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Vacina BCG: para que serve e quando tomar

Imunizante protege contra a tuberculose e deve ser tomado o mais precocemente possível; veja por quê

Por Tiemi OsatoPublicado em 19/10/2022, às 16:58 - Atualizado em 25/05/2023, às 16:37
Foto: Shutterstock

Tomar vacinas é um compromisso que nos acompanha durante a vida inteira – não à toa: essa é uma das formas mais eficazes de cuidarmos da nossa saúde. E isso começa logo ao nascermos, com a vacina BCG.

Sabendo da importância desse primeiro imunizante que os bebês recebem, separamos as principais informações sobre o assunto para você:

Para que serve a vacina BCG?

A vacina BCG previne a tuberculose, sobretudo as formas graves, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar (que se espalha pelo corpo, não ficando restrita ao pulmão).

A proteção conferida contra esses quadros graves é considerada elevada pelos médicos, sendo superior a 80%.

Tuberculose, vale esclarecer, é uma doença contagiosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Ela costuma atingir os pulmões, mas, se for mais grave, pode afetar vários outros locais do corpo humano.

Ela é caracterizada por sintomas como tosse intensa, catarro (podendo conter sangue), dor no peito, febre, cansaço, sudorese e perda de apetite.

Quando a vacina BCG deve ser tomada?

O imunizante segue um esquema de dose única e deve ser aplicado em crianças menores de 5 anos. O ideal é que isso ocorra o quanto antes, de preferência próximo ao nascimento.

A ideia consiste em tomar a vacina BCG o mais precocemente possível porque as formas graves da tuberculose (contra as quais o imunizante apresenta alta eficácia) são mais frequentes e mais preocupantes nas crianças, principalmente no primeiro ano de vida.

Importante dizer que a aplicação é intradérmica – e não subcutânea, como no caso de vários outros imunizantes. Por isso, a administração da vacina BCG deve ser feita por um profissional de saúde devidamente treinado, que saiba atingir essa camada da pele.

+LEIA MAIS: Vacinação infantil: quais tomar até um ano de vida

Como a vacina BCG funciona?

O imunizante contra a tuberculose é feito com base em cepas atenuadas (ou seja, vivas porém enfraquecidas) do Mycobacterium bovis, um microorganismo bovino semelhante à bactéria Mycobacterium tuberculosis.

Os pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento da vacina, em 1921, foram Albert Calmette e Jean-Marie Camille Guérin. Daí o nome BCG: bacilo (um tipo de bactéria) de Calmette e Guérin.

Assim que o imunizante é aplicado na criança, células específicas presentes na derme reconhecem o Mycobacterium bovis. Isso ocorre porque a bactéria é vista como uma substância estranha ao corpo humano.

Depois, as células migram para o linfonodo (gânglio próximo do local de aplicação da vacina), onde acontece o processamento do antígeno. Essa informação é, então, transmitida aos linfócitos, que são ativados para montar uma resposta que destrua as células infectadas.

Por que a vacina BCG deixa marca?

A cicatriz no local da aplicação é bastante característica da vacina BCG. É um fenômeno normal do corpo frente ao imunizante.

Cerca de uma ou duas semanas após a administração da vacina BCG, surge um nódulo que, posteriormente, é preenchido por uma secreção – virando, assim, uma vesícula. Em seguida, há a formação de uma crosta na superfície da vesícula.

Quando essa crosta cai, forma-se uma úlcera (pequena depressão com menos de 1 centímetro de diâmetro) que será cicatrizada.

Embora a grande maioria das pessoas desenvolva a cicatriz, há uma parcela dos indivíduos que não apresenta essa reação. Mas a ausência da marquinha não significa ausência de proteção. Essa é apenas uma diferença de organismo para organismo.

Por isso, mesmo que não surja uma cicatriz no braço da criança, o esquema de dose única é mantido. Os especialistas entendem que houve o desenvolvimento de uma resposta imune adequada, não recomendando a revacinação.

A vacina BCG causa alguma reação?

Além do desenvolvimento da cicatriz, é comum haver inchaço de gânglios nas regiões axilar, supraclavicular ou infraclavicular do lado direito.

Esse evento, conhecido como adenopatia, é considerado normal (desde que os gânglios tenham até 3 centímetros de diâmetro e não apresentem pus) e costuma desaparecer espontaneamente.

Fontes: Maria Isabel de Moraes Pinto, infectopediatra consultora em vacinas da Dasa e professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Sônia Maria de Faria, especialista em infectologia pediátrica e membro do Departamento Científico de Imunizações da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

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