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    Candidíase: o que é, sintomas, tipos e como tratar

    Apesar de ser mais recorrente em mulheres, doença também atinge os homens

    Fonte: Dra. Adriana Bittencourt CampanerGinecologistaPublicado em 31/07/2025, às 11:07 - Atualizado em 21/10/2025, às 11:05

    candidiase

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    A candidíase é uma infecção muito comum, causada por um fungo que já mora no nosso organismo. Na maioria das vezes, ele permanece em equilíbrio, sem causar problemas. Mas, em certas situações, ele encontra o ambiente perfeito para se multiplicar sem parar. 

    Esse desequilíbrio pode acontecer por diversos motivos, como uma queda na imunidade, o uso de medicamentos ou até mesmo um estilo de vida não tão saudável. Entenda o que ativa a infecção e quais as maneiras de tratar o problema.

    Candidíase: o que é? 

    A candidíase é uma infecção causada por diferentes espécies de um fungo do gênero Candida, sendo que a espécie mais comum é a Candida albicans.

    Esse fungo vive de forma natural e equilibrada em nosso corpo, principalmente na pele, na boca e no sistema digestivo e genital. Mas, quando esse equilíbrio é quadrado, ele se multiplica excessivamente. 

    Por ser causada por um microrganismo que já faz parte da nossa flora, ela é considerada uma infecção endógena. Ou seja, ela nasce de dentro para fora.  

    Tipos de Candidíase 

    A candidíase pode se manifestar em diferentes partes do corpo.  

    Candidíase vaginal 

    É o tipo mais comum da infecção e acontece principalmente em mulheres que estão na idade fértil. A vagina é uma região naturalmente úmida, o que pode favorecer a proliferação do fungo Candida quando há algum desequilíbrio, como alterações hormonais ou queda na imunidade.  

    Candidíase peniana 

    A candidíase peniana geralmente está associada a uma higienização inadequada do órgão. O acúmulo de umidade e secreções sob o prepúcio, a pele que cobre a cabeça do pênis, cria um ambiente favorável para o fungo se multiplicar. Os sintomas podem ser parecidos com os da infecção feminina, incluindo coceira e vermelhidão. 

    Candidíase oral 

    Popularmente conhecida como “sapinho”, a candidíase oral aparece na boca. Ela forma placas esbranquiçadas na língua, no céu da boca e na parte interna das bochechas. Este tipo é mais frequente em bebês, idosos e pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como pacientes em tratamento contra o câncer ou com HIV. 

    Candidíase cutânea 

    Este tipo de candidíase acontece na pele. Ela surge principalmente em áreas de dobras, onde há mais calor, umidade e atrito. Regiões como axilas, virilhas, nádegas e a pele embaixo das mamas são as mais afetadas. A infecção causa lesões avermelhadas que coçam e podem descamar. 

    Candidíase de esôfago  

    Este é um tipo mais raro da doença, e ligado a um sistema imunológico muito enfraquecido. Ela pode causar dor para engolir e uma sensação de que a comida está presa no peito.  

    Candidíase sistêmica  

    Essa é a forma mais grave ou invasiva, e acontece quando o fungo atinge a corrente sanguínea. A partir daí ele pode se espalhar e infectar órgãos como rins, coração e cérebro. É uma condição séria, mais comum em pacientes hospitalizados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e com a saúde já debilitada. 

    Como ocorre a transmissão da candidíase? 

    A candidíase não é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), como as causadas pelo HIV ou HPV, por exemplo. A principal causa é um desequilíbrio do próprio fungo que já vive no corpo da pessoa.  

    Mas a transmissão pode acontecer durante a relação sexual sem preservativo. Se um dos parceiros estiver com a infecção ativa, o fungo pode ser passado para o outro. Entretanto, a taxa de transmissão é pouco frequente e, quando acontece, os sintomas só aparecerão se o organismo do parceiro estiver debilitado.  

    Já caso da candidíase sistêmica, a transmissão pode ser exógena, ou seja, vir de fontes externas, como equipamentos médicos contaminados em ambiente hospitalar. 

