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Sarampo: doença viral pode ser prevenida por meio da vacinação

Condição provoca sintomas como erupções cutâneas, febre alta e mal-estar generalizado

Por Samantha CerquetaniPublicado em 28/11/2024, às 17:54 - Atualizado em 29/11/2024, às 08:19

sarampo

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus. Trata-se de uma condição grave, transmissível e extremamente contagiosa. É muito comum na infância, mas também pode acometer adultos. Estima-se que cerca de 30% das pessoas infectadas com sarampo desenvolvam complicações, como a pneumonia. Continue a leitura para saber os sintomas e a importância da vacinação para controle do sarampo.

O que é sarampo?

O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, causada pelo vírus Morbillivirus. Embora tenha sido considerada uma doença erradicada em muitos lugares devido à eficácia da vacinação, ela está voltando a se espalhar em muitos países, afetando principalmente crianças, mas podendo acometer pessoas de qualquer idade.

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Apesar de ser uma doença prevenível por vacina, o sarampo continua a representar uma preocupação significativa para a saúde pública, principalmente em áreas onde a cobertura vacinal é baixa.

Vale lembrar que o sarampo foi considerado erradicado no Brasil em 2016. No entanto, em outubro de 2024, dois casos importados foram registrados em São Paulo, envolvendo um homem de 37 anos e uma mulher de 35, ambos com histórico recente de viagens ao exterior.

Diante disso, as autoridades emitiram um alerta, enfatizando a importância da vacinação. É importante destacar que, no sistema de saúde, todas as pessoas entre 12 meses e 59 anos devem ser vacinadas contra o sarampo. Adolescentes e adultos que não foram vacinados ou que possuem um esquema vacinal incompleto devem iniciar ou completar a vacinação.

Como o sarampo é transmitido?

O sarampo se espalha de uma pessoa para outra por meio de gotículas respiratórias contaminadas que ficam suspensas no ar quando alguém infectado tosse, espirra ou fala. De acordo com o Ministério da Saúde, o sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes.

O vírus pode permanecer viável no ar e em superfícies por até duas horas, o que torna ambientes fechados, como escolas e hospitais, propícios para a disseminação, principalmente na ausência de medidas de prevenção eficazes.

Quais são os sintomas de sarampo?

Os sintomas do sarampo geralmente aparecem cerca de 10 a 14 dias após a exposição ao vírus e incluem:

  • Febre alta.
  • Manchas brancas na boca, conhecidas como manchas de Koplik.
  • Erupção cutânea avermelhada que começa na face e se espalha para o corpo todo.
  • Mal-estar intenso.

Coceira do sarampo

A coceira relacionada ao sarampo é provocada pelas erupções cutâneas que surgem na pele. Essa erupção normalmente se inicia no rosto e se expande para outras partes do corpo, causando desconforto e coceira em muitas pessoas.

Apesar do desconforto, a coceira não é o sintoma mais preocupante da doença, que demanda acompanhamento médico para evitar complicações mais graves.

Diferença entre sintomas de sarampo e catapora

Embora o sarampo e a catapora apresentem algumas semelhanças, como erupções cutâneas e coceira, eles são provocados por vírus diferentes e possuem características únicas.

O sarampo é caracterizado por febre alta e manchas vermelhas e planas, enquanto a catapora apresenta erupções que evoluem para bolhas que podem estourar e formar crostas.

Além disso, o sarampo geralmente inclui sintomas respiratórios, como tosse e coriza, o que não é comum na catapora.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do sarampo é realizado com base nos sinais clínicos, como febre alta, manchas de Koplik (pequenas lesões brancas com bordas avermelhadas na mucosa bucal, geralmente próximas aos molares) e erupções cutâneas, além do histórico de exposição ao vírus.

Para confirmar a infecção, o médico pode solicitar exames de sangue que identificam a presença de anticorpos específicos contra o vírus do sarampo.

É importante procurar atendimento médico em casos suspeitos, principalmente em áreas com surtos, para garantir um diagnóstico preciso e prevenir a propagação da doença.

Qual é o tratamento para o sarampo?

Não há um tratamento específico que cure o sarampo. O principal objetivo do tratamento é aliviar os sintomas e evitar complicações.

Recomenda-se descanso, hidratação adequada e o uso de medicamentos para controlar a febre e a dor. Em situações mais graves, principalmente em crianças pequenas ou indivíduos com sistema imunológico comprometido, pode ser necessário atendimento hospitalar.

Como prevenir a doença?

A vacinação é a maneira mais eficaz de prevenir o sarampo. É essencial garantir que as vacinas estejam atualizadas, principalmente em crianças e adultos que ainda não foram imunizados, para evitar a propagação do vírus.

Além disso, evitar o contato com pessoas infectadas e manter uma boa higiene das mãos são práticas complementares importantes. Em regiões onde há surtos, isolar os indivíduos infectados ajuda a controlar a disseminação do vírus.

Vacina contra sarampo

A vacina sarampo faz parte da tríplice viral, que também protege contra caxumba e rubéola.

Todas as crianças a partir de 12 meses de idade devem receber a vacina tríplice viral em um esquema de duas doses, com um intervalo de 2 a 3 meses entre elas.Além disso, é importante vacinar crianças, adolescentes e adultos com menos de 60 anos que não tenham comprovação de ter recebido as duas doses da vacina.

Em situações em que há circulação do vírus do sarampo, uma dose adicional da vacina tríplice viral pode ser administrada a partir dos 6 meses de idade.

É importante reforçar que a vacinação é a forma mais eficaz de prevenir o sarampo e evitar complicações graves.

Complicações do sarampo

De acordo com o Ministério da Saúde, algumas das complicações associadas ao sarampo incluem:

  • Pneumonia: esta infecção pulmonar pode afetar cerca de 1 em cada 20 crianças com sarampo, sendo a principal causa de morte relacionada à doença em crianças pequenas.
  • Otite média aguda: aproximadamente 1 em cada 10 crianças com sarampo podem desenvolver essa infecção no ouvido, que pode levar a perda auditiva permanente.
  • Encefalite aguda: essa inflamação do cérebro pode ocorrer em 1 a 4 em cada 1.000 crianças, com uma taxa de mortalidade de cerca de 10% entre aqueles que desenvolvem a complicação.
  • Mortalidade: entre 1 e 3 a cada 1.000 crianças afetadas pelo sarampo podem morrer devido a complicações relacionadas à doença.

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Fonte: Dra. Aline Junqueira, infectologista do Hospital Santa Paula

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