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    Sono do bebê: por que eles acordam tanto?

    Imaturidade cerebral é o principal fator que faz com que os bebês despertem durante a noite

    Por Danielle SanchesPublicado em 12/09/2022, às 18:20 - Atualizado em 25/07/2023, às 09:58
    Imagem: Shutterstock

    Sem dúvida, a privação de sono está entre uma das piores coisas que qualquer ser humano pode experimentar. E quando isso é provocado pela necessidade de cuidar de um bebê, a situação fica ainda mais complicada. 

    De um lado, o bebê que ainda precisa amadurecer seu sistema nervoso para conseguir dormir corretamente; de outro, pais cansados que não sabem como lidar com a situação e necessitam de descanso. 

    Como então resolver? Os especialistas são unânimes em dizer que não existe uma resposta certeira para essa questão. No entanto, entender por que seu filho acorda tanto durante a noite, lembrar que isso vai passar – sim! – e adequar a rotina para garantir que a criança possa descansar são maneiras de lidar melhor com a questão. 

    Por que eles acordam tanto?

    Os bebês costumam acordar várias vezes durante a noite por inúmeros fatores. Para começar, é uma vantagem evolutiva saber que a mãe está por perto em um momento tão vulnerável como o do sono. 

    Por isso, a natureza “programou” o bebê para buscar essa segurança durante a noite e garantir sua sobrevivência. Além disso, é normal que tenhamos pequenos despertares durante a noite, como para virar de lado na cama. Na maioria das vezes, no entanto, nem nos lembramos.

    O cérebro do bebê, no entanto, ainda é imaturo e, por isso, não aprendeu essa “habilidade”, que será desenvolvida mais para frente. Quando acorda, portanto, a reação dele é chorar e chamar pelos pais. 

    Rotina de sono do bebê

    Mesmo sabendo que o cérebro do bebê ainda precisa amadurecer, é importante criar um ambiente propício para que ele entenda quais são os momentos adequados de descanso na sua rotina. 

    Por isso, é fundamental estabelecer horários específicos para sonecas durante o dia (que costumam ser necessárias para crianças até por volta de 2 ou 3 anos) e também a hora de ir para a cama durante a noite. 

    Uma forma de estimular esses hábitos é criar pequenos rituais que funcionam como “gatilho” para o sono. Por exemplo: dar um banho quentinho todos os dias antes de dormir. 

    Quanto tempo um bebê deve dormir por dia?

    Não existe uma tabela fixa para isso, já que as necessidades podem variar individualmente. No entanto, de acordo com a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), a recomendação diária é de:

    • Recém-nascido: 16 a 20 horas de sono
    • 4 a 12 meses: 12 a 16 horas (incluindo sonecas)
    • 1 a 2 anos: 11 a 14 horas (incluindo sonecas)

    Janela de sono do bebê: como funciona?

    A janela de sono do bebê corresponde ao intervalo de tempo entre o momento em que o bebê acorda e o momento em que ele adormece novamente. 

    Um exemplo: se o seu filho despertou às 8h e dormiu novamente às 11h, a janela de sono dele é de três horas. 

    Em recém-nascidos, essa janela é bastante curta, claro. Mas ela vai se modificando com o desenvolvimento da criança e tende a ficar cada vez maior com o amadurecimento cerebral.

    Outros fatores que tendem a influenciar a janela de sono do bebê são a eficiência da mamada (que aumenta conforme o bebê pratica) e a percepção e o desenvolvimento do ritmo circadiano (quando a criança passa a diferenciar dia e noite). 

    Expectativa x realidade

    Uma busca rápida no Google pode mostrar que existem diversas orientações sobre como fazer um bebê dormir melhor ou à noite toda. 

    No entanto, é importante adequar as expectativas dos pais com a realidade. Esperar que um bebê durma a noite inteira logo no primeiro mês de vida, por exemplo, é pedir para se decepcionar. 

    Ao mesmo tempo, as necessidades fisiológicas dos pais devem ser levadas em conta. Pedir ajuda para a rede de apoio para que seja possível descansar por algumas horas é fundamental para se manter saudável. 

    Esse talvez seja um dos maiores desafios da parentalidade, já que a qualidade do sono pode demorar a ser satisfatória novamente. Um estudo publicado no jornal Sleep, por exemplo, mostrou que a insatisfação com as noites de sono aumentam muito após o nascimento do bebê e atingem seu pico após três meses – justamente um dos momentos em que a criança começa a passar por saltos de desenvolvimento de forma mais acentuada. 

    Também não é crime algum pedir ajuda ao pediatra, caso a situação esteja fora de controle. Fome, refluxo, saltos de desenvolvimento do bebê e excesso de estímulos antes de dormir são fatores que podem estar atrapalhando o sono dos bebês maiores. 

    O importante é que os pais estejam atentos e saibam acolher seus filhos nesses momentos, pois os bebês ainda estão se desenvolvendo. A parceria do casal ou o suporte da rede de apoio nesse momento é fundamental para conseguir equilibrar as necessidades da família. 

    Fontes: Alessandra Crisóstomo, consultora de sono do bebê e de amamentação; Christine Tamar, chefe da Pediatria do CHN (Centro Hospitalar de Niterói); Márcia Assis, médica neurologista, vice-presidente da ABS (Associação Brasileira do Sono).

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