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    Candidíase: o que é, sintomas, tipos e como tratar

    Apesar de ser mais recorrente em mulheres, doença também atinge os homens

    Por Raquel RibeiroPublicado em 15/12/2022, às 15:11 - Atualizado em 26/07/2023, às 15:17
    Foto: Shutterstock

    Setenta e cinco por cento das mulheres terão candidíase em algum momento da vida e metade delas terão uma segunda vez, de acordo com dados da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp). Mas apesar de ser mais comum no público feminino, os homens também podem ser acometidos pela doença.

    Uma coceira que não passa e corrimento são alguns dos principais sintomas da candidíase, doença causada por fungos que vivem no nosso organismo e se manifestam, geralmente, quando o sistema imunológico está enfraquecido ou devido a alguma alteração hormonal.

    Diferente do que muitos pensam, a candidíase não é considerada uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), podendo estar associada a diversos fatores. Entre eles estão o uso de medicamentos, como corticoides e anticoncepcionais, a gestação e a presença de diabetes, só para citar alguns exemplos. 

    “O estresse também pode favorecer a candidíase, mas especialmente a baixa imunidade. Por isso, pessoas imunossuprimidas, ou seja, com baixa imunidade, como pessoas que vivem com HIV, estão mais suscetíveis”, explica Altamiro Rodrigues, responsável pelo Departamento de Ginecologia Oncológica e Instituto de Endometriose do Hospital Santa Paula.

    Por isso, conhecer os fatores que favorecem o surgimento da doença é tão importante para se prevenir e saber como agir. Acompanhe! 

    O que é candidíase?

    Candidíase é uma infecção causada pelos diversos tipos de fungo Candida. Esse fungo existe naturalmente no nosso organismo, mas quando se multiplicam incontrolavelmente causam a infecção. Essa multiplicação ocorre principalmente por conta de maus hábitos de higiene e devido à baixa imunidade.

    O que causa candidíase?

    As causas da candidíase são multifatoriais, ou seja, podem ocorrer por diferentes motivos, mas algumas situações podem favorecer o surgimento da infecção, especialmente as que alteram o sistema imunológico.

    • Relações sexuais sem preservativo: apesar de não ser uma IST, a candidíase também pode ser transmitida sexualmente.
    • Obesidade: aumenta a temperatura corporal, a umidade e o atrito entre a pele.
    • Roupa molhada no corpo: a umidade de uma roupa molhada em conjunto com alta temperatura também favorece a candidíase.
    • Roupa íntima muito apertada e/ou de material sintético: elas também aumentam o atrito e a umidade, pois aquecem a região coberta.
    • Maus hábitos de higiene íntima: a higiene adequada ajuda a evitar a proliferação do fungo e, no caso das mulheres, especialmente durante a menstruação.
    • Medicamentos: antibióticos e corticoides podem causar o enfraquecimento do sistema imunológico.
    • Diabetes: o aumento de glicogênio nas células da vagina, um tipo de açúcar, também favorece a candidíase.
    • Gravidez: as mudanças hormonais que ocorrem neste período podem contribuir para a proliferação do fungo na região vaginal. 
    • AIDS: a doença também compromete o sistema imunológico.
    • Doenças autoimunes: lúpus, artrite reumatoide, além da já citada diabetes, por causarem o mau funcionamento do sistema imunológico.

    Tipos de candidíase

    A candidíase pode ser dividida em diferentes tipos de acordo com a região que acomete:

    • Candidíase vaginal: é o tipo mais comum, atingindo principalmente mulheres em idade fértil, geralmente até os 40 anos; 
    • Peniana: causada principalmente devido à má higienização do órgão;
    • Oral: quando o sistema imunológico está fraco esse tipo de candidíase pode aparecer formando placas esbranquiçadas na região bucal;
    • Candidíase sistêmica, disseminada ou invasiva: um dos tipos mais graves, pois nestes casos o fungo invade a corrente sanguínea e até mesmo os órgãos vitais;
    • Candidíase de esôfago: associado ao enfraquecimento do sistema imunológico, esse é um dos tipos mais raros;
    • Candidíase de pele (intertrigo): causada pelo atrito entre a própria pele, criando lesões em regiões como virilha, axila, nádegas, embaixo dos seios, no pescoço e entre os dedos.

    Sintomas da candidíase

    Os sintomas da candidíase podem variar entre homens e mulheres:

    Nas mulheres

    • Coceira na região em que houver a proliferação do fungo;
    • Ardência na região; e na hora de urinar quando a candidíase for vaginal;
    • Ardência durante a relação sexual;
    • Corrimento com aspecto esbranquiçado;
    • Vermelhidão;
    • Inchaço.

    Nos homens

    • Coceira na região em que houver a proliferação do fungo;
    • Manchas vermelhas no pênis;
    • Ardência durante a relação sexual;
    • Ardência ao urinar;
    • Lesões em formato de pontos;
    • Odor forte;
    • Inchaço.

    “Há também os casos em que a infecção causa manifestações clínicas mais severas, geralmente, nessas situações, a doença está associada com quadros de imunodeficiência”, diz a ginecologista.

    Prevenção

    Geralmente, pequenas atitudes podem diminuir consideravelmente os riscos e elas estão relacionadas especialmente a bons hábitos de higiene e estabilidade da imunidade.



    Confira algumas dicas para prevenir a candidíase:

    • Prefira roupas, especialmente peças íntimas, de algodão, pois favorecem a ventilação.
    • Evite usar toalhas que ficam secando no banheiro, pois a umidade do ambiente contribui com a proliferação dos fungos. 
    • Quando possível, evite absorventes internos, pois eles também podem contribuir com a proliferação já que dificultam a ventilação.
    • Mantenha a região íntima limpa.
    • Não fique muito tempo com roupas molhadas, mesmo as de banho, como maiôs, biquínis e sungas.
    • Durma com roupas confortáveis, de preferência largas e de algodão, podendo inclusive dispensar as peças íntimas.
    • Use camisinha.
    • Evite roupas justas e de material sintético.
    • Para manter uma boa imunidade também é importante: dormir bem; controlar a ansiedade e o estresse; ter uma boa alimentação; fazer exercícios físicos regularmente e não abusar de álcool ou drogas, pois essas substâncias diminuem a capacidade do corpo de se defender.

    Diagnóstico

    O diagnóstico depende do tipo da infecção, mas em geral são solicitados exames de sangue e urina para verificar se não houve invasão do fungo em outras regiões do corpo.

    “A paciente, ao perceber os sintomas descritos, deve levar em consideração que é extremamente importante a consulta com o ginecologista para o correto diagnóstico e, principalmente, a identificação do fungo causador. Só assim o posterior tratamento trará os resultados almejados”, adverte e finaliza a ginecologista da HAS Clínica.

    No caso das mulheres, além do exame clínico ginecológico, o exame de Papanicolau também pode auxiliar no diagnóstico.

    Tratamento

    De modo geral, o tratamento para a candidíase consiste no uso de pomadas na região e antifúngicos por cerca de 14 dias. 

    Quando a candidíase não desaparece após esse tratamento, ou seja, tornando-se recorrente, pode ser necessário prolongar o uso do medicamento, além de verificar a imunidade e fortalecê-la por meio de hábitos saudáveis, como já mencionamos aqui.  

    Lembre-se que o acompanhamento médico é fundamental para o correto tratamento e com o intuito de evitar a evolução da doença.

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