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Aldosterona: hormônio tem impacto direto na saúde do coração e dos rins

Desequilíbrios nos níveis de aldosterona podem causar fraqueza, palpitações e alterações na pressão

Por Patricia JulianelliPublicado em 06/06/2025, às 13:24 - Atualizado em 06/06/2025, às 13:24

Aldosterona

A aldosterona é um hormônio que atua na regulação de funções vitais como a pressão arterial e o equilíbrio de eletrólitos no sangue. Alterações nos níveis deste hormônio podem indicar desequilíbrios que, muitas vezes, passam despercebidos e que, se não tratados, podem levar a complicações sérias.

Aldosterona: o que é e qual a função?

A aldosterona é um hormônio com ação predominantemente mineralocorticoide, ou seja, que regula o equilíbrio de sal e água no corpo, influenciando a pressão arterial. Ele é produzido no córtex das glândulas adrenais, que ficam logo acima dos rins.

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Sendo assim, as principais funções da aldosterona são: 

  • Regulação da pressão sanguínea: a aldosterona atua nos rins para controlar a quantidade de sódio e água retida no corpo, o que influencia diretamente o volume sanguíneo e, consequentemente, a pressão arterial. 
  • Controle dos níveis de eletrólitos: ela mantém o equilíbrio ideal de sódio e potássio no sangue. Ao mesmo tempo em que promove a reabsorção de sódio e cloreto pelos rins, estimula a eliminação de potássio na urina. E isso é fundamental para a função celular e nervosa. 
  • Regulação do pH do sangue: a aldosterona atua na manutenção do pH (nível de acidez e basicidade) do sangue, influenciando a eliminação de íons de hidrogênio (ácido) e bicarbonato pelos rins. 

Quais níveis de aldosterona são considerados normais?

A dosagem da aldosterona pode ser feita no sangue ou na urina. Os valores considerados normais podem variar, dependendo da postura da pessoa durante a coleta (em pé ou deitada) e até mesmo da dieta (com ou sem restrição de sal).

Para adultos, as referências mais comuns de aldosterona no sangue são: 

  • Com a pessoa deitada e em repouso: entre 4 a 15 ng/dL. 
  • Com a pessoa em pé e em movimento: entre 7 a 25 ng/dL. 
  • Com a pessoa em dieta com restrição de sal – hipossódica: entre 10 a 35 ng/dL. 

Já a aldosterona na urina e com dieta normal, ficaria entre 5 a 20 mg em 24 horas. 

Esses valores são apenas referências e podem variar ligeiramente entre diferentes laboratórios. A interpretação do resultado deve ser feita por um endocrinologista ou cardiologista.

Sintomas de alterações nos níveis de aldosterona no organismo

Como a aldosterona está diretamente ligada à regulação da pressão arterial e dos eletrólitos, seus desequilíbrios costumam desencadear distúrbios cardiovasculares e neuromusculares.

Quando a aldosterona está alta, um dos sinais mais comuns é o aumento da pressão arterial e, com frequência, em uma condição de hipertensão arterial de difícil controle. Além disso, nessa situação, o corpo retém sódio e água, mas elimina potássio, levando a uma deficiência de potássio no organismo. E isso pode acarretar os seguintes sintomas: 

  • Retenção de líquidos; 
  • Fraqueza muscular; 
  • Dor de cabeça e palpitações; 
  • Sede excessiva e micção frequente; 
  • Formigamento e espasmos musculares. 

Por outro lado, a aldosterona baixa pode apresentar sintomas como: 

  • Pressão arterial baixa, comumente associada à insuficiência adrenal. 
  • Desidratação pela incapacidade do corpo de reter sódio e água. 
  • Fadiga e cansaço excessivo por causa da perda de eletrólitos e do desequilíbrio hídrico. 
  • Náuseas e dores abdominais; 
  • Tonturas, especialmente ao levantar-se, devido à hipotensão. 
  • Desejo por sal: o corpo tenta compensar a perda de sódio. 

Aldosterona alta: o que pode ser?

Geralmente, níveis elevados de aldosterona são indicativos de hiperaldosteronismo, uma condição pode se apresentar de diferentes formas.

Hiperaldosteronismo primário

Esta é uma causa comum de aldosterona alta. As glândulas adrenais produzem aldosterona em excesso por causa de um tumor benigno (adenoma) ou do crescimento excessivo de tecido na glândula (hiperplasia adrenal).  

Nesses casos, os níveis de renina no sangue costumam estar diminuídos, pois o corpo tenta compensar o excesso de aldosterona.

Hiperaldosteronismo secundário

Neste caso, tanto a aldosterona quanto a renina mais frequentemente ficam aumentadas. Isso acontece como resposta a outras condições que reduzem o fluxo sanguíneo para os rins ou a pressão arterial. Alguns exemples de condições: 

  • Estenose da artéria renal (estreitamento das artérias que levam sangue aos rins); 
  • Insuficiência cardíaca; 
  • Cirrose hepática; 
  • Síndrome de Bartter (doença rara dos rins); 
  • Insuficiência renal crônica. 

Aldosterona baixa: o pode indicar? 

Níveis baixos de aldosterona, condição conhecida como hipoaldosteronismo, podem indicar condições de saúde que afetam a capacidade das glândulas adrenais de produzir esse hormônio ou influenciam sua regulação. Sendo assim, as principais causas de aldosterona baixa seriam:

Insuficiência adrenal (Doença de Addison)

Esta é uma condição rara e grave caracterizada pela produção insuficiente de hormônios pelas glândulas adrenais, incluindo o cortisol e a aldosterona. A Doença de Addison ocorre quando as glândulas adrenais são danificadas, muitas vezes por um problema autoimune, infecções ou outras causas. A doença não tem cura, mas pode ser controlada com a reposição hormonal.

Hiperplasia Adrenal Congênita

É um grupo de distúrbios genéticos que afeta a produção de hormônios pelas glândulas adrenais, e que pode causar a deficiência de aldosterona.

Qual médico procurar?

Ao suspeitar de alterações nos níveis de aldosterona ou apresentar sintomas de um eventual desequilíbrio hormonal, o médico a ser consultado é o endocrinologista. Ele é o especialista no sistema endócrino, que engloba as glândulas produtoras de hormônios, entre eles, a aldosterona.  

Em algumas situações de sintomas mais agudos e graves, o médico da emergência deve ser consultado para tratar condições clínicas potencialmente ameaçadoras à vida.

Quando o exame aldosterona é indicado?

O exame de aldosterona é indicado quando há suspeita de desequilíbrios hormonais ou problemas nas glândulas adrenais. As principais indicações para a dosagem de aldosterona são: 

  • Pressão alta de difícil controle, ou seja, que não responde a tratamentos convencionais; 
  • Níveis baixos de potássio no sangue (hipocalemia) sem causa diagnosticada; 
  • Suspeita de tumor da glândula adrenal. 
  • Além da aldosterona, o médico pode solicitar a dosagem de renina. A relação entre os níveis de renina e aldosterona ajuda a diferenciar as causas de hiper ou hipoaldosteronismo.  Outros exames, como dosagens de potássio, sódio ou ACTH, também podem ser avaliados para um quadro completo. 

Como o exame é feito?

O exame de aldosterona é realizado a partir de amostras de sangue – coletada de uma veia do braço, como nos exames habituais. A coleta de sangue deve ser feita preferencialmente entre 7:00 e 10:00 horas da manhã.

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Fonte: Dra. Laura Lopes – Endocrinologista 

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