Canelite: o que é, sintomas e tratamento
Fortalecimento muscular, alongamento e treinos equilibrados ajudam a evitar a inflamação na tíbia
Você já sentiu dores depois de fazer alguma atividade física? Não é incomum para quem está saindo do sedentarismo ou para quem faz treinos mais intensos, por exemplo. Mas é preciso ficar de olho: muitas dores não são normais e podem indicar que algo está errado. É o caso da canelite.
Neste artigo, você vai ler:
Tecnicamente chamada de síndrome do estresse tibial medial, a canelite afeta a tíbia, o principal osso da perna.
O que ocorre é uma inflamação da tíbia, do periósteo (camada que recobre a tíbia) e da musculatura da canela. Isso tudo resulta em dor na região anterior ou medial da perna.
Causas
Sobrecarregar a tíbia e usá-la em excesso podem causar canelite. Esse estresse ósseo constante é mais frequente em exercícios de impacto, como corrida e salto atlético.
Mas a canelite pode acontecer em outras situações, como:
- Usar calçados inadequados para a atividade
- Fazer exercícios em excesso
- Aumentar o volume de treino subitamente
- Pisar de forma errada
- Falta de alongamento
- Falta de fortalecimento muscular
- Terreno irregular
O surgimento da canelite pode ser favorecido ainda por fatores de risco, que incluem ser do sexo feminino, ter IMC elevado, ter uma baixa ingestão energética por conta de dietas restritivas e ter deficiência de vitamina D, magnésio, cálcio ou proteína.
Sintomas
A canelite é caracterizada por dor na região frontal ou medial da perna, podendo estar presente durante ou após atividade física. Também é uma dor que diminui com o repouso.
Além disso, a canelite pode gerar inchaço, aumento da sensibilidade, dificuldade para andar e fraqueza nos pés.
Diagnóstico
O diagnóstico da canelite deve ser feito por um ortopedista, com base na história do paciente e no exame físico.
Exames de imagem como ressonância magnética, raio X, tomografia e cintilografia óssea podem ajudar a confirmar o diagnóstico.
Como tratar a canelite
O tratamento varia de pessoa para pessoa. É preciso considerar, por exemplo, o grau da lesão, a intensidade e a frequência da dor e o peso e a força muscular de cada um.
No geral, o tratamento da canelite passa por um período de repouso, que pode ser aliado a fisioterapia e medicamentos analgésicos ou anti-inflamatórios.
Quando os sintomas melhorarem e for possível retomar às atividades físicas, o indivíduo deve optar por exercícios menos repetitivos e de menor carga.
Uma boa alternativa é dar preferência a atividades que não causem estresse ósseo, como natação, hidroginástica e bicicleta. Também é fundamental trabalhar o fortalecimento e o alongamento muscular.
O ideal é retornar às atividades físicas com cautela e de maneira moderada, aumentando a intensidade e a frequência aos poucos.
E vale ressaltar a importância de contar com uma avaliação hormonal e metabólica. Havendo alguma alteração, faz parte do tratamento corrigi-la.
Como prevenir a canelite
Pensa assim: o periósteo e os tendões precisam se fortalecer cada vez mais para acompanhar atividades físicas sem sofrerem lesões ou inflamações.
Isso só é possível por meio de treinos progressivos (que não sobrecarregam o corpo), fortalecimento muscular e alongamento dos membros inferiores antes e depois do exercício.
Veja outras recomendações para a prevenção da canelite:
Fontes: Fernanda Catena, ortopedista e traumatologista do Hospital Nove de Julho; Pedro Bastos, ortopedista coordenador da Ortopedia da Clínica AMO.