    Prevenção 

    A prevenção da candidíase está muito ligada a bons hábitos de vida e de higiene. Manter a imunidade fortalecida é essencial. Além disso, vale investir nas medidas abaixo: 

    • Use roupas íntimas de algodão, já que elas deixam a pele respire melhor; 
    • Evite roupas muito justas ou de tecido sintético. Elas abafam a região e aumentam a umidade; 
    • Não fique com roupas de banho molhadas por muito tempo. E nem use peças íntimas úmidas; 
    • Mantenha uma boa higiene da região íntima, usando sabonetes apropriados. 
    • Durma com roupas largas e confortáveis para ventilar a área. Se preferir, até sem roupas íntimas; 
    • Adote uma alimentação nutritiva, variada e a mais natura possível, e evitar o consumo excessivo de açúcar; 
    • Controle o estresse e busque boa qualidade de sono. 
    • Use sempre camisinha durante as relações sexuais. 

    Sintomas de candidíase 

    Os principais sinais da candidíase são coceira intensa no local e vermelhidão. Muitas vezes, um corrimento branco, espesso e sem cheiro também aparece. Sua aparência é frequentemente comparada a uma nata de leite ou queijo cottage. 

    Os sintomas podem variar um pouco entre homens e mulheres e conforme o local da infecção. 

    • Nas mulheres: além da coceira e do corrimento, pode haver inchaço na região vulvar e vaginal, dor durante a relação sexual e ardência ao urinar. 
    • Nos homens: manchas vermelhas no pênis, pequenas lesões em formato de pontos, inchaço leve e coceira. 
    • Na boca: surgem placas brancas e pode haver a perda de paladar e dor ao engolir. 
    • Na pele: a infecção causa erupções vermelhas que coçam e podem descamar. 

    Candidíase e vaginose bacteriana são parecidas? 

    As duas condições podem causar alterações no corrimento vaginal. Mas, enquanto a candidíase é uma infecção causada por um fungo (Candida), a vaginose bacteriana acontece por um desequilíbrio e proliferação de bactérias anaeróbias na flora vaginal. 

    Na candidíase, o principal sintoma é a coceira intensa. O corrimento costuma ser branco, espesso e grumoso, parecido com nata de leite, e geralmente não tem cheiro forte. 

    Já na vaginose bacteriana, o cheiro do corrimento é forte e bem desagradável, lembrando peixe. O corrimento em si é mais líquido e tem uma cor branca ou acinzentada; geralmente não há irritação local.

    Formas de diagnosticar a candidíase 

    Como em toda doença, o diagnóstico começa no consultório médico. A simples observação dos sinais e sintomas muitas vezes já levanta a suspeita. Mas, para confirmar a infecção, o médico pode solicitar alguns exames. 

    Em casos de candidíase genital, um exame chamado bacterioscopia pode ser realizado, onde uma amostra de secreção da vagina ou do pênis é coletada para análise laboratorial, onde será confirmada ou não a presença de fungos do gênero Candida. Pode-se também utilizar a cultura local ou até mesmo exame de PCR. 

    Para candidíase oral, o médico pode raspar as áreas afetadas da boca para examinar sob um microscópio. No caso de candidíase cutânea, uma raspagem da pele pode ser realizada para confirmar a presença do fungo. 

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    Tratamento para candidíase 

    O tratamento mais comum é feito com medicamentos antifúngicos, que eliminam o crescimento excessivo do fungo. Geralmente, as primeiras opções são de uso local. Cremes ou pomadas antifúngicas são aplicados diretamente na região afetada por um período que pode durar até 14 dias.  

    Em alguns casos, o médico pode indicar também o uso de comprimidos antifúngicos por via oral. Se a irritação for muito intensa, cremes com corticoides podem ser associados para aliviar os sintomas mais rapidamente, após o tratamento inicial com antifúngicos.  

    Para os casos de candidíase recorrente ou sistêmica, o tratamento é mais longo e pode exigir medicamentos mais potentes, ou até mesmo de manutenção.

     

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