau, que pode ser realizado no colo uterino ou anal. Se a infecção for descoberta na fase de lesões pré-malignas, é possível saber como tratar o HPV e evitar que se torne câncer.
É importantíssimo realizar o exame de Papanicolau, pois o câncer de colo de útero pode ser prevenido e curado se diagnosticado precocemente.
Em alguns casos, podem existir lesões externas que são muito pequenas, podendo ser necessários exames complementares como a colposcopia, para que seja possível visualizar as lesões.
Qual exame detecta HPV na garganta?
De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), estima-se que cerca de 3.500 novos casos de câncer orofaríngeo associado ao HPV são diagnosticados em mulheres e cerca de 16.200 em homens a cada ano nos Estados Unidos.
Acredita-se que o HPV cause 70% dos cânceres de orofaringe nesse país. Nesses casos, exames orais de rotina, que podem ser feitos por visualização direta ou através do tato, são essenciais para detecção prévia do câncer bucal.
É possível detectar HPV no exame de sangue?
O exame de sangue não é capaz de identificar o DNA do HPV. O exame de sangue identifica anticorpos contra o HPV (sorologia). Infelizmente esses exames de sorologia ainda não estão disponíveis comercialmente em nosso país.
O diagnóstico da infecção pelo HPV se faz pelo exame preventivo (Papanicolau) e também pelos exames de biologia molecular, em que se avalia a presença do DNA do vírus nas células do material coletado, através de técnicas moleculares.
Onde fazer exame de HPV?
O diagnóstico da infecção pelo HPV pode ser feito através de exames laboratoriais como Papanicolau, histopatológico e de biologia molecular.
As lesões subclínicas podem ser diagnosticadas por meio do uso de instrumentos com lentes de aumento, após a aplicação de reagentes químicos para contraste (colposcopia, peniscopia, anuscopia).
Para distinguir a lesão benigna da maligna são realizadas biópsias para análise histopatológica.
Postos de coleta de exames preventivos ginecológicos do Sistema Único de Saúde (SUS) estão disponíveis em todos os estados da Federação para o diagnóstico do câncer do colo do útero e são gratuitos.
Sobre os tipos de exames de HPV
Atualmente, existem quatro maneiras para avaliar a presença ou não do Papilomavírus Humano (HPV).
- Avaliação a olho nu: utilizada quando há presença de lesões clínicas (verrugas ou manchas suspeitas de pré-câncer).
- Papanicolau: coleta de material do colo uterino realizada rotineiramente para avaliação citológica e diagnóstico de lesões malignas e pré-malignas.
- Colposcopia: utiliza aparelho que aumenta a imagem e serve para avaliar lesões pequenas, pouco ou não visíveis a olho nu.
- O exame de PCR é uma das possibilidades de análise molecular para a amostra proveniente do Papanicolau. Além de ser o método mais sensível, permite a identificação do tipo de vírus, o que pode auxiliar na conduta médica.
Avaliação médica
Quando há presença de lesões clínicas, recomenda-se a avaliação médica para diagnosticar a doença. O exame pode ser feito por um infectologista, ginecologista ou urologista.
Indicação
A avaliação médica pode ser realizada tanto em homens quanto em mulheres que apresentam lesões clínicas (verrugas características do HPV ou outros tipos de manchas suspeitas nos genitais).
Como é feito?
Não é necessário nenhum tipo de coleta para realizar a avaliação médica, que consiste em analisar as lesões presentes e suas características. Pode-se utilizar uma lupa para ajudar a enxergar melhor. O médico poderá solicitar outros exames para confirmar a presença do HPV.
Papanicolau e colposcopia
São exames de rotina para mulheres que já iniciaram a vida sexual. Ambos os exames podem detectar a presença de lesões externas advindas ou não da infecção pelo HPV.
Indicação
O Papanicolau é indicado como exame de rotina e consiste em coletar material do colo do útero e da vagina para avaliar a saúde genital da mulher. É possível diagnosticar lesões, infecções ou alterações presentes na genitália. Algumas características podem sugerir a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), que é a principal causa de câncer de colo do útero.
Se houver alterações citológicas no exame de Papanicolau, o ginecologista pode recomendar a realização do exame de colposcopia.
Com o exame, é possível diagnosticar doenças como inflamação do colo do útero, pólipos benignos, sangramentos e lesões no colo do útero (geralmente causadas pelo vírus do HPV).
Como é feito?
