Vacina meningo B: o que é e quem deve tomar o imunizante
A meningite B pode causar sequelas graves. Saiba como a vacina funciona, suas reações e quem deve se proteger

A meningite B é uma inflamação grave das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela é causada pela bactéria Neisseria meningitidis do sorogrupo B, podendo levar à morte. E a vacina meningo B é a melhor forma de evitar esse quadro.
Isso porque ela protege especificamente contra o meningococo do sorogrupo B. A infecção causada por ele pode ser devastadora. Mesmo quando o paciente recebe tratamento a tempo, a doença pode deixar marcas para a vida toda, como perda de audição, visão ou até amputações.
Neste artigo, você vai ler:
Vacina meningo B: o que é?
A vacina meningo B é um imunizante que protege o corpo contra infecções graves causadas pela bactéria Neisseria meningitidis do sorogrupo B.
Essa bactéria, também chamada de meningococo B, é uma das causadoras da doença meningocócica, que pode se manifestar de duas formas principais. A primeira é a meningite, que é a infecção das membranas do cérebro. A segunda é a meningococcemia, uma infecção generalizada que se espalha pelo sangue.
A vacina é classificada como inativada, ou seja, não contém a bactéria viva em sua composição. Ela é feita usando partes da bactéria, como proteínas. E, por isso, é totalmente incapaz de causar a doença.
O que ela faz é “ensinar” o sistema imunológico a reconhecer o inimigo. Quando a pessoa vacinada entra em contato com o meningococo B, seu corpo já sabe como produzir as defesas corretas para combatê-lo.
No Brasil, a vacina está disponível apenas na rede privada de saúde. Ela não faz parte do calendário de rotina do Sistema Único de Saúde (SUS) para a população geral.
Como ocorre a transmissão da meningite B?
A transmissão da bactéria acontece pelo contato direto com a saliva ou secreções respiratórias de uma pessoa infectada. Para que a infecção aconteça, geralmente é necessário um contato próximo e prolongado. Não é como um vírus da gripe, por exemplo, que se espalha facilmente pelo ar em contatos breves.
A transmissão é mais comum entre pessoas que moram na mesma casa. Ambientes fechados e com grande aglomeração de pessoas, como escolas ou festas, também podem aumentar o risco de disseminação.
Um ponto importante é que nem todo mundo que tem a bactéria fica doente. Muitos adolescentes e adultos podem carregar o meningococo na garganta sem apresentar nenhum sintoma. São os chamados portadores assintomáticos.
Mas, mesmo sem sintomas, eles podem transmitir a bactéria para outras pessoas. O risco é maior para os grupos mais vulneráveis, como os bebês e as crianças pequenas.
Para quem a vacina contra meningite B é indicada?
A vacina é indicada principalmente para crianças e adolescentes. Adultos com até 50 anos de idade também podem receber o imunizante, dependendo da situação de risco.
A Sociedades Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedades Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam o uso rotineiro da vacina. A vacinação em bebês é uma das principais estratégias de proteção. Ela pode começar logo aos 2 ou 3 meses de vida, dependendo da vacina utilizada.
A imunização também é muito importante para grupos que têm maior risco de desenvolver a doença. E isso inclui pessoas com problemas de saúde específicos, como:
- Pessoas que não têm o baço (asplenia) ou cujo órgão não funciona bem.
- Pessoas com deficiências no sistema imunológico, como a deficiência de complemento.
- Indivíduos que usam certos medicamentos imunossupressores.
- Viajantes que vão para regiões onde estão acontecendo surtos da doença também devem buscar a vacina.
Existem duas vacinas diferentes contra o meningococo B disponíveis no mercado (Bexsero® e Trumenba®). A Bexsero® é licenciada para bebês a partir de 2 meses e adultos até 50 anos. A Trumenba® é indicada para pessoas entre 10 e 25 anos. O seu médico saberá indicar a correta.
A vacina meningo B é aplicada em quantas doses?
O número de doses da vacina meningo B depende muito da idade em que a pessoa começa a se vacinar. Por isso, o melhor seria conversar com o pediatra ou com a equipe do laboratório de vacinação. Eles vão definir o esquema correto para cada caso.
