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Câncer de pâncreas: uma doença agressiva e silenciosa que exige atenção

Geralmente, os sintomas surgem em estágios mais avançados da doença, e incluem dor abdominal e icterícia

Por Samantha CerquetaniPublicado em 15/04/2025, às 11:31 - Atualizado em 15/04/2025, às 14:16

câncer de pâncreas

O câncer de pâncreas é um tipo de tumor maligno que, geralmente, não apresenta sintomas nas fases iniciais. Sua alta taxa de mortalidade está relacionada ao diagnóstico tardio. Estima-se que, no Brasil, ele seja responsável por cerca de 1% de todos os casos de câncer diagnosticados e por 5% do total de mortes causadas pela doença, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer). Continue a leitura para conhecer as causas do câncer de pâncreas, como é feito o diagnóstico e as formas de tratamento.

 

Câncer de pâncreas: o que é?

O pâncreas é uma glândula localizada atrás do estômago, com funções cruciais tanto na digestão quanto no controle dos níveis de açúcar no sangue. O câncer pancreático ocorre quando células anormais começam a se multiplicar de forma descontrolada nesse órgão, formando um tumor maligno.

A forma mais comum é o adenocarcinoma ductal pancreático, que tem origem nos ductos pancreáticos — estruturas responsáveis pelo transporte de enzimas digestivas. Trata-se de um tipo agressivo, com alta taxa de crescimento e grande potencial de disseminação para outros órgãos.

Qual é a função do pâncreas?

O pâncreas desempenha um papel fundamental tanto na digestão quanto na regulação dos níveis de glicose no sangue. Ele produz enzimas digestivas, como amilase, lipase e protease, que são liberadas no intestino delgado para auxiliar na quebra de carboidratos, gorduras e proteínas durante a digestão.

Além disso, o pâncreas é responsável pela produção de hormônios, como a insulina, que diminui a glicose no sangue, e o glucagon, que aumenta os níveis de glicose quando necessário. Essas funções permitem ao pâncreas manter o equilíbrio adequado entre a digestão e o controle do açúcar no corpo.

Sintomas de um câncer de pâncreas

Os sintomas do câncer de pâncreas podem ser difíceis de identificar no início, geralmente surgindo em estágios mais avançados da doença. Entre os sinais mais comuns estão: 

  • Dor abdominal persistente, que pode irradiar para as costas. 
  • Icterícia (amarelamento da pele e dos olhos). 
  • Perda de peso inexplicável. 
  • Fadiga e fraqueza. 
  • Falta de apetite. 
  • Náuseas e vômitos. 
  • Fezes claras, volumosas e oleosas.

Tipos de câncer de pâncreas

O câncer de pâncreas pode se manifestar de diferentes formas, sendo o mais comum o câncer ductal (adenocarcinoma ductal), que se origina nos ductos pancreáticos e é bastante agressivo.

Outro tipo é o câncer neuroendócrino, que se origina nas células produtoras de hormônios e tende a crescer mais lentamente, apresentando um prognóstico mais favorável.

Há ainda o câncer mucinoso, mais raro, que se forma nos ductos e produz muco, alterando a consistência do tumor. Cada tipo possui características e tratamentos específicos. 

Fatores de Risco

Existem vários fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolver câncer de pâncreas, embora nem todas as pessoas com esses fatores desenvolvam a doença. Os principais são: 

  • Pancreatite crônica: a inflamação crônica do pâncreas pode aumentar o risco de câncer neste órgão. 
  • Dieta rica em gorduras e carnes processadas. 
  • Tabagismo.  
  • Idade superior a 60 anos. 
  • Histórico familiar.  
  • Diabetes.  
  • Obesidade.  

Exames que auxiliam no diagnóstico do câncer de pâncreas

O diagnóstico do câncer de pâncreas envolve vários exames para identificar tumores e avaliar sua extensão. A ultrassonografia abdominal é frequentemente usada para detectar anomalias no pâncreas, enquanto a tomografia computadorizada (TC) oferece imagens detalhadas do tumor, auxiliando no planejamento do tratamento.

A ressonância magnética também fornece imagens detalhadas do pâncreas e órgãos próximos. Já a colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM) pode mostrar obstruções nos ductos biliares e pancreáticos.

Além disso, a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica permite visualizar os ductos e realizar biópsias, e o exame de sangue para o marcador tumoral CA 19-9 pode indicar a presença de câncer, embora não seja específico.

É importante destacar que não há exames de rastreamento eficazes para detecção precoce em pessoas sem sintomas ou histórico familiar relevante.

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Papel dos exames de rotina na detecção precoce

Embora não exista um exame específico para detectar o câncer de pâncreas de forma precoce, exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia, podem identificar alterações no pâncreas, principalmente em pessoas com fatores de risco, como histórico familiar ou pancreatite crônica.

Exames de sangue que medem marcadores tumorais, como o CA 19-9, podem indicar a presença de câncer, mas não são conclusivos por si só. A dosagem de CA 19-9 é útil para a diferenciar câncer de pâncreas de outras lesões com aspectos clínicos semelhantes, bem como para monitorar o tratamento do paciente com câncer de pâncreas.

Por outro lado, não existe indicação da dosagem do CA 19-9 como rotina de check-up para rastreio dessa doença. Como o câncer de pâncreas geralmente não apresenta sintomas no início, a detecção precoce pode ser difícil, portanto, a monitorização de sintomas e, em casos específicos, de exames, deve ser a estratégia inicial.

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Formas de tratamento para o câncer de pâncreas  

A escolha do tratamento depende do estágio da doença no momento do diagnóstico e da condição clínica do paciente. E os tumores pancreáticos são classificados em: 

  • Ressecáveis: quando o tumor está localizado e pode ser removido por cirurgia. A cirurgia de Whipple é a mais comum nesses casos. 
  • Localmente avançados: quando há invasão de estruturas próximas, sem metástases. Nesses casos, a quimioterapia e/ou radioterapia podem reduzir o tumor antes da cirurgia. 
  • Metastáticos: quando o câncer já se espalhou para outros órgãos (como fígado e pulmões). A cirurgia geralmente não é indicada, e o tratamento se concentra em quimioterapia paliativa para controle da doença e alívio dos sintomas.

É possível prevenir o câncer de pâncreas?

Embora não seja possível prevenir completamente o câncer de pâncreas, adotar hábitos saudáveis pode ajudar a reduzir o risco. Evitar o tabagismo é fundamental, pois fumar aumenta significativamente as chances de desenvolver a doença. Manter um peso saudável também é importante, já que a obesidade está associada ao aumento do risco.

Uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e grãos integrais, além de praticar exercícios físicos regularmente, também pode contribuir para a prevenção. Controlar o diabetes, especialmente o tipo 2, é essencial, pois pessoas com essa condição têm maior risco de câncer de pâncreas. 

Embora esses hábitos ajudem a reduzir o risco, não há garantia de prevenção.

No caso de pessoas com histórico familiar ou mutações genéticas associadas, como BRCA2 ou síndrome de Lynch, o acompanhamento médico especializado é essencial. 

Qual médico procurar?

Caso exista suspeita de câncer de pâncreas, a primeira consulta deve ser com um clínico geral, que avaliará os sintomas e o histórico médico. Se necessário, o paciente poderá ser encaminhado a um gastroenterologista. Se o diagnóstico for confirmado, o tratamento será conduzido por um oncologista.

 

Fonte: Dr. Wagner Iared – radiologista do Alta Diagnósticos

 

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