O Papanicolau é realizado com a paciente em posição ginecológica. O médico responsável avalia a parte exterior da vagina e introduz um espéculo vaginal (também conhecido como bico de pato) para visualizar o colo do útero.
Utiliza-se uma espátula especial e uma escova endocervical para colher as células do colo uterino.
A Colposcopia é realizada com a paciente nessa mesma posição, também é utilizado um espéculo vaginal e é posicionado o colposcópio a cerca de 30cm de distância dela, que é um aparelho parecido com um binóculo e que aumenta as imagens.
O preparo de ambos os exames é o mesmo, sendo que a mulher não deve ter tido relação sexual nas 72 horas anteriores ao exame, não utilizar duchas de higiene íntima, não estar menstruada e não utilizar cremes ou lubrificantes vaginais.
O que aparece no Papanicolau quando tem HPV?
Há alguns resultados possíveis após a coleta do Papanicolau. O exame pode estar negativo (normal) ou mostrar diferentes tipos de alteração, que variam de anomalias leves a graves.
Caso o exame aponte alterações, é necessário realizar outros exames para investigar detalhadamente qual o tipo e onde se encontra a alteração desencadeada pelo vírus.
Captura híbrida e PCR para HPV
Ambos os exames de captura híbrida e de PCR são testes que utilizam tecnologia molecular para serem realizados. A captura híbrida detecta a amostra de DNA/HPV presente no escovado.
O exame de Captura de Híbridos não identifica os tipos virais do HPV, e sim os grupos virais, que são divididos em dois:
Grupo de baixo risco (grupo A): não oncogênicos, ou seja, que não causam o câncer; pesquisa os tipos virais 6, 11, 42, 43 e 44
Grupo de alto risco (grupo B): oncogênicos ou que podem causar o pré-câncer e o câncer; pesquisa os tipos virais 16,18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 68.
Os resultados mostram valores de RLU (Unidades Relativas de Luz). Quando é positivo para HPV, a relação RLU/PCA, para os vírus do grupo A, e/ou RLU/PCB, para os vírus do grupo B, é igual ou maior que 1.
Esse exame vem sendo gradativamente substituído pelo PCR, que além de identificar a presença do vírus, permite a identificação do tipo viral, principalmente os tipos 16 e 18, o que pode ser decisivo nas decisões do tratamento. Auxilia ainda nas lesões pré-cancerosas, indicando quem tem mais chance de evoluir para câncer.
Indicação
O exame de captura híbrida ou o de PCR são indicados para mulheres que tiveram alguns tipos de alteração de Papanicolau ou lesões duvidosas ou em homens com peniscopia alterada.
Como é feito?
Para realizar o exame, é necessário coletar uma pequena amostra de secreção do colo do útero e vagina no caso das mulheres. A amostra pode também ser coletada na secreção anal ou bucal quando se quer verificar se o vírus está nesses locais. Em homens coletar o exame nas secreções da glande, uretra ou pênis. Após o material ser coletado, é colocado em um tubo de ensaio e levado para análise em um laboratório, onde será identificada ou não a presença do HPV.
Para realizar o exame são necessários alguns preparos. No caso das mulheres, recomenda-se que não tenha tido relação sexual nas 72 horas que antecedem o exame, não estar menstruada e não utilizar duchas e cremes vaginais.
O preparo dos homens também consiste em não ter tido relação sexual nas 72 horas anteriores ao exame. Caso o exame seja coletado pela uretra, é necessário ficar 4 horas sem urinar. Já na coleta através do pênis, o paciente deverá ficar 8 horas sem higiene local.
O exame é indolor, porém algumas pessoas podem sentir leves desconfortos durante a coleta.
Sorologia para HPV (exame de sangue)
O exame de sorologia HPV é realizado através de um exame de sangue capaz de detectar os anticorpos contra o vírus no organismo. No entanto, esse tipo de exame não é encontrado para ser realizado em nosso país. Atualmente é realizado na maioria dos casos apenas para estudos científicos.
Possíveis complicações do HPV em mulheres e homens
A infecção por HPV pode causar pré-câncer e câncer nos órgãos genitais, tanto nos homens quanto nas mulheres. Os tipos mais comuns de HPV que podem evoluir para câncer são os tipos: 16, 18, 31, 35, 39, 45, 51, 52 e 58. No entanto, se as lesões pré-cancerosas forem descobertas e tratadas a tempo, pode-se evitar a evolução para o câncer.