Mas, para se ter uma ideia, vamos usar como exemplo o esquema recomendado pela SBIm para a vacina mais comum em bebês (Bexsero®):
- Início aos 3 meses: são aplicadas duas doses, uma aos 3 e outra aos 5 meses de vida. É necessário um reforço depois, entre os 12 e 15 meses.
- Início de 6 a 11 meses: também são duas doses na primeira fase (com intervalo de 2 meses entre elas). O reforço é aplicado no segundo ano de vida.
- Início de 12 a 23 meses: são duas doses (com intervalo de 2 meses). O reforço deve acontecer de 12 a 23 meses após a segunda dose.
Para crianças a partir de 2 anos, adolescentes e adultos (até 50 anos) que nunca se vacinaram, o esquema costuma ser mais simples. Geralmente são aplicadas apenas duas doses, com um intervalo de um a dois meses entre elas.
Possíveis reações adversas
Sim, como qualquer vacina, a meningo B pode causar eventos adversos. Na grande maioria das vezes, elas são leves e desaparecem em 24 a 48 horas.
A vacina meningo B é conhecida por causar febre com mais frequência do que outras vacinas do calendário. E isso acontece especialmente em crianças menores de 2 anos.
As reações mais comuns são:
- No local da aplicação: dor, vermelhidão, inchaço ou formação de um nódulo (endurecimento). Esse nódulo pode demorar algumas semanas para desaparecer, mas isso acontece espontaneamente e não interfere com a resposta à vacina.
- Reações gerais: febre (que pode ser alta), irritabilidade, choro persistente e sonolência (em bebês).
- Outros sintomas: perda de apetite, dor de cabeça, dores musculares ou nas articulações (mais vistos em adolescentes e adultos).
Para aliviar o desconforto, a SBIm informa que o uso de paracetamol (antitérmico) pode ser feito antes ou logo após a vacinação. Essa medida ajuda a reduzir o risco de febre e não atrapalha a eficácia da vacina.
Compressas frias no local da aplicação da vacina também ajudam a diminuir a dor e o inchaço. Se os sintomas forem muito intensos ou demorarem a passar, procure orientação médica.
Outras vacinas contra meningite
A vacina meningo B protege apenas contra o sorogrupo B, mas existem outros tipos de bactérias que também causam a meningite. Por isso, o calendário de vacina meningite é composto por vários imunizantes diferentes. Um não substitui o outro.
As principais vacinas que protegem contra meningites bacterianas são:
- Vacina Meningocócica ACWY: é fundamental pois protege contra quatro sorogrupos diferentes do meningococo: A, C, W e Y. É recomendada para bebês, crianças, adolescentes e adultos. O SUS oferece esta vacina para crianças aos 12 meses de idade (dose de reforço), adolescentes e pacientes com necessidades especiais.
- Vacina Meningocócica C: foca apenas no sorogrupo C, que já foi o mais comum no Brasil. O SUS oferece esta vacina para bebês aos 3 e 5 meses de idade.
- Vacinas Pneumocócicas (VPC10, 13, 15 ou 20): elas protegem contra a bactéria pneumococo. O pneumococo é uma das principais causas de meningite, além de causar pneumonia, sinusite e otite (dor de ouvido).
- Vacina Hib (Haemophilus influenzae tipo b): protege contra outra bactéria que era uma causa muito comum de meningite em crianças. Hoje, ela está incluída nas vacinas Pentavalente e na Hexavalente, que o bebê recebe nos primeiros meses de vida.
- Vacina BCG: é a primeira vacina do bebê, aplicada logo ao nascer. Ela protege contra as formas graves de tuberculose, incluindo a meningite tuberculosa.
Vacina meningo B: preço e onde agendar
Para consultar preços, obter mais informações sobre a vacina meningocócica B e localizar o laboratório mais próximo da sua região, basta acessar o Nav Dasa.
Vacina meningo B em casa
Você também pode receber a vacina meningo B no conforto do seu lar, e sem cobrança de taxa de deslocamento. Basta acessar a nossa plataforma digital para agendar a aplicação.