Câncer de pênis: prevenção e tratamento

O câncer de pênis é um tumor raro, mas preocupante. Ele representa apenas 2% de todos os tipos de neoplasias que atingem os homens. Mas esses casos, sem o tratamento correto ou tardio, podem significar a retirada parcial ou total do membro, além do risco de morte.

Para se ter uma ideia, nos últimos cinco anos, só no Brasil, foram mais de 10 mil casos de câncer de pênis, segundo dados do Ministério da Saúde. A maior parte dos óbitos em decorrência da doença ocorreram nas regiões mais pobres do país, um reflexo do menor acesso da população à informação e à saúde.   

Esse tipo de câncer é mais comum em homens acima dos 50 anos, e é caracterizado por uma ferida ou úlcera persistente localizada no pênis. A educação é a principal ferramenta de prevenção, e ela passa por saber a forma correta de higienizar o pênis e tratar precocemente qualquer ferida na região. 

 Fatores de risco

• Infecção pelo HPV: a contaminação pelo HPV (vírus do papiloma humano) causada pelo sexo sem camisinha aumenta o risco do câncer de pênis; 
• Má higiene: a falta de limpeza adequada pode levar ao desenvolvimento da doença; 
• Estreitamento do prepúcio: homens não circuncidados têm maior predisposição. ao câncer de pênis; 
• Fumo: o cigarro expõe seu corpo a inúmeros produtos químicos causadores de diversos tipos de câncer, inclusive o de pênis. 

Como prevenir o câncer de pênis?

Como mencionado anteriormente, alguns fatores podem diminuir o risco de câncer de pênis. Entre eles, podemos citar:   

• Fazer uma higienização correta;  
• Vacinar-se contra o HPV; 
• Usar preservativo durante as relações sexuais; 
• Evitar o fumo;  
• Operar da fimose (excesso de pele que cobre a glande), quando indicado por um médico. 

Contudo, a melhor forma de prevenir o câncer de pênis é tratando precocemente lesões que possam existir. Por isso, procure um urologista para analisar qualquer alteração no pênis, como nódulos e descamações. A detecção precoce permite ao profissional de saúde propor tratamentos menos agressivos.  

Como limpar o pênis?

Em homens que têm o prepúcio, a pele que cobre a glande (cabeça do pênis), a higienização do pênis deve ser feita ao menos duas vezes por dia. Já os homens circuncidados, ou seja, sem o prepúcio, podem higienizar apenas uma vez ao dia.   

No caso de homens que têm fimose, é necessário fazer uma cirurgia de circuncisão, que consiste na retirada desse excesso. Confira um passo a passo para a limpeza correta:  

• A higienização deve ser feita com água corrente em qualquer temperatura confortável (morna, fria ou ambiente); 
• Dê preferência por sabonete líquido; 
• Exponha a glande e esfregue sutilmente em volta da região; 
• Lave por dois minutos para retirada das células mortas da superfície do pênis; 
• Não passe nenhum creme hidratante ou remédio sem orientação médica.

Tratamento  

A boa notícia é que o câncer de pênis tem cura. No entanto, o tratamento depende do estágio da doença, e mais da metade dos indivíduos só procuram o médico após um ano do aparecimento das primeiras lesões.

No estágio inicial, quando a região afetada é pequena, algumas opções como a retirada apenas da lesão, a cauterização com laser, a retirada apenas do prepúcio e a radioterapia podem tratar de maneira definitiva o câncer.  

Já no estágio avançado, o tratamento consiste na retirada de parte do pênis, na região afetada pelos linfonodos inguinais (ínguas e caroços) ou o pênis todo.  

Em estágio muito avançado, além da retirada de parte do pênis, na região afetada pelos linfonodos inguinais, ou o pênis todo, também é feita a retirada dos linfonodos internos. A quimioterapia e/ou radioterapia também são opções de tratamento.

O câncer de pênis pode deixar sequelas?

As sequelas do câncer de pênis dependem do estágio em que a doença for tratada.

No estágio inicial pode haver cicatrizes e pequenas deformações. Já no estágio avançado, pode ocorrer perda de parte do membro, impossibilitando a penetração no sexo. Por fim, no estágio avançado, além das sequelas já citadas, pode ocorrer redução da expectativa de vida.  

Fonte: José Calixto, supervisor da disciplina de Câncer de Pênis da Sociedade Brasileira de Urologia. 

Referência: Instituto Nacional de Câncer