Acetilcolina: alterações em seus níveis podem indicar de fraqueza muscular a Alzheimer
Saiba quais exames ajudam a monitorar o equilíbrio desse neurotransmissor no corpo
A acetilcolina participa de tarefas simples como piscar os olhos e de complexas, como consolidação das nossas memórias. Alterações em seus níveis, seja para mais ou para menos, podem servir de alerta para diferentes condições. Siga a leitura e saiba mais sobre a atuação deste importante neurotransmissor.
Neste artigo, você vai ler:
Acetilcolina: o que é?
A acetilcolina é um neurotransmissor fundamental no corpo humano, responsável por transmitir informações entre os neurônios e entre os neurônios e outras células, como as musculares e glandulares. Ela desempenha um papel central tanto no sistema nervoso periférico quanto no central.
A síntese de acetilcolina ocorre nas terminações nervosas a partir de dois componentes principais: colina e acetil-CoA.
A colina, adquirida principalmente pela dieta, é um nutriente essencial presente em alimentos como ovos (gema), fígado, carnes, peixes, nozes e vegetais como brócolis. Após a ingestão, a colina é absorvida e transportada para as células nervosas, onde é utilizada pela enzima colina acetiltransferase para produzir acetilcolina.
É importante destacar que, embora a colina seja fundamental para a síntese de acetilcolina, o consumo alimentar de colina não é diretamente uma forma de “repor” acetilcolina ou suas funções no sistema nervoso. O equilíbrio desse neurotransmissor depende de processos metabólicos específicos que ocorrem nos neurônios.
Qual a função da acetilcolina?
A acetilcolina desempenha funções cruciais em quase todos os sistemas do corpo humano e suas ações dependem dos receptores aos quais se liga. Dentre suas funções, destacam-se:
No cérebro (Sistema Nervoso Central)
Este neurotransmissor é essencial para funções cognitivas, incluindo aprendizado, memória, atenção e orientação espacial. A acetilcolina é particularmente ativa nos circuitos relacionados à consolidação de memórias e ao processamento de informações.
No Sistema Nervoso Periférico
A acetilcolina atua como mediadora na junção neuromuscular, onde os neurônios liberam acetilcolina para estimular a contração muscular. Essencial para todos os movimentos voluntários, também participa de reflexos e regulação geral muscular.
No Sistema Nervoso Autônomo
A acetilcolina tem um papel duplo, atuando tanto no sistema parassimpático quanto no simpático em menor grau. Ela participa da regulação de funções involuntárias, como batimentos cardíacos, digestão, produção de saliva e suor, e controle da respiração.
O que a falta de acetilcolina pode indicar?
A deficiência de acetilcolina, ou falhas na sua comunicação com os receptores, pode estar associada a condições neurológicas e musculares importantes. Destacam-se:
Miastenia Gravis
A Miastenia Gravis é uma condição autoimune na qual anticorpos bloqueiam ou destroem os receptores de acetilcolina nas junções neuromusculares. Isso limita a capacidade da acetilcolina de promover contrações musculares, resultando em sintomas como fraqueza muscular, pálpebras caídas (ptose), visão dupla, dificuldade para mastigar ou engolir, e cansaço progressivo ao longo do dia.
Doença de Alzheimer
A acetilcolina é crucial para funções cognitivas, e sua redução nos circuitos cerebrais é uma característica marcante do Alzheimer. Isso influencia diretamente os sintomas de perda de memória e declínio cognitivo.
Algumas terapias para Alzheimer utilizam inibidores de acetilcolinesterase, que aumentam a disponibilidade desse neurotransmissor, buscando retardar a progressão dos sintomas.
Acetilcolina em excesso: o que indica?
A hiperatividade colinérgica resulta em uma condição chamada síndrome colinérgica. Esse excesso de acetilcolina pode causar uma superestimulação de nervos, músculos e glândulas. As principais causas incluem:
- Exposição a pesticidas organofosforados: frequentemente afeta trabalhadores agrícolas e ocorre devido à inibição da enzima colinesterase, que degrada a acetilcolina.
- Superdosagem medicamentosa: medicamentos usados no tratamento de Miastenia Gravis, se mal dosados, podem causar acúmulo patológico de acetilcolina.
Os sintomas incluem salivação excessiva, sudorese, bradicardia, cólicas intestinais e hipotensão grave. É uma emergência médica.
Quando procurar um médico?
Fraqueza muscular progressiva, pálpebras caídas, visão dupla, dificuldades para engolir ou respirar são sinais de alerta para condições como Miastenia Gravis.
Alterações cognitivas, como perda de memória ou confusão, também devem ser avaliadas por um neurologista.
Exames para avaliar a acetilcolina no organismo
Embora não exista um exame direto para medir os níveis de acetilcolina, diagnósticos relacionados são baseados em exames laboratoriais específicos, como:
- Anticorpos contra os receptores de acetilcolina (ACh): incluem anticorpos ligadores, bloqueadores e moduladores, usados no diagnóstico de Miastenia Gravis.
- Atividade da enzima colinesterase: avaliada em casos de suspeita de exposição a pesticidas.
Preço e onde agendar
Para saber o preço dos exames usados para avaliar a acetilcolina no organismo e fazer o agendamento, basta acessar nossa plataforma online.
Fonte: Dr. Diogo Haddad – Neurologista