AVC: por que é tão importante agir rápido?
Conheça os sintomas de um acidente vascular cerebral e saiba quando acionar a emergência
Minutos podem salvar vidas. Essa é a mensagem principal da Campanha Mundial do AVC 2022. O objetivo é alertar para os sintomas do acidente vascular cerebral e conscientizar as pessoas de que agir rápido pode salvar a memória, a mobilidade, a fala e a independência de quem sofre um AVC.
Neste artigo, você vai ler:
“O AVC é uma doença extremamente grave e mórbida, mas que tem um tratamento efetivo, porém, tempo-dependente”, afirma Artur Souza, neurologista coordenador da UTI Neurológica do Hospital da Bahia. “A cada segundo que passa, milhares de neurônios morrem, então quanto mais rápido for o tratamento, maior a chance de uma sobrevida sem sequelas”, explica.
Mas, para começo de conversa, você sabe exatamente o que é um AVC? Existem dois tipos: AVC isquêmico e AVC hemorrágico.
Em ambos os casos o fluxo sanguíneo é prejudicado, impedindo que os neurônios da área afetada recebam oxigênio e nutrientes e gerando um déficit neurológico súbito. Os sintomas também são similares, então a maior diferença está na causa.
O AVC isquêmico é causado pelo entupimento de artérias que irrigam o cérebro. Esse entupimento pode ser explicado por um coágulo sanguíneo ou por placas de gordura que se depositam nas artérias do pescoço e do cérebro.
Já o AVC hemorrágico é resultado do rompimento de um vaso cerebral, que pode ser desencadeado por hipertensão descontrolada, uso de algumas substâncias (como álcool e drogas), malformações vasculares ou ruptura de um aneurisma cerebral (dilatação anormal da parede de uma artéria).
Como identificar um AVC?
Um método simples que auxilia na identificação do AVC é o teste SAMU. Cada letrinha te dá uma orientação: sorriso (peça para a pessoa sorrir e procure alguma assimetria na face), abraço (abrace-a e confira se há fraqueza em algum dos braços), música (cante o trecho de uma música e veja se ela consegue repetir), urgência (ligue para o SAMU 192).
Quanto mais sinais forem identificados, maior é a probabilidade de ser um AVC. Mas um só sintoma já é o suficiente para acionar o serviço de emergência. E, na dúvida, o melhor é procurar assistência médica o quanto antes.
Aliás, não só uma assistência médica, e sim uma assistência médica especializada, que saiba lidar com AVCs. O acidente vascular cerebral exige a realização de exames de imagens do cérebro (tomografia ou ressonância magnética) e protocolos de atendimento específicos.
“Ao acionar o SAMU, o paciente será direcionado para um serviço capacitado para tratá-lo”, diz Souza. “Outra possibilidade é já conhecer os serviços com essa expertise na região onde mora, pois ir a um consultório ou clínica que não tenha estrutura para tratar o AVC só irá atrasar o atendimento e aumentar o risco de sequelas”, alerta o neurologista.
Tem como prevenir um AVC?
Além de saber reconhecer os sintomas de um AVC e ter em mente a importância de agir rápido, é fundamental conhecer as formas de prevenção – porque, sim, a maior parte dos AVCs pode ser prevenida.
Basicamente, você deve ficar de olho nos fatores de risco (sobretudo hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo e sedentarismo) e ter hábitos saudáveis.
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“As medidas que contribuem para a prevenção do AVC são aquelas que ajudam a evitar a formação de placas de gordura nas artérias do pescoço e do cérebro”, explica Isabela Pilar, cardiologista da Clínica AMO.
Isso inclui até questões emocionais. O estresse, por exemplo, é capaz de causar inflamação nas nossas artérias, deixando-as mais suscetíveis ao acúmulo de gordura. Daí a importância de controlar o estresse.
O que também pode ajudar a diminuir a inflamação arterial é a prática regular de atividades físicas. “Recomendamos fortalecimento muscular ao menos duas vezes por semana e exercícios aeróbicos (como caminhar, correr, pedalar e nadar) por 150 minutos semanais no mínimo”, diz Pilar.
Outras medidas de prevenção do AVC são: controlar quadros de hipertensão, diabetes e colesterol elevado, ter uma dieta rica em frutas, verduras, legumes e grãos e não fumar.
E vale lembrar que se você tem alguma doença do coração que gere arritmias, é fundamental passar por avaliações cardiológicas periódicas.