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    Síndrome de HELLP: complicação grave na gestação exige atenção imediata

    Condição requer atenção médica imediata devido aos riscos que representa para a mãe e o bebê

    Por Raquel RibeiroPublicado em 28/11/2024, às 16:02 - Atualizado em 29/11/2024, às 08:18

    Sindrome de hellp

    A síndrome de HELLP é uma complicação grave que pode surgir durante a gravidez, afetando cerca de 0,5 a 0,9% de todas as gestações no mundo, o que representa 10 a 20% dos casos com pré-eclâmpsia

    grave, segundo estudo publicado na PubMed. As complicações afetam principalmente o fígado e o sistema sanguíneo da gestante, representando riscos para a saúde da mãe e do bebê. Por isso, seu diagnóstico rápido é fundamental para evitar consequências mais sérias.

    Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto.

    Síndrome de HELLP: o que é?

    A síndrome de HELLP é uma complicação associada à hipertensão durante a gravidez, que pode provocar danos a vários órgãos. Devido à sua gravidade, ela exige uma intervenção de emergência. Trata-se de uma forma severa de pré-eclâmpsia, marcada por hemólise (destruição de células sanguíneas), elevação das enzimas hepáticas (sinalizando lesão no fígado) e baixa contagem de plaquetas, que pode resultar em dificuldades na coagulação do sangue. Sendo assim, o quadro aumenta o risco de complicações graves para a mãe e o bebê. Se não tratada, a Síndrome de HELLP pode evoluir para eclâmpsia, que inclui convulsões potencialmente fatais.

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    O que é pré-eclâmpsia e eclâmpsia?

    A pré-eclâmpsia é uma complicação da gravidez caracterizada por pressão arterial elevada e sinais de danos a outros órgãos, como rins e fígado. Ela geralmente ocorre após a 20ª semana de gestação e pode se manifestar com sintomas como inchaço, dores de cabeça e problemas de visão. A pré-eclâmpsia representa riscos tanto para a mãe quanto para o bebê, e seu controle é essencial para evitar complicações graves.

    Já a eclâmpsia é uma forma mais grave da pré-eclâmpsia, na qual ocorrem convulsões e, em alguns casos, perda de consciência. É uma emergência médica que pode colocar em risco a vida da mãe e do bebê, necessitando de intervenção imediata para prevenir danos permanentes ou fatais. Ambas as condições exigem monitoramento cuidadoso e tratamento adequado.

    O que causa a síndrome de HELLP?

    A síndrome de HELLP é desencadeada por diversos fatores de risco e condições de saúde. Entre as principais causas, destaca-se uma resposta inflamatória exagerada no corpo da gestante, que desempenha um papel central no desenvolvimento da síndrome.

    A pré-eclâmpsia, uma complicação comum da gravidez caracterizada por pressão arterial elevada, é outra causa importante. Na verdade, a síndrome de HELLP é considerada uma versão mais grave dessa condição, resultando em danos ao fígado e destruição de células sanguíneas.

    Fatores como tabagismo, obesidade e diabetes também aumentam a probabilidade de desenvolver a síndrome. Além disso, doenças reumatológicas e hematológicas preexistentes, que elevam os níveis de inflamação, bem como problemas cardíacos associados, como o risco de AVC, também são contribuintes significativos.

    É possível prevenir a síndrome de HELLP?

    Atualmente, não há uma maneira garantida de prevenir a síndrome de HELLP, mas manter um acompanhamento pré-natal regular é essencial para monitorar a saúde da gestante e detectar precocemente sinais de complicações na gestação, como hipertensão e pré-eclâmpsia, que estão diretamente ligadas à síndrome. Nesse sentido, ter cuidados na gravidez é essencial para uma gestação saudável, tanto para a mãe quanto para o bebê.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico da síndrome de HELLP é feito com base em uma análise clínica detalhada e exames laboratoriais. Os médicos avaliam os sintomas apresentados pela gestante, como pressão arterial elevada, fortes dores de cabeça, dor intensa no abdômen e, em alguns casos, inchaço e sangramentos.

    Além da avaliação dos sinais clínicos, exames de sangue são essenciais para detectar alterações no funcionamento de órgãos, como o fígado. Os exames laboratoriais avaliam hemólise (destruição das células vermelhas do sangue), elevação das enzimas hepáticas (indicando lesão no fígado) e baixa contagem de plaquetas (afetando a coagulação). H2> Quais os sintomas?

    A síndrome de HELLP apresenta vários sintomas que requerem atenção imediata, principalmente quando aparecem em conjunto. O sintoma mais evidente é a pressão alta. Outros sinais a serem observados incluem:

    · Dor abdominal intensa: dor aguda na região do estômago.

    · Dor de cabeça severa: sendo elas intensas e persistentes.

    · Alterações visuais: pode incluir visão turva ou perda temporária da visão.

    · Sangramento excessivo: não comuns.

    É importante destacar que nem toda pressão alta durante a gravidez indica a síndrome de HELLP, que é uma condição mais grave, caracterizada pela destruição de células sanguíneas e alterações nas enzimas hepáticas, que sinalizam lesões no fígado da mãe. Por isso, é essencial que a gestante mantenha um acompanhamento regular com seu obstetra, que pode avaliar cada caso de maneira individual e realizar o diagnóstico adequado.

    Possíveis sequelas da síndrome de HELLP para a mãe

    Um dos principais problemas para a mãe é a lesão hepática, que se manifesta por meio do aumento das enzimas do fígado e alterações nas células sanguíneas.

    Além disso, a condição pode causar danos aos rins, decorrentes da pressão arterial elevada e das mudanças nos parâmetros sanguíneos. Há também a possibilidade de episódios graves de sangramento vaginal, que em alguns casos podem exigir a realização de uma histerectomia, procedimento que consiste na remoção do útero.

    Por fim, em situações mais críticas, existe um risco elevado de AVC (acidente vascular cerebral) devido às complicações relacionadas à hipertensão e às alterações no sangue.

    Possíveis sequelas da síndrome de HELLP para o bebê

    A síndrome de HELLP pode deixar sequelas significativas para o feto. Entre os possíveis efeitos adversos, destaca-se o comprometimento do desenvolvimento e do bem-estar do bebê, resultante da hipertensão materna.

    Além disso, há riscos de complicações como sangramentos e descolamento da placenta, que podem impactar negativamente a saúde e o desenvolvimento do feto.

    Formas de tratamento para a síndrome de HELLP

    O tratamento da síndrome de HELLP é voltado para estabilizar a saúde da mãe e garantir a segurança do bebê, e deve ser conduzido em ambiente hospitalar. As principais medidas de tratamento incluem:

    · Controle da pressão arterial: é fundamental reduzir a pressão arterial da gestante para evitar complicações graves tanto para a mãe quanto para o feto.

    · Antecipação do parto: devido à natureza inflamatória grave da síndrome, a antecipação do parto costuma ser necessária para reduzir os riscos para ambos.

    · Cuidados pós-parto: é essencial avaliar e tratar possíveis danos aos órgãos da mãe, como fígado, rins e cérebro, além de continuar monitorando a pressão arterial. Essa avaliação é essencial para garantir uma recuperação adequada e tratar eventuais sequelas.

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    Fonte: Dra. Tatiana Mara, obstetra da Maternidade Brasília

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