Exame de cistatina C: o que é e como avalia a saúde dos seus rins?
A dosagem dessa proteína no sangue ajuda a identificar precocemente lesões renais

Talvez você já tenha ouvido falar da creatinina. O exame é o mais comum para checar a o funcionamento dos rins. Mas há outro marcador importante: a cistatina c. Essa proteína mostra de forma precisa como anda a capacidade de filtração renal.
Estudos mostram que sua medição pode detectar perdas de função renal de forma mais precoce que os métodos tradicionais.
Neste artigo, você vai ler:
Cistatina C: o que é?
A cistatina C é uma proteína que o corpo produz em um ritmo constante. Como ela é eliminada do sangue quase que totalmente pelos rins, a quantidade de cistatina C na corrente sanguínea mostra se eles estão funcionando bem como um filtro.
Se os rins estão filtrando bem, os níveis de cistatina C no sangue serão baixos. Se a filtragem está deficiente, os níveis sobem.
O uso da cistatina C auxilia na detecção das disfunções renais. Juntamente com a dosagem da creatinina, um outro exame laboratorial, a dosagem da cistatina permite o uso do seu resultado em fórmulas que estimam com mais precisão o adequado funcionamento dos rins.
Por outro lado, vale lembrar que algumas condições que não as disfunções renais podem elevar as concentrações da cistatina C, como o diabetes, o hipotireoidismo e o hipertireoidismo, a obesidade e as condições inflamatórias.
Quando o exame Cistatina C é indicado?
O exame de cistatina C é recomendado para detectar reduções na função renal. As fórmulas que utilizam as dosagens de creatinina e de cistatina C são mais acuradas na estimativa da função renal. Portanto, a principal indicação da dosagem da cistatina C é para estimar a Taxa de Filtração Glomerular (TFG), que é a principal medida para avaliar a capacidade dos rins de filtrar o sangue e remover as impurezas do corpo.
O exame é especialmente útil para pessoas em que apenas a creatinina pode não ser tão confiável, como idosos, crianças, pacientes com cirrose hepática, câncer ou com massa muscular muito baixa ou muito alta.
Algumas situações em que o exame pode ser solicitado são:
- Acompanhamento de pacientes com doença renal crônica: o exame ajuda a monitorar a progressão da doença com mais acurácia.
- Suspeita de lesão renal aguda: a cistatina C se altera mais cedo que a creatinina, podendo detectar o problema em média dois dias antes.
- Avaliação de transplante renal: ele permite o reconhecimento precoce de uma possível rejeição do órgão e ajuda no ajuste de medicamentos.
- Avaliação do risco cardiovascular: níveis elevados de cistatina C estão associados a um maior risco de eventos como infarto e insuficiência cardíaca, especialmente em idosos.
Doenças que podem ser diagnosticadas com o auxílio do exame de Cistatina C
O exame de cistatina C não diagnostica uma doença sozinho, mas é importante na investigação de condições que afetam os rins.
A principal aplicação do exame é na detecção e no acompanhamento da Doença Renal Crônica (DRC).
Por ser muito sensível, a cistatina C consegue identificar estágios iniciais da doença, quando a perda da função renal ainda é leve ou moderada. Mas, além da DRC, o exame pode ser solicitado para:
- Diagnosticar a lesão renal aguda (LRA): Como seus níveis sobem rapidamente após um dano aos rins, ele serve como um marcador precoce do problema.
- Avaliar o risco cardiovascular: o exame ajuda a identificar um pior prognóstico em pacientes com maior risco de desenvolver insuficiência cardíaca, infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Estudos indicam que idosos com níveis mais altos de cistatina C têm um risco significativamente maior de morte por causas cardiovasculares.
Vale destacar que o exame de cistatina C não serve para investigar todos os problemas renais. Por exemplo, se o paciente apresenta sintomas de infecção urinária, como dor para urinar e vontade frequente de ir ao banheiro, o médico solicitará um exame de urina para confirmar o quadro.
Como o exame é feito?
O exame de cistatina C é feito a partir de um exame de sangue comum, como aqueles que fazemos de rotina. E não é necessário nenhum preparo prévio, como jejum.
É comum que o médico solicite a dosagem de cistatina C junto com a de creatinina. Quando um paciente apresenta creatinina alta, por exemplo, o resultado da cistatina C pode ajudar a confirmar se a função renal está realmente comprometida ou se a alteração na creatinina se deve a outros fatores, como a grande quantidade de massa muscular.
Valores de referência
Os valores de referência para a cistatina C podem variar um pouco dependendo do laboratório e do método utilizado para a análise. Um estudo citado no Jornal Brasileiro de Nefrologia apresentou os seguintes valores de referência, divididos por idade:
- Pessoas com menos de 50 anos: 0,53 a 0,92 mg/L
- Pessoas com mais de 50 anos: 0,58 a 1,20 mg/L
Outros estudos sugerem faixas um pouco diferentes, reforçando que a interpretação do resultado deve ser sempre feita pelo médico. Ele levará em conta a idade, o histórico clínico do paciente e os resultados de outros exames para chegar a uma conclusão sobre a saúde renal.
As concentrações de cistatina C tendem a aumentar naturalmente com o envelhecimento, acompanhando o declínio normal da função renal que acontece com o passar dos anos